quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

BOLSONARO RECUSOU TRÊS OFERTAS DE VACINA

O Instituto Butantan ofereceu milhões de doses da CoronaVac ao governo em 30 de julho, 18 de agosto e 7 de outubro. O governo nunca se interessou

Piauí.Folha.Uol, MALU GASPAR, 05fev2021_10h12

Areportagem O Sabotador, publicada na edição de fevereiro da piauí, revela que o governo de Jair Bolsonaro recebeu três ofertas do Instituto Butantan para comprar a CoronaVac, a vacina produzida em parceira com a farmacêutica chinesa Sinovac. A primeira oferta, feita em 30 de julho, por meio do ofício 160/2020, informava que o instituto tinha condições de fornecer “60 milhões de doses da vacina a partir do último trimestre de 2020”. A correspondência, assinada pelo diretor do Butantan, Dimas Covas, foi endereçada ao ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. O Butantan nunca recebeu uma resposta sobre a oferta.


Interessado em colocar sua vacina no plano nacional de vacinação, o instituto voltou a insistir na oferta no dia 18 de agosto. Enviou um segundo ofício, sob o número 177/2020, em que reafirmava a proposta. Prometia fornecer 45 milhões de doses em dezembro e 15 milhões no primeiro trimestre de 2021, ao custo de 21,50 reais a dose. O diretor Dimas Covas terminava a carta colocando-se à disposição para “tomar no devido tempo as providências necessárias para as entregas”. Mais uma vez, ficou sem resposta.


Em 7 de outubro, o Butantan decidiu tentar de novo e enviou outro ofício ao Ministério da Saúde. Era mais enfático que os anteriores. Lembrava as ofertas que não haviam sido respondidas e alertava que era grande a demanda pela CoronaVac no mercado mundial e, também, entre estados e municípios brasileiros. Esclarecia que a vacina estava “em estágio mais avançado para a administração na população e com cronograma de entrega de grandes volumes já a partir de janeiro de 2021”. E fazia uma cobrança: “Sobre esta proposta, solicitamos a manifestação do ministério o mais breve possível.” O próprio Dimas Covas entregou o terceiro ofício em mãos ao general Pazuello, que fez uma expressão contrariada, mas não disse nada. Quase duas semanas depois, finalmente, o Ministério da Saúde mandou uma carta ao Butantan tratando da intenção de comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, mas Bolsonaro logo deu ordens para suspender tudo e, publicamente, garantiu que não compraria nenhuma dose da “vacina chinesa do Doria”.


Em janeiro, no entanto, depois de recusar as três ofertas apresentadas no segundo semestre de 2020, o governo federal ficou com receio de que o governador de São Paulo, João Doria, começasse a vacinar antes do Ministério da Saúde e tentou então fazer com que o Butantan fosse obrigado a lhe entregar todo o seu estoque de CoronaVac. Para evitar a manobra, o governo paulista ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal Federal e conseguiu manter a vacina em São Paulo.

A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.

ERROS EM SÉRIE E 250 MIL MORTES

Sem plano eficaz de imunização, dinheiro das vacinas paga até gasto sigiloso com operação de inteligência do Exército; governo financia campanha de tratamento precoce e mantém no ar manual para uso de cloroquina

Piaui.folha.uol.MARTA SALOMON, 25fev2021_10h23
Ilustração: Carvall

Era segunda-feira de Carnaval e o presidente Jair Bolsonaro foi abordado por jornalistas ao final de um passeio de moto em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, onde passava o feriado. No mesmo dia, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), anunciara que teria de interromper a imunização contra a Covid-19 por falta de vacinas. Bolsonaro mencionou que tinha um cheque de 20 bilhões de reais para a compra de vacinas, em falta no mercado.

Menos de uma semana depois, com o país se aproximando de 250 mil mortos pela doença e o plano de imunização atrasado, o governo usou parte do “cheque” em despesas secretas do Centro de Inteligência do Exército. Foram 150 mil reais de gastos “de caráter sigiloso”, lançados em 22 de fevereiro nos registros do Tesouro Nacional. O destino do dinheiro aparece anotado resumidamente: operação de inteligência, plano de imunização.

O “cheque” a que o presidente se referiu é uma autorização extraordinária de gastos de 20 bilhões editada em dezembro para financiar a compra de doses suficientes para vacinar a população contra o coronavírus e cobrir gastos com a logística da imunização. Desse total, 8,4 bilhões de reais haviam sido comprometidos até a quarta-feira, 24. A maior parte desse dinheiro (5,8 bilhões de reais) foi reservada para o Instituto Butantan, por 100 milhões de doses da CoronaVac, até aqui o principal pilar do programa de imunização, depois de meses sendo preterida por Bolsonaro.

No mesmo dia do registro dos gastos secretos, o governo reservou dinheiro para a compra de 20 milhões de doses da indiana Covaxin e 10 milhões de doses da russa Sputnik V, produzida em conjunto com o laboratório brasiliense União Química e defendida por lobby de aliados do Planalto no Congresso. Um total de 2,3 bilhões de reais foi reservado para a compra das doses, mesmo sem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essas vacinas. Não há registro de reserva de dinheiro para a vacina das farmacêuticas Pfizer e BioNTech, já liberada pela Anvisa, embora a versão do Plano Nacional de Imunização contra o coronavírus apresentada ao Supremo Tribunal Federal em dezembro já contasse com 70 milhões de doses desse imunizante.

Questionado sobre o objetivo da ação de inteligência na vacinação contra o coronavírus, o Comando do Exército respondeu que a atividade é resguardada por sigilo e “constitui instrumento de assessoramento no mais alto nível decisório”. O Ministério da Saúde informou que o pedido para a operação não partiu do general Eduardo Pazuello, que comanda a pasta.

Enquanto as atenções se voltavam para o programa de imunização, o Tesouro Nacional registrou, em fevereiro, o desembolso de 5,1 milhões de reais da verba para o enfrentamento da pandemia em campanha publicitária que estimula o tratamento precoce. Essa quantia (que não faz parte do “cheque” de 20 bilhões de reais) é parte do custo da campanha veiculada entre outubro e dezembro, segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, com a hashtag #naoespere e a mensagem “quanto mais cedo começar o tratamento, melhores as chances de recuperação”. O custo total da campanha foi de quase 20 milhões de reais, valor superior ao gasto na compra de seringas e agulhas para o programa de imunização e com a logística da distribuição das vacinas. As emissoras Record e SBT receberam os maiores pagamentos para veicular a propaganda.

Nesta quinta-feira, 25, o Ministério da Saúde mantinha no ar orientação para o uso de cloroquina e do antibiótico azitromicina no tratamento precoce da Covid-19. O manual foi lançado em 11 de agosto, quando Eduardo Pazuello ainda era ministro interino da Saúde, e não foi revogado nem substituído por nenhuma outra orientação da pasta, embora o general negue que tenha recomendado o uso dos medicamentos.

Durante o Carnaval, entre aglomerações que promoveu em Santa Catarina, Jair Bolsonaro voltou a defender a prescrição de remédios sem comprovação científica para o tratamento da Covid-19.

Odocumento assinado pelo ministro Paulo Guedes para justificar o “cheque” de 20 bilhões de reais, em 16 de dezembro, insistia na urgência da imunização para conter a transmissão do vírus, reduzir o número de mortos e as “demais repercussões sociais e econômicas” da doença. Mas só no final da primeira semana de janeiro o governo reservou dinheiro para comprar do Instituto Butantan as primeiras 46 milhões de doses da chinesa Sinovac, que Bolsonaro passara meses impedindo o governo de comprar. No intervalo de um dia, o governo também reservou dinheiro para importar 2 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca do laboratório indiano Serum.

Essas compras permitiram o início da imunização no país, mas não encobriram problemas no planejamento que o governo fizera no segundo semestre de 2020. Nesse período, além de recusar a compra da CoronaVac, o governo desembolsou 2,2 bilhões de reais num acordo com a farmacêutica AstraZeneca e com a adesão à Aliança Global de Vacinas, o Covax Facility, uma iniciativa apoiada pela Organização Mundial da Saúde, conforme revelou a piauí. O apoio financeiro ao desenvolvimento de vacinas deveria garantir prioridade no acesso a doses, mas isso não aconteceu. O programa nacional de imunização só teve início em 18 de janeiro e com doses da CoronaVac compradas do Butantan, um dia depois do início da vacinação em São Paulo.

As primeiras doses do acordo da AstraZeneca com a Fiocruz só começam a ser distribuídas na segunda quinzena de março. A fundação espera alcançar 210,4 milhões de doses neste ano, 110,4 milhões delas já a partir da produção nacional do principal insumo, a partir de agosto. O Ministério da Saúde evita divulgar novas previsões de datas para as vacinas do consórcio Covax Facility. A previsão de entrega 14 milhões de doses a partir de março caiu para um total de 10,6 milhões de doses no primeiro semestre do ano. O custo total dos dois acordos celebrados entre setembro e outubro de 2020 é de 4,5 bilhões de reais.

Dados detalhados sobre os gastos públicos deveriam estar disponíveis para a consulta da população no Portal da Transparência, mantido pela Controladoria Geral da União. Mas a atualização dos dados está suspensa desde 31 de dezembro. A CGU informou que a divulgação foi suspensa por causa de uma mudança no sistema do Tesouro Nacional. A previsão inicial era de que as consultas fossem liberadas a partir de fevereiro, mas isso ainda não havia acontecido faltando três dias para o final do mês. A piauí obteve as informações sobre os gastos para o enfrentamento da pandemia em 2021 diretamente do Tesouro.

Com base nessas informações, é possível estimar o custo de cada dose de vacina comprada pelo governo federal. O contribuinte paga 58 reais por dose, no caso da CoronaVac, mais que o dobro dos 28,60 pagos pela dose da vacina da AstraZeneca fabricada na Índia. O menor preço ainda é o da vacina da AstraZeneca produzida em parceria com a Fiocruz, estimado em menos de 10 reais por dose. As vacinas do consórcio Covax Facility chegarão a um custo de pouco mais de 59 reais por dose, preço pouco superior ao da CoronaVac. A Sputnik e a Covaxin têm os maiores preços até aqui: a vacina russa custa pouco mais de 69 reais, enquanto a indiana custará 80,70 por dose.

Uma análise do movimento dos gastos entre 1o de janeiro e 24 de fevereiro mostra que não foram registradas novas despesas com o enfrentamento da pandemia fora do programa de imunização, apenas o pagamento de gastos lançados anteriormente, como a campanha publicitária do atendimento precoce. As despesas autorizadas para a vacinação (24,5 bilhões de reais) por meio de três medidas provisórias diferentes representam 38% do total de gastos do Ministério da Saúde com a pandemia. Dos gastos previstos com a imunização, 11,2 bilhões de reais já foram reservados e apenas 2,8 bilhões de reais foram pagos. O governo segue sentado em cima de 13,3 bilhões de reais.

Há 33 anos, Exército disse o que pensava sobre Bolsonaro: “indigno para a carreira das armas”

Órgão de imprensa oficial do Exército publicou em fevereiro de 1988 um texto que diz que Bolsonaro e outro capitão "faltaram com a verdade e macularam a dignidade militar" e são "considerados indignos para a carreira das armas", após Bolsonaro tentar estourar bombas em unidades militares

Brasil 247, 25/02/2021, 10:04 h Atualizado em 25/02/2021, 10:22
   (Foto: Divulgação)

O jornalista Rubens Valente, em sua coluna no portal UOL, relata que, “há 33 anos, em uma quinta-feira como hoje, o ‘Noticiário do Exército’, veículo oficial da instituição produzido no Quartel General do Exército em Brasília, circulou com um raro editorial na capa. Trata-se de uma manifestação de desapreço que circulou por todas as unidades militares no território nacional contra o então capitão Jair Bolsonaro, na época com 32 anos”.

“Intitulado ‘A verdade: um símbolo da honra militar’, o texto de 25 de fevereiro de 1988 diz que Bolsonaro e outro capitão "faltaram com a verdade e macularam a dignidade militar". Cita conclusões de ‘Conselhos de Justificação' instaurados para investigar os dois militares depois que a revista ‘Veja’ divulgou, em outubro de 1987, reportagem sobre um suposto plano de Bolsonaro para estourar bombas em unidades militares. De acordo com a revista, a ideia de Bolsonaro era protestar contra os baixos salários dos militares e, assim, prejudicar o comando do então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves. Em junho de 1988, Bolsonaro acabou absolvido das acusações pelo STM (Superior Tribunal Militar)”, relata o jornalista.

O jornalista acrescenta que “as conclusões do Exército do início daquele ano foram totalmente diferentes, como descreve o editorial de 16 parágrafos do ‘Noticiário’. ‘ fato e tais circunstâncias tornaram os oficiais passíveis de serem considerados impedidos de continuar a pertencer aos quadros de nosso Exército, se assim forem julgados pelo STM. O Exército tem, tradicionalmente, utilizado todos os meios legais para extirpar de suas fileiras aqueles que, deliberada e comprovadamente, desmerecem a honra militar. A verdade é um símbolo da honra militar’, diz o editorial”.

Segundo Valente, o texto do exército ressalta que "Tornaram-se [Bolsonaro e seu colega], assim, estranhos ao meio em que vivem e sujeitos tanto à rejeição de seus pares como a serem considerados indignos para a carreira das armas. Na guerra, já plena de adversidades, não se pode admitir a desonra e a deslealdade que não do lado inimigo, jamais do lado amigo."

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Juristas apontam: Erika Marena e procuradores serão processados por vários crimes no caso do testemunho falso

Para advogados constitucionalistas e criminalistas, a criaçao de um testemunho inexistente na Lava Jato feito por Erika Marena com anuência de Dallagnol e outros procuradores são gravíssimos e, caso confirmados, podem configurar crimes como falsidade ideológica, prevaricação e fraude processual

Brasil 247, 24/02/2021, 08:01 h Atualizado em 24/02/2021, 09:12
   Erika Marena (Foto: reuters)

Conjur - A revelação de que ao menos uma delegada teria forjado e assinado depoimentos que nunca ocorreram, com a anuência de procuradores da autoproclamada operação Lava Lato, pode ter desdobramentos graves para os envolvidos.

Os diálogos foram enviados pelos advogados do ex-presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal e foram apreendidos no curso de investigação contra hackers que invadiram os telefones de autoridades.

Na conversa revelada pela ConJur, os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello Júnior relatam o que contou uma delegada da Polícia Federal chamada Erika — provavelmente a delegada Erika Marena, que era a responsável pelos casos do consórcio de Curitiba.

"Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada... Dá no mínimo uma falsidade... DPFs são facilmente expostos a problemas administrativos", disse Deltan.

Figura destacada no grupo de Curitiba, Marena foi interpretada pela atriz Flávia Alessandra no filme "Polícia Federal — A lei é para todos". Ela também tem um episódio trágico no currículo. Após sair da capital do Paraná e da "lava jato", foi para Santa Catarina. Lá, comandou uma operação que investigava uma suposta corrupção no núcleo de ensino à distância da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), que resultou na prisão preventiva do reitor Luiz Carlos Cancellier.O professor foi solto, mas sem o direito de pisar na universidade durante o inquérito. Ele cometeu suicídio logo em seguida, em outubro de 2017. O inquérito, por outro lado, não apresentou qualquer prova até o momento.

Para advogados constitucionalistas e criminalistas, os fatos narrados são gravíssimos e, caso confirmados, podem configurar crimes como falsidade ideológica, prevaricação e fraude processual.

"Há a possível falsidade ideológica do documento público, uma vez que teria sido fabricado um termo de depoimento com informações que não refletiam a realidade. Há a prevaricação dos agentes públicos que tomaram ciência do fato e nada fizeram. Em suma, o caso é gravíssimo e requer apurações para a eventual responsabilização dos culpados", explica Conrado Gontijo, advogado criminalista, doutor em Direito Penal pela USP.

Adib Abdouni, advogado criminalista e constitucionalista, defende uma investigação imediata contra a delegada. "O crime consiste em materializar declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. No caso da delegada, tal conduta agrava-se por ter sido cometida por funcionária pública, prevalecendo-se do cargo", diz.

Almino Afonso Fernandes, advogado constitucionalista e sócio do escritório Almino Afonso & Lisboa Advogados Associados, afirma que "é simplesmente inimaginável que alguém, a pretexto de combater a corrupção, possa utilizar-se de expediente tão abominável e criminoso, como se os fins pudessem justificar os meios". Para Almino, "mais lamentável, ainda, é saber que tais práticas tenham contado com a concordância de alguns poucos procuradores da República que, a rigor, deveriam defender a ordem jurídica e o Estado de Direito".

Para David Metzker, advogado criminalista e sócio da Metzker Advocacia, a "conduta extremamente grave e que precisa ser investigada". "Não há como admitir que depoimentos sejam criados. São demonstrações de ilegalidades que precisam ser analisadas com urgência".

O advogado Willer Tomaz, sócio do escritório Willer Tomaz Advogados Associados, vai além. "São bem conhecidos na comunidade jurídica os graves abusos e arbitrariedades perpetrados na Lava Jato em face dos réus, e este fato envolvendo uma possível falsificação do depoimento de uma testemunha por parte de uma delegada da Polícia Federal, para prejudicar um ou mais acusados, poderá configurar, se comprovado, diversos crimes passíveis de prisão e representará um dos maiores escândalos já vistos na história da justiça criminal brasileira, que jamais deveria se prestar a tamanho papelão. É do interesse de toda a sociedade que o caso seja investigado rigorosamente."

De acordo com o advogado criminalista Daniel Bialski, mestre em Processo Penal pela PUC-SP e membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), "caso o STF entenda pela validade das provas obtidas, a delegada federal e demais envolvidos poderão e deverão ser investigados por diversos crimes. Entre eles, falsidade ideológica e/ou documental e fraude processual majorada, além das cominações administrativas até demissão do serviço público", opina.

Por fim, o advogado Luis Felipe D´Aloia, criminalista do escritório Bialski Advogados, entende que, "se confirmada, tendo em vista que eram cientes e nenhuma providência tomaram, os procuradores, que têm o dever de ofício em coibir tais condutas, poderão responder por prevaricação ou até mesmo como partícipes das supostas condutas que teriam sido adotadas pela agente policial".

Coronel do Exército demitido por Salles diz que Ibama está paralisado e loteado entre PMs

Ex-superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, o coronel da reserva do Exército Luiz Carlos Marchetti acusa Ricardo Salles de paralisar o Ibama e lotear o órgão entre PMs de São Paulo

24 de fevereiro de 2021, 08:10 h Atualizado em 24 de fevereiro de 2021, 08:15
Coronel da reserva do Exército Luiz Carlos Marchetti e Ricardo Salles 
(Foto: Reprodução | Mayke Toscano/Secom-MT | ABr)

Exonerado do cargo nessa terça-feira (23) pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o ex-superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, o coronel da reserva do Exército Luiz Carlos Marchetti, afirmou que o ministro está "mobiliando" (loteando) o instituto com policiais militares de São Paulo.

"O que está acontecendo é uma coisa sórdida. Um policial militar lá de dentro pediu minha vaga e a sequência disso foi a sequência de uma política equivocada do ministro, que mobiliou todo o Ibama", afirmou em entrevista ao portal Campo Grande News.

Segundo o coronel, quem deve assumir a vaga deixada é um coronel da Polícia Militar de São Paulo. "Ele já fez o mesmo em outros Estados. É uma pena porque vai mandar para o meio ambiente uma pessoa que nunca pisou aqui. Eu estou no Estado há 30 anos", acrescentou.

O desgaste do ministro junto ao governo e à população ficou evidente a partir do segundo trimestre deste ano, após a divulgação de conteúdo de um vídeo da reunião ministerial que aconteceu no dia 22 de abril do ano passado, quando Salles sugeriu que o governo deveria aproveitar a atenção da imprensa voltada à pandemia de Covid-19 para aprovar "reformas infralegais de desregulamentação e simplificação" na área do meio ambiente e "ir passando a boiada".

Pelo visto "boiada" se concretizou. Pesquisadores compilaram despachos federais de regramento ambiental no Brasil e encontrou durante o governo Bolsonaro 57 dispositivos legais que se encaixam nas categorias de "desregulação" e "flexibilização", enfraquecendo regras de preservação.

Rosa Weber dá 5 dias para Bolsonaro explicar decretos que flexibilizam acesso às armas

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, determinou um prazo de cinco dias para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) explique seus decretos sobre armas

Brasil 247, 24/02/2021, 03:51 h Atualizado em 24/02/2021, 03:51
   Rosa Weber e Jair Bolsonaro (Foto: STF | ABr)

Sputnik - Bolsonaro terá que dar explicações no prazo de cinco dias sobre decretos que flexibilizam acesso às armas. Foi o que determinou nesta terça-feira (23) a mnistra do STF, Rosa Weber.

Bolsonaro editou, via quatro decretos no dia 12 de fevereiro, um grupo de regras para o uso e a compra de armas de fogo, de forma a flexibilizar o acesso às armas.

Ações dos partidos PSB, Rede, PT e PSOL questionam os decretos apontam que elas violam direitos fundamentais como o direito à vida, à dignidade da pessoa humana e à segurança pública.

A ministra Rosa Weber é a relatora das ações partidárias que questionam os decretos no Supremo e determinou que as matérias sejam levadas ao plenário do STF. Na decisão da terça-feira (23), Weber salienta que todos os decretos sobre armas feitos por Bolsonaro até agora foram questionados na Corte.

Entre os efeitos da flexibilização que Bolsonaro propõe estão o aumento do número de armas que cada brasileiro pode possuir, além de que colecionadores, caçadores e atiradores tiveram o acesso às armas facilitado.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

STF exige que Ministério da Justiça investigue delegada Érika Marena por falsificação de testemunho na Lava Jato

O STF exigiu que o Ministério da Justiça investigue a conduta da delegada da PF Érika Marena, que durante investigações da Lava Jato inventou depoimento inexistente de uma testemunha. Procuradores disseram que ela lavrou depoimento sem ter de fato ouvido um delator

23 de fevereiro de 2021, 05:58 h Atualizado em 23 de fevereiro de 2021, 08:03
  Delegada Érika Marena (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

O STF (Supremo Tribunal Federal) questionou o ministro da Justiça, André Mendonça, sobre a revelação de que a delegada Érika Marena, da Polícia Federal, que coordenou investigações da Lava Jato, inventou depoimento de uma testemunha sem que ele tivesse ocorrido de fato. A PF é subordinada a Mendonça.

O ministro afirmou que investigaria os fatos, informa a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S.Paulo.

A conduta da delegada Érika Marena foi revelada em diálogos entre os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello Júnior.

Leia a reportagem sobre a falsificação de Marena. Ela é apontada como a responsável pelo suicídio do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier. Ele se matou em 2 de outubro de 2017 depois de ser ilegalmente preso e perseguido por Marena. Leia a reportagem desta segunda-feira (22):

247 com Conjur - Novos diálogos de procuradores da Lava Jato, enviados ao Supremo Tribunal Federal pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (22), a delegada da Polícia Federal Erika Marena é acusada de forjar e assinar depoimentos que jamais ocorreram na operação.

Erika Marena foi a delegada responsável pela operação que perseguiu reitores em Santa Catarina, prendendo ilegalmente Luiz Carlos Cancellier, então reitor da UFSC e que se suicidou depois de uma humilhação pública com acusações de corrupção na universidade. Em 2018, ela foi convidada por Sérgio Moro para integrar a equipe dele no Ministério da Justiça. Depois da saída dele, acabou exonerada.


Nos diálogos, os procuradores da Lava Jato revelam que Erika praticou uma falsificação. Pensando atender a pedidos dos procuradores, Erika criou um falso termo de depoimento, simulando ter ouvido a testemunha com escrivão e tudo, “quando não ouviu nada”.

A constatação consta de diálogo mantido entre os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello Júnior em janeiro de 2016. Nele, eles relatam o que contou uma delegada da Polícia Federal chamada Erika.

"Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada... Dá no mínimo uma falsidade... DPFs são facilmente expostos a problemas administrativos", disse Deltan.

Orlando Martello Júnior mostra preocupação com a possibilidade de esses problemas administrativos levarem ao descrédito da força-tarefa de Curitiba. Diz que “se deixarmos barato, vai banalizar”.

Então propõe uma saída: “combinar com ela de ela nos provocar diante das notícias do jornal para reinquiri-lo ou algo parecido. Podemos conversar com ela e ver qual estratégia ela prefere. Talvez até, diante da notícia, reinquiri-lo de tudo. Se não fizermos algo, cairemos em descrédito”.

A sequência do diálogo, segundo a defesa de Lula, mostra que o uso de depoimentos forjados era algo reiterado pelo grupo de procuradores de Curitiba. O diálogo segue na mensagem de Martello Júnior a Deltan Dallagnol.

“O mesmo ocorreu com padilha e outros. Temos q chamar esse pessoal aqui e reinquiri-los. Já disse, a culpa maior é nossa. Fomos displicentes!!! Todos nós, onde me incluo. Era uma coisa óbvia q não vimos. Confiamos nos advs e nos colaboradores. Erramos mesmo!”, diz.

A preocupação é, também, com a eficiência das colaborações premiadas que a força-tarefa fez uso. “Se os colaboradores virem uma reação imediata, vão recuar. O Moura quer ficar bem com JD e demais, ao mesmo tempo em q se da de bobo e nada acontece com ele. À prova, igualmente, fica prejudicada”, complementa Martello Júnior.

“Concordo, mas se o colaborador e a defesa revelarem como foi o procedimento, a Erika pode sair muito queimada nessa... pode dar falsidade contra ela... isso que me preocupa”, responde Deltan.

As mensagens entre procuradores foram apreendidas no curso da chamada operação "spoofing".

Moro admite que Lava Jato poderá ser anulada e reclama que é “odiado”

O ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, que já foi a pessoa mais poderosa do país, com milhões de admiradores, agora reclama que é “odiado” e teme que a Lava Jato seja toda anulada

23 de fevereiro de 2021, 08:30 h Atualizado em 23 de fevereiro de 2021, 08:33
  (Foto: Agência Brasil)

Sergio Moro já admite a interlocutores que a Lava Jato irá desmoronar debaixo de toda enxurrada de ilegalidades reveladas pelas petições da defesa de Lula depois do acesso às mensagens da Operação Spoofing. Moro está com medo de que toda Lava Jato seja anulada.Segundo a colunista Bela Megale, Moro admite que não tem horizonte na política e que se sente odiado. “Parte considerável dos políticos de Brasília me odeia”, tem dito o ex-juiz e ex-ministro.

A Operação Spoofing foi deflagrada pela Polícia Federal em julho de 2019, com o objetivo de investigar as invasões às contas de Telegram da Lava Jato que deram origem à Vaza Jato e agora às petições da defesa de Lula. Toda a escuta foi conduzida pelo hacker Walter Delgatti, cuja história será transformada num documentário pela TV 247.

As revelações que vieram à tona desde a Vaza Jato e agora com as petições da defesa de Lula levaram o ministro Gilmar Mendes, do STF, a afirmar que a Lava Jato corrompeu a democracia no Brasil: "Primeiro a Lava Jato atua na prisão do Lula. Prestes à eleição, a Lava Jato divulga o chamado depoimento ou delação do Palocci, tentando influenciar o processo eleitoral. Depois, o Moro vai para o governo Bolsonaro, portanto eles não só apoiaram como depois passam a integrar o governo Bolsonaro”.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Dias Toffoli afirma que houve financiamento internacional a campanhas contra instituições

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli afirmou que o inquérito das fake news identificou financiamento internacional a atores que usam as redes sociais para fazer campanhas contra as instituições brasileiras, em especial o STF e o Congresso Nacional

Brasil 247, 22/02/2021, 05:21 h Atualizado em 22/02/2021, 07:58
    Ministro do STF Dias Toffoli (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, exibido na madrugada desta segunda-feira (22), o ex-presidente do STF, Dias Toffoli, disse que o inquérito das fake news identificou que houve financiamento internacional a atores que usam as redes sociais para fazer campanhas contra as instituições brasileiras.

Toffoli disse que a investigação vai dar continuidade ao "aprofundamento desses dados", sob comando do ministro Alexandre de Moraes - quem, segundo Toffoli, o "autorizou" a dar a informação para a imprensa, informa O Estado de S.Paulo.

Na entrevista, Toffoli classificou a descoberta como "gravíssima”. O ministro acrescentou que não poderia dar mais detalhes sobre a investigação.

Daniel Silveira traduziu para o povão discurso do general

"O discurso de Daniel Silveira é a tradução do que disse o general para o pesquisador da FGV, mas acessível para os que gritam 'mito', para os que andam de ônibus e para os que convivem de perto com o poder das milícias", escreve a jornalista Denise Assis

Brasil 247, 21/02/2021, 09:59 h Atualizado em 22/02/2021, 05:11
   Daniel Silveira (Foto: Reprodução/YouTube)

Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia - Tive a pachorra de ouvir não uma, mas algumas vezes o vídeo com a fala do ainda deputado federal Daniel (o quê?) Silveira, que obteve na Câmara 364 votos a favor da manutenção da sua prisão, e apenas 130 pela sua liberdade. Isto, depois da unanimidade de 11 X 0 no Supremo Tribunal Federal, onde seu “discurso” caiu como um alerta vermelho de que algo não ia bem no reino da nossa pátria mãe gentil.

E não vai mesmo. Há na sua fala muito mais do que as baixarias do “bilau pequeno” do ministro Edson Fachin e a linguagem miliciana da surra do gato morto. Há um recado. E muito bem dado, para as classes que não frequentam as páginas do livro de memórias do general Villas Boas.

Voltem à cena política da semana passada e só assim podemos entender o contexto em que surge para os seus 15 minutos de fama o tal Daniel do quê. A rejeição a Jair Bolsonaro como presidente da República atingiu seu maior percentual desde junho de 2020, como mostrou pesquisa realizada pelo PoderData entre terça-feira (15) e esta quinta (17). De acordo com o levantamento, 48% dos entrevistados consideraram que a atuação do chefe do Executivo é ruim ou péssima. É importante destacar que quando essas pesquisas vão para a rua o Planalto já tem em mãos os números, detectados pelo GSI. Ou deveria ser assim. Portanto, já havia entre a turma do poder, notícias da queda, sem a receita da “volta por cima”.

Tínhamos em pauta o depoimento vexaminoso do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, concedido intramuros do Exército Brasileiro, à Polícia Federal (uma desonra). Pazuello estava contra a parede por sua inépcia na compra e distribuição das vacinas – sem falar na falta de oxigênio em Manaus. Havia a perspectiva do tombo de 4% do PIB e, ainda, o escândalo das compras milionárias no alto escalão das Forças Armadas. Juntem tudo isto, agora dispam-se do preconceito verbal, abram os ouvidos e coloquem para rodar novamente o vídeo.

Não. Não está ali apenas um “feixe de músculo”. A função é clara. Sofremos um ataque violento de desmonte das instituições e do ambiente democrático de que dispomos com muita luta. Foi ação orquestrada. Na iminência da derrota política, de um descer de ladeira sem fim, a turma do “fim da guerra fria” arquitetou uma jogada decisiva.

De um lado, vinha o general Villas Boas, (de novo ele) disseminando suas ideias e repercutindo o seu discurso para o distinto público letrado. De outro, Daniel, direcionado para os 31% que se aglomeram e passam a quilômetros das páginas de um livro, repetindo o mesmo discurso. Os dois falam as mesmas coisas, mas um tem a sofisticação na medida para os que estudaram, enquanto Daniel, com sua linguagem chula, cantochão – mas cristalina -, dá o recado para o povão.

O discurso de Daniel é a tradução do que disse o general para o pesquisador da FGV, mas acessível para os que gritam “mito”, para os que andam de ônibus e para os que convivem de perto com o poder das milícias.

Não tenham dúvida. Daniel teve uma função naquele momento, bem como Villas Boas e os “empijjamados” do Clube Militar, cuja única função é fustigar a democracia, desde o retorno aos quartéis, em 1985. Na queda, na fragilidade, foram para o “tudo ou nada”, da mesma forma que Bolsonaro, ao se dirigir ontem, aos formandos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, disse que se dependesse dele, “não seria esse o regime que estamos vivendo”. Disso sabemos nós. O que não podemos ignorar, é que eles fizeram uma ação orquestrada para todos os públicos.

Estão dispostos a destruir o pacto da transição, montado (sem a nossa anuência) entre Tancredo Neves, o general Leônidas Pires Gonçalves, a Arena arrependida e o MDB conservador. Aqueles senhores desconheceram, naquele momento histórico da “conquista” do colégio eleitoral, a força da sociedade, que depois de 21 anos subjugada ergueu a sua voz nas ruas e participou ativamente da construção da Constituição de 1988, inserindo na Carta direitos que eles odeiam e desde 2016 tentam apagar item por item, artigo por artigo.

A Constituição mandou para casa os agraciados com a “Medalha do Pacificador”, os alunos da “Escola das Américas” e dos generais Golbery e João Figueiredo, professores da grade de formação dos quadros do SNI. Deixou em cena os filhotes da guerra fria, que tremem só em ver uma camiseta vermelha e são formados pelo “Manual de Campanha – Operações Psicológicas”, do Estado Maior do Exército, de que tratei em artigo de 17 de junho de 2020, aqui, no 247. Caso estejam bem-dispostos, ouçam novamente neste final de semana o vídeo do Daniel. Está lá, o discurso do manual. E o do general, “traduzido”.

Mais uma farsa da Lava Jato: PF registrou depoimento de testemunha que sequer foi ouvida

"Ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada...", afirmou Deltan Dallagnol em referência à delegada Erika Marena durante uma conversa com Orlando Martello Júnior. "A culpa maior é nossa, fomos disciplicentes", disse Martello. Os diálogos estão em nova petição apresentada pela defesa de Lula ao STF

Brasil 247, 22/02/2021, 13:00 h Atualizado em 22/02/2021, 13:18
     Deltan Dallagnol e a delegada Erika Marena 
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil - Divulgação)

Em nova petição apresentada pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (22), ficam evidentes novas ilegalidades cometidas pela Lava Jato. Procuradores da operação em Curitiba (PR) afirmaram, em diálogos, que a delegada da Polícia Federal Erika Marena lavrou o termo de depoimento de uma testemunha sem que ela tivesse sido ouvida.

Em uma conversa no dia 26 de janeiro de 2016, o procurador Deltan Dallagnol afirmou ao também procurador Orlando Martello Júnior: "Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada... DPFs [delegado da polícia federal] são facilmente expostos a problemas administrativos". O teor das conversas foi publicado pela coluna de Mônica Bergamo.

"Podemos combinar com ela [Erika] de ela nos provocar diante das notícias do jornal para reinquiri-lo ou algo parecido", respondeu Martello. "Podemos conversar com ela e ver qual estratégia ela prefere. Talvez até, diante da notícia, reinquiri-lo de tudo. Se não fizermos algo, cairemos em descrédito. O mesmo ocorreu com padilha e outros. Temos q chamar esse pessoal aqui e reinquiri-los. Já disse, a culpa maior é nossa. Fomos displicentes!!! Todos nós, onde me incluo. Era uma coisa óbvia q não vimos. Confiamos nos advs e nos colaboradores. Erramos mesmo!", acrescentou.

"Concordo", responde Dallagnol. "Mas se o colaborador e a defesa revelarem como foi o procedimento, a Erika pode sair muito queimada nessa... pode dar falsidade contra ela... isso que me preocupa".

Erika Marena foi a delegada responsável pela operação que perseguiu reitores em Santa Catarina, prendendo ilegalmente Luiz Carlos Cancellier, então reitor da UFSC e que se suicidou depois de uma humilhação pública com acusações de corrupção na universidade. Em 2018, ela foi convidada por Sérgio Moro para integrar a equipe dele no Ministério da Justiça. Depois da saída dele, acabou exonerada.

Na petição encaminhada ao STF, a defesa do ex-presidente Lula apontou uma "gravíssima realidade" nas conversas dos procuradores de Curitiba. "Além de terem praticado inúmeras ilegalidades contra o aqui reclamante [Lula[, a construção de um cenário em que ele ocuparia a liderança máxima de uma afirmada organização criminosa envolveu o uso contumaz de depoimentos que jamais existiram", afirmou.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

É impossível seguir Jesus e se calar sobre Bolsonaro: traíram o Evangelho

        O presidente Jair Bolsonaro em Brasília     Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Ronilso PachecoColunista do UOL 21/02/2021 04h00

Não são poucas as igrejas evangélicas e os evangélicos que têm demonstrado apoio irrestrito ou silêncio conivente com o governo bolsonarista. Até aí, estaria tudo bem, porque, gostemos ou não, são escolhas.

Como o campo evangélico é extremamente diverso, é comum a alegação de que evangélicos possuem posicionamentos diferentes e podem sustentar suas posições na Bíblia, porque isso seria uma questão de interpretação. Mas, definitivamente, não se trata de interpretação. Mas, definitivamente, não se trata de interpretação. A vida de Jesus está lá, nos quatro Evangelhos do Novo testamento para servir de referência.

A posição desses pastores — seus impérios, sua conivência com a política bem-sucedida de indiferença com os cuidados da população — é uma traição inquestionável do que é a vida de Jesus descrita nos quatro Evangelhos.

Homens como Silas Malafaia, Edir Macedo, Valdemiro Santiago e R.R. Soares não possuem qualquer compromisso com uma "forma" de ser evangélico. São interesseiros milionários. É inexplicável que líderes milionários se digam imitadores de alguém que mal tinha uma casa e fomentou que os ricos distribuíssem a riqueza que tinham.

Chega a ser doentio que esses pastores busquem conquistar o país com uma megaigreja em cada parte do território nacional, enquanto, na Bíblia, Jesus não teve qualquer apego aos templos por onde passou.

Aliás, as principais memórias sobre Jesus, os textos mais conhecidos sobre suas mensagens (o Sermão da Montanha talvez seja o maior deles) aconteceram em meio ao povo, na rua, nos montes, às margens de rios, e nunca no templo. É sintomático que, nas poucas ocasiões em que Jesus aparece no templo, ele tenha precisado fugir da elite religiosa, ameaçado de morte.

Isso não quer dizer que igrejas são desnecessárias, quer dizer que igrejas têm mais a ver com uma relação comunitária, cuidada por sua liderança, do que com um império de centenas de igrejas espalhadas pelo país e que torna o seu pastor-fundador absurdamente rico, milionário.

O império desses homens também criou uma geração de pastores "playboys" que ostentam preconceito, racismo religioso e homofobia. Pastores como André Valadão e Lucinho Barreto não são apenas pregadores ruins, são cínicos e desrespeitosos.

Como a pregação no púlpito de uma igreja também é algo que se aprende a fazer (as frases, as orações, as músicas, os gestos, o tom de voz, tudo pode ser ensinado e aprendido) eles apenas interpretam, cada um à sua maneira.

Lucinho Barreto é o homem que age como menino, brincando de "cheirar a Bíblia", incitando racismo religioso, gabando-se de atacar terreiros. Que diz que, contra bandido, o policial deve matar "descarregando a arma e jogar o revólver na cara no final".

Da mesma forma faz André Valadão, o menino rico que ostenta a boa vida em Orlando, nos Estados Unidos, enquanto acha estar defendendo a Bíblia ao dizer que "igreja não é lugar para gays".

Igreja Batista Lagoinha, Vitória em Cristo, Universal, Renascer, Sara Nossa Terra, Catedral do Avivamento, de Marco Feliciano, Igreja Batista Atitude, entre outras e suas respectivas lideranças não possuem nada, absolutamente nada, do que a vida de Jesus é. Consequentemente, elas ferem e traem quem deposita nelas a credibilidade de conhecimento e compromisso com o Evangelho.

Mas nem tudo vem do mundo pentecostal e seus pastores milionários, seus playboys inconsequentes. Não mesmo. A precariedade e perversidade políticas do governo Jair Bolsonaro (sem partido) também têm a chancela dos que fingem "racionalidade" e imparcialidade.

Órgãos como Convenção Batista Brasileira, Coalizão pelo Evangelho, Visão Nacional para a Consciência Cristã, Associação Nacional dos Juristas Evangélicos, Jocum (Jovens com uma Missão), entre outros, contribuem para blindar um governo que tem na violência sua principal linguagem, prioriza mais as armas do que as vacinas e continua atacando minorias sociais (e a democracia).

E, como o governo odeia tudo que tem aparência de "esquerda", "comunista" ou "progressista", esses homens (sempre homens) "ilustrados" da igreja usam o silêncio para chancelar tudo que o bolsonarismo tem raivosamente implementado, da política econômica à social.

Não há inspiração em Jesus possível aqui. Um país com um governo que patina no cuidado da saúde numa das maiores crises sanitárias de nossa história, com a economia secundarizada para os mais pobres, implorando por um auxílio emergencial para não tocar a fome, e o campo evangélico conservador e fundamentalista dividido entre os que olham ensimesmados para o céu e os que olham para suas contas bancárias e para os privilégios da sua igreja.

Rosa Weber envia à PGR acusação contra Bolsonaro por promoção da cloroquina

O documento do PDT pede que Bolsonaro seja investigado pela suposta “prática dos crimes de emprego irregular de verbas públicas e perigo para a vida ou saúde de outrem” e pela “dispensa de licitação para a produção de comprimidos de cloroquina”

21 de fevereiro de 2021, 15:18 h Atualizado em 21 de fevereiro de 2021, 15:18
  (Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE)

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à Procuradoria-Geral da República uma notícia-crime contra Jair Bolsonaro, apresentada pelo PDT, por promoção do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19, segundo a Crusoé.

O documento pede que Bolsonaro seja investigado pela suposta “prática dos crimes de emprego irregular de verbas públicas e perigo para a vida ou saúde de outrem” e pela “dispensa de licitação para a produção de comprimidos de cloroquina”.

Cabe ao PGR, Augusto Aras, optar se prossegue ou arquiva o pedido.

Paulo Guedes está sendo "fritado"?

Miriam Leitão diz que Bolsonaro deu golpe na Petrobrás e que Guedes virou fantasma no governo, enquanto Salim Mattar diz que sonho liberal acabou, que Paulo Guedes foi vencido e que Bolsonaro é truculento

Brasil 247, 21/02/2021, 08:17 h Atualizado em 21/02/2021, 08:17
   Miriam Leitão detona comunicação de Paulo Guedes. (Foto: Divulgação)

A jornalista Miriam Leitão, que fez campanha pelo golpe de 2016, que teve como finalidade principal transferir a renda do pré-sal da sociedade brasileira para acionistas privados da Petrobrás, hoje diz em sua coluna que Jair Bolsonaro e os militares deram um golpe na estatal. "A Petrobras está sob intervenção de militares. O presidente da empresa e do conselho são um general e um almirante, o ministro da área, um almirante. A empresa perdeu R$ 50 bilhões de valor, no pregão de sexta-feira e no after market, e a governança foi violentada. Jair Bolsonaro alimentou a especulação, anunciou a mudança pelo Facebook e o fato relevante veio só depois. O general Joaquim Silva Luna foi um dos redatores da nota de ameaça ao Supremo em 2018. O ministro da Economia, Paulo Guedes, virou um fantasma dentro do governo", diz ela.

"Acionistas podem entrar na Justiça porque tiveram prejuízo por ato temerário do acionista controlador. Várias regras das empresas de capital aberto e do estatuto da Petrobras foram feridas por Bolsonaro. O golpe foi executado em detalhes. Ao anunciar que indicava Silva Luna também para ser um dos membros do Conselho de Administração, o governo convocou uma Assembleia Geral Extraordinária. A Lei das S/A de 2001, artigo 141, parágrafo terceiro, diz que sempre que houver a destituição de um membro do conselho todos os outros estão destituídos. Assim, o governo preparou o bote. Se houvesse resistência ao nome do general Luna, entre os seus representantes no Conselho de Administração, todos os nomes restantes seriam trocados. À noite, o governo informou que os reconduzia. Contudo, ficou sobre eles a espada", afirma.

"A governança da Petrobras foi atacada por Bolsonaro para impor o controle de preços. Nem isso contentará os caminhoneiros. Bolsonaro é inimigo do liberalismo econômico e derrubou o valor da ação da Petrobras. Mas isso se recupera no futuro. O bem mais caro que Bolsonaro ameaça é a democracia. O país sabe o alto preço que pagou por ela", diz ainda Miriam Leitão.

O empresário Salim Mattar, responsável pelas privatizações do governo está desapontado

      (Foto: ABr)

O empresário Salim Mattar, dono da Localiza, locadora de veículos que conta com uma série de incentivos fiscais, e que foi para o governo de Jair Bolsonaro para tentar desmontar o estado brasileiro, na secretaria de privatizações, expôs seu lamento com o fim do sonho liberal, em entrevista à jornalista Cleide Silva, publicada no jornal Estado de S. Paulo. "O ministro Guedes é resiliente, obstinado e determinado, mas não percebeu que foi vencido. Por exemplo, há quanto tempo a história da Eletrobrás está no Congresso e não consegue autorização? Tem a Casa da Moeda, que eu tentei privatizar e o Congresso disse não por considerá-la estratégica. Mas ela é uma gráfica. O pior é que daqui três ou quatro anos vamos vender as máquinas de fazer notas e moedas a quilo em ferro velho porque não vai ter mais valor. Essas pessoas que falam que é estratégico são cegas e não conseguem entender que moeda e papel moeda vão desaparecer em pouco tempo. A China, desde maio do ano passado, só paga os servidores em moeda digital, princípio que outros países vão adotar", disse ele.

Salim Mattar também criticou a demissão de Roberto Castello Branco, o presidente entreguista da Petrobrás, que vinha privatizando a empresa aos pedaços. "Primeiro acho que faltou elegância, respeito e consideração pela forma como foi demitido. Isso demonstra uma certa truculência do governo. O histórico da Petrobrás é que os presidentes têm sido substituídos a cada dois anos. Como pode uma empresa dar certo trocando o presidente a cada dois anos? Quero lembrar que há alguns anos saiu o Pedro Parente por problemas parecidos - combustível, greve de caminhoneiro. Repare que os interesses políticos sobre as empresas continuam acentuados. Governos, por favor fechem o capital da Petrobrás e façam o que quiserem, mas respeitem as regras."

Raduan Nassar: se STF não se acovardar, Lula será candidato em 2022

O jornalista Raduan Nassar ainda ressaltou a desmoralização da Lava Jato e destacou que foi uma operação, com interferência dos Estados Unidos, para destruir a soberania nacional

21 de fevereiro de 2021, 14:21 h Atualizado em 21 de fevereiro de 2021, 14:45
  Raduan Nassar com Fernando Morais (Foto: Foto: Ricardo Stuckert)

O escritor Raduan Nassar, em entrevista à Folha de S.Paulo, defendeu a candidatura de Lula em 2022. Segundo ele, “se o STF não se acovardar, é bem provável que Lula venha a se candidatar nas próximas eleições”. Ele, defende, diante das revelações da Vaza Jato, que o ex-presidente petista tenha seus direitos restituídos.

“O primeiro nome é sempre o de Lula, alguém com estatura de estadista. Caso seu nome, por razões espúrias, seja barrado novamente pelos militares, [Fernando] Haddad e [Flávio] Dino são nomes íntegros”, afirmou.

O jornalista ainda ressaltou a desmoralização da Lava Jato e destacou que foi uma operação, com interferência dos Estados Unidos, para destruir a soberania nacional. “Para quem acompanha a geopolítica mundial nas últimas décadas não é difícil a leitura sobre o modo como os EUA agem para garantir o domínio sobre os seus ‘quintais’ pelo mundo”, destacou.

“Estava claro ainda que, sob a aura de ‘heróis’, que a Lava Jato operava a favor de interesses internacionais, com a conivência de parte do Judiciário, o que se comprova com a revelação das mensagens trocadas entre aquele grupo de Curitiba”, afirmou.

“Alguns fatos não podem ser esquecidos, todo o prejuízo para nossa indústria, para a educação, saúde, ciência e economia, precisa ser colocado na conta do chamado ‘Tucanistão’. O PSDB de Aécio, de Serra e de FHC —este último não podia ser melindrado, segundo o marreco de Maringá— não admitiu a derrota nas urnas, foi partícipe do golpe, da entrega do pré-sal, ajudou a eleger Bolsonaro com o voto do BolsoDoria, e vota fechadinho com a agenda do presidente genocida e de seu ministro ‘Posto Ipiranga’”.

“Alguém se esquece do então ministro da Justiça, enfiado num governo de cor laranja, cheio de rachaduras e ‘rachadinhas’, se referindo ao crime de caixa dois de Onyx Lorenzoni? Segundo Moro, ‘ele pediu desculpas’”.

"Se Lula puder ser candidato, a fragmentação da esquerda desaparece", diz Breno Altman

O jornalista analisou possíveis cenários eleitorais para 2022, ressaltando que, caso a candidatura do ex-presidente Lula não seja permitida, o caminho do PT para o segundo turno seria muito mais árduo. 

Brasil 247, 19/02/2021, 18:28 h Atualizado em 19/02/2021, 19:12
    Felipe L. Gonçalves/Brasil247 (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

O jornalista Breno Altman analisou no Bom dia 247 dois possíveis cenários eleitorais para 2022, um com o ex-presidente Lula podendo ser candidato, e o atual, sem ele.

Para Altman, a candidatura do líder petista, caso permitida, reduziria as chances de fragmentação no campo progressista. “O que melhor define o cenário para o país é se o Lula poderá ou não ser candidato. Essa é a questão crucial. Se o Lula puder ser candidato, a fragmentação da esquerda se reduziria fortemente, porque Dino e Boulos muito dificilmente se apresentariam como candidatos, e Ciro Gomes perderia massa eleitoral imediatamente. Caminharíamos para uma polarização entre Bolsonaro e Lula”, explicou.

Porém, aponta Breno, caso isso não ocorra, o caminho do Partido dos Trabalhadores para o segundo turno seria muito mais árduo. “Se Lula não puder ser candidato, o risco de fragmentação seria maior, a massa eleitoral do Ciro se manteria estável, portanto ajudando na divisão do campo progressista, e o Partido dos Trabalhadores teria que transpirar para estar no segundo turno. É uma tendência que o PT esteja no segundo turno, mas as dificuldades seriam maiores”, disse o jornalista.

Hugo Chávez era um amador perto de Bolsonaro, diz Eliane Cantanhêde

Jornalista que fez campanha pelo golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff agora também entoa o coro de que o Brasil vai virar Venezuela com Jair Bolsonaro

Brasil 247, 21/02/2021, 08:02 h Atualizado em 21/02/2021, 08:02
     Jornalista alerta para mais aumento de casos do coronavírus entre os mais pobres (Foto: Dir.: Carolina Antunes - PR)

A colunista Eliane Cantanhêde, que faz parte do time que fez campanha pelo golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e pela prisão política do ex-presidente Lula, dois fenômenos que permitiram a volta dos militares ao poder num governo de cortes neofascistas, hoje entoa o coro de que o Brasil vai virar Venezuela com Jair Bolsonaro no poder.

"Bolsonaro botou as Forças Armadas no bolso, cooptou as polícias, arma as milícias, dá carne aos leões bolsonaristas, enquanto cala o Congresso, faz política de boa vizinhança com o Supremo e o STJ e troca o falso liberalismo econômico por intervencionismo, corporativismo e populismo", diz ela, em sua coluna.

"É assim que multidões defendem um governo que trabalhou a favor do vírus, chegou atrasado e a conta-gotas às vacinas e tem um presidente capaz de inventar que rasuraram a carteira de vacinação da mãe só para fingir que era a “vacina chinesa do Dória”. O coronel Hugo Chávez era um amador", afirma.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

DENÚNCIA Cadê a ambulancha que estava aqui?

Na gestão da prefeita Eliene Nunes (2013/2016), o município de Itaituba recebeu uma Ambulancha, doada pela AMPORT, para transportar pacientes em estado grave, na travessia do rio Tapajós, no trecho Miritituba/Itaituba. Segundo informções, a ambulancha não foi usada no mandato do prefeito Valmir Climaco, iniciado em 2017. Foi deslocada para reparos e nunca mais retornou para cumprir sua finalidade.


       Ambulancha doada pela ATAP, depois AMPORT, para o transporte de doentes, de Miritituba à Itaituba

Por conta de convênio com a Prefeitura Municipal de Itaituba, a AMPORT, para contribuir com a ações de Saúde, em 2014, fez a doação de uma  ambulancha, para o transporte dos pacientes, no trecho Miritituba-Itaituba, na travessia do rio Tapajós. Com uma ambulância doada pelo mandato do deputado Júnior Ferrari, Miritituba ficou servida com esses dois importantes transportes.

Segundo Walfredo Marques, que foi Secretário de Meio Ambiente e depois, Secretário de Governo na administração da ex-prefeita Eliene Nunes, "a ambulancha, foi uma das solicitações da administração passada, inclusa na agenda mínima e atendida pela AMPORT, com um motor Honda 115, coberta, toda equipada com maca, equipamentos de primeiros socorros, desfribrilizador, uma espécie de CTI naval, com bombona de oxigênio, etc."

Para Naldo Luna, um dos integrantes da diretoria da Associação de Moradores de Miritituba, "os dois meios de transportes, foram usados na época da prefeita Eliene Nunes. Valmir Climaco assumiu a prefeitura, a ambulancha foi retirada da travessia para reformas e não mais retornou. Com a ambulância, objeto de emenda do deputado Júnior Ferrari, aconteceu a mesma coisa".

No lugar da ambulância foi colocada outra, bem menor e até o momento de fechamento desta matéria, o transporte de pessoas doentes na travessia do rio Tapajós é o convencional, ou seja, a balsa e outras embarcações menores, sem a estrutura necessária para transportar doentes.

Miritituba é, certamente, uma das localidades que mais contribui para a arrecadção de impostos do município de Itaituba e espera um retorno proporcional a essa arrecadação.

Tucano Gustavo Franco se desespera com ação de Bolsonaro na Petrobras e diz: Boa tarde, Venezuela

O tucano Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, usou as redes sociais na noite desta sexta-feira (19) para ironizar a intervenção de Jair Bolsonaro na Petrobras

Brasil 247, 20/02/2021, 08:49 h Atualizado em 20/02/2021, 09:14
  Gustavo Franco e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

O ex-presidente do Banco Central usou as redes sociais na noite desta sexta-feira (19) para ironizar a intervenção de Jair Bolsonaro na Petrobras.

“Boa tarde, Venezuela”, ironizou Franco pelo Twitter. Sua postagem rapidamente viralizou nas redes sociais.

Ao citar a Venezuela em sua publicação, o ex-presidente do Banco Central associou Bolsonaro a Hugo Chávez, que no início dos anos 2000, quando assumiu a presidência do país, demitiu o presidente da estatal venezuelana de petróleo e colocou um militar em seu lugar, informa a Fórum.

A demissão de Castelo Branco e a indicação de um general para substituí-lo está provocando forte reação.

A Petrobrás, que está vendendo refinarias e cobrando combustíveis cada vez mais caros dos brasileiros, para agradar seus investidores internacionais, divulgou nota na noite de ontem, em que ameaça se rebelar contra a demissão de Roberto Castello Branco.

Bolsonaro joga seu destino na mudança da presidência da Petrobrás

"A troca da presidência da Petrobrás, da forma como se deu, é a mexida mais importante para os rumos do governo", afirma o jornalista Renato Rovai. "Mais importante do que a demissão de Moro e Mandetta, para que tenham uma ideia"

20 de fevereiro de 2021, 11:29 h Atualizado em 20 de fevereiro de 2021, 13:09
    Fachada da Petrobras e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters | Marcos Corrêa/PR)

Por Renato Rovai

Enquanto as bolsas fechavam e o Congresso votava o destino do deputado Daniel Silveira, Bolsonaro dava uma canetada e demitia o presidente da Petrobrás Roberto Castelo Branco.

O presidente estaria descontente com a política de preços da estatal e com o retorno desta política para a sua popularidade. Os altos preços dos combustíveis alinhados à paridade de importação que agradam ao mercado são nitroglicerina pura entre caminhoneiros, motoristas de aplicativos, taxistas e donos de carros em geral.


A partir de agora quem vai mandar na estatal é o general Joaquim Silva e Luna. A troca só faz sentido se o general mudar a política de preços. E se isso vier a acontecer, a privatização da empresa e das refinarias subiria no telhado. Já que é exatamente a possibilidade de ter altos lucros com os produtos da empresa que anima investidores internacionais a comprar fatias da estatal.

Essa guinada na Petrobras, na opinião de meu colega de mídia independente, Leonardo Attuch, será a Batalha de Guararapes do momento. Attuch prevê dólar a 6 reais e a Petrobrás caindo 10 pontos na reabertura do mercado na segunda.

A repercussao de O Globo com políticos e economistas neoliberais é catastrófica para o governo e dá razão a Attuch. Gustavo Franco, por exemplo, disse apenas: “Boa tarde, Venezuela”. Entendedores entenderão o que isso significa para o mercado.

A questão que se coloca neste momento, porém, é até onde vai a decisão de mudar as coisas na estatal e o quanto isso tem relação com a macro política econômica do governo.

Bolsonaro pulará do barco neoliberal e vai desistir também de Guedes? Bolsonaro vai mexer na política de preços, mas vai tentar fazer isso desagradando o mínimo o mercado? Bolsonaro vai tentar manter a Petrobrás sob controle governamental, mas vai em troca oferecer outros biscoitos, como o Bacen independente, ao mercado?

A troca da presidência da Petrobrás, da forma como se deu, é a mexida mais importante para os rumos do governo. E mais importante do que a demissão de Moro e Mandetta, para que tenham uma ideia.

Ela pode significar uma radicalização de um populismo de direita sem classe média. Porque se jogar fora a agenda neoliberal o presidente tende a perder uma parte substancial do eleitorado ideológico de direita. E ficaria apenas com o segmento mais extremista dos costumes.

A semana que vem pode ser o reinício de um novo ciclo do bolsonarismo. O drama é que o campo progressista não faz parte deste jogo. Está apenas assistindo-o da arquibancada. Era hora de entrar em campo e transformar esse debate do rumo que vai ser dado à Petrobrás um pouco no debate do país que se quer.

Era hora de uma grande união em defesa dos bens públicos e da vida. De uma imensa campanha com verde e amarelo que resgatasse das mãos da direita as cores que inspiram boa parte do país.

PSDB chama Bolsonaro de comunista após demissão de entreguista da Petrobrás

Partido que esteve por trás do golpe de 2016, justamente para mudar a política de preços da Petrobrás e privatizá-la aos pedaços, PSDB se revolta com a demissão do entreguista Roberto Castello Branco, que vinha cobrando preços abusivos na gasolina, no diesel e no gás de cozinha

Brasil 247, 20/02/2021, 15:08 h Atualizado em 20/02/2021, 15:17
  (Foto: PR | Reuters)

O PSDB, que foi linha de frente na articulação do golpe de 2016, chamou Jair Bolsonaro de comunista diante da demissão do entreguista Roberto Castello Branco da direção da Petrobrás. Representante do capital financeiro, o PSDB se revoltou com a substituição do banqueiro por um general, o que deve enfraquecer a política privatista.

Nas redes sociais, neste sábado, 20, o partido publicou uma foto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e de Jair Bolsonaro, se vangloriando pelo partido ter privatizado bem mais em sua gestão. Junto à foto, uma legenda: “quem é o comunista e quem é o liberal?”.

O jornalista e editor do 247 Leonardo Attuch afirmou que os tucanos estavam “entregando o jogo”, mas ressaltou que o placar divulgado está errado, pois “Bolsonaro já vendeu uma refinaria da Petrobrás e vários ativos da estatal”. “Talvez o general coloque um freio no entreguismo. Vamos aguardar”, concluiu.
Na sexta-feira, 19, Bolsonaro demitiu Castello Branco e colocou o general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro de Michel Temer, no controle da Petrobrás, o que desagradou o mercado financeiro.