sábado, 5 de dezembro de 2020

Uma rápida análise da participação dos partidos de esquerda nas eleições de 2020

Nas eleições deste ano, é possível fazer um recorte do processo e fazer uma análise sobre o desempenho dos partidos de esquerda (que são os de esquerda, centro/esquerda e extrema esquerda) nas eleições de 2020.

Os partidos de esquerda (PT/PSB/PSOL/PDT/PCdoB/Cidadania/PMN/PSTU/REDE), com maior destaque para o Partido dos Trabalhadores, não alcançaram  grandes vitórias, mas continuam embalando sonhos, alimentando esperanças! Nos debates e nas entrevistas, a esquerda apresentou propostas para melhorar a Educação, a Saúde, a Habitação Social, a Segurança Pública, a Água e o Esgoto,  a Infraestrutura, o Esporte e o Lazer. Até porque, nestas políticas todas, a esquerda, e em especial o PT tem um grande legado! 

Na disputa eleitoral deste ano, juntos os partidos de esquerda, conquistaram 952 municípios, dos 5.464 já decididos, restando 104 situações de vencedores "sub júdice"! As 952 cidades representam 17,42% do total. O fato que chama atenção é que nas cidades com mais de 200 mil eleitores, a esquerda ficou com cerca de 40% dos votos válidos. 

De um modo geral, a esquerda não alcançou a juventude com sua força transformadora, como gostaría; ela estava desestruturada, desarticulada e desmobilizada e consequentemente fragilizada, pelos seguidos ataques midiáticos mentirosos que vem recebendo desde 2013 e sua militância, acuada e escondida; e mais, apesar das denúncias de que a esquerda é corrupta, esse "dinheiro" não foi investido na campanha eleitoral, até porque, ele não existe e, ainda, sem dúvida alguma, talvez o mais pesado golpe que a esquerda sofreu nessas eleições foi a repetição de um viés de 2018: o uso criminoso de fakes news.

Mesmo diante de tantas dificuldades, a esquerda foi a luta, fez campanha e suas lideranças, que no geral, são frutos das lutas dos trabalhadores, levantaram a bandeira da defesa dos interesses e da valorização dos servidores públicos. das empresas estatais, da soberania nacional e de melhores dias para o nosso País.

Os candidatos da esquerda, ao longo de toda a campanha, demonstraram conhecimento da realidade de seus municípios, foi propositiva e ficou clara a sua relação, o seu compromisso com os interesses da sociedade. 

A esquerda, pelos motivos ditos acima, não teve condição de ocupar espaços e enfrentar os adversários na rua, em todas as cidades; foi a que menos promoveu aglomerações por conta do risco eminente do novo corona vírus; não usou a máquina pública para obrigar servidores a fazer campanha para seus candidatos; não distribui cestas básicas; não comprou votos e não usou caixa 2 e, atuou de acordo com a legislação eleitoral.

Com relação a pesquisa, a lei deixa espaço para a ação criminosa de empresas e candidaturas, pois se pode registrar a intenção de fazer a pesquisa, o formulário de pesquisa, mas não obriga a registrar o relatório da pesquisa e, com isso, o resultado pode ser aquele que o divulgador da pesquisa quiser apresentar nos jornais locais, legitimiada pelo numero de registro junto ao TSE, acaba sendo uma ação estratégica. principalmente as portas da eleição e, assim, mudar o voto de parte significativa do eleitorado. Há fortes indícios de que isso, ocorreu com muita frequência e acabou modificando o resultado da eleição de muitas cidades. Muita gente migrou seu voto de uma candidatura para outra, alegando que não queria perder o voto, caracterizando assim o chamado voto útil.

Enquanto uma parte do eleitorado votar neste ou naquele candidato não por acreditar na proposta dele, mas porque ele vai ganhar, certamente não vamos eleger quem entendemos que seja o melhor nome, a melhor proposta, a pessoa mais confiável.

O recado das urnas é muito claro: infelizmente uma grande parcela da população ainda está sob o efeito dos fakes news e sem a politização necessária para buscar as mudanças que tanto precisa em termos de políticas públicas, elegendo candidatos sem compromisso e identidade com as reais necessidades dos meios em que vivem.

Outro fator foi a não compreensão, por parte dos trabalhadores, de que não se pode pensar pela cabeça dos empresários.

Finalmente, o pior adversário da esquerda nessa eleição foi antipetismo, o antisocialismo, o anticomunismo, bastante evidenciado, principalmente nas falas de direitistas contumazes e de evangélicos ernganados por seus pastores de linha eminentemente conservadora, que acredita piamente que o homosexualíssimo, a corrupção, a desestruturação familiar, etc, são práticas e bandeiras da esquerda, o que não é verdade.

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