‘Desde os anos 80 vem essa conversa de que o Lula não dá mais. Vamos ver o Lula percorrendo esse País e vamos ver quem é a esperança do povo’, disse o ex-ministro, repercutindo na TV 247 as declarações do senador Jaques Wagner (PT-BA).
Brasil 247, 4/12/2020, 18:58 h Atualizado em 4/12/2020, 19:44
Lula e Aloizio Mercadante (Foto: Brasil247)
Ex-ministro e presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante comentou na TV 247 as declarações do senador Jaques Wagner (PT-BA) sobre a necessidade de uma “mudança geracional” no PT e de se criar no partido uma independência em relação ao ex-presidente Lula.
De acordo com Mercadante, a retórica de que o nome de Lula já se esgotou e de que sua rejeição é alta já se arrasta desde 1980, quando o ex-presidente criou o PT e foi acusado de rachar a oposição democrática. O ex-ministro afirmou que ainda hoje o ex-presidente tem força para concorrer à presidência da República e garantiu sua vitória no pleito. “Em 80, disseram que o Lula estava em crise por causa da greve, na realidade em 79, porque ele fez um acordo trabalhista com as empresas, já estava no início da crise e achavam que ele tinha traído a luta. Aí ele cria o PT. Criou o PT, ‘o Lula acabou porque o PT está rompendo o partido-ônibus da democracia que é o MDB e está dividindo a oposição’. Em 82 ele sai candidato ao governo, eu participo da campanha e ele só teve 14% dos votos: ‘o Lula acabou’. Chega 86, estávamos em um movimento de crescimento do partido, veio o Plano Cruzado e nos arrebentou. O PMDB fez 22 governadores, maioria absoluta no Congresso. Nós elegemos sete ou 12 deputados, foi um banho de água fria. Acabou o Cruzado e o PT voltou com muita força, e nas Diretas também. Veio 89 e nós tivemos a campanha, que ninguém acreditava, a imprensa nunca disse que a gente ia para o segundo turno, o Lula mergulhou no Brasil profundo e aquela campanha bateu no coração do povo e ele nunca mais saiu”.
“Quando chega em 2001, havia um movimento dentro do PT de que o Lula não dava mais, que a rejeição era muito alta. O Lula fez um jantar lá em Brasília que estava ele, Cristovam Buarque, que era um dos que defendia isso, o Suplicy, que era um dos que queria ser candidato, Tarso Genro, que queria ser candidato, eu e o Zé Dirceu. O Lula falou: ‘está todo mundo falando que eu estou inviabilizado, da minha rejeição, que já tive três derrotas. Se alguém aqui quiser se viabilizar, por favor, se viabilize e seja candidato a presidente’. Alguns saíram, o Cristovam saiu para ser candidato, o Suplicy exigiu uma prévia. Só que eles não entenderam que a militância, a base social queria o Lula, e o Lula teve uma vitória estrondosa em 2002. Olhando para a história, desde 80 vem essa conversa. O Lula é a maior liderança que nós temos, um patrimônio desse povo. Se deixarem ele ser candidato, ele ganha essa eleição. Vamos ver o Lula percorrendo esse País e vamos ver quem é a esperança do povo”, afirmou.
Mercadante também defendeu que o partido comece a pensar desde já em um bom candidato para disputar a presidência em 2022.
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