sexta-feira, 31 de julho de 2020

Mil padres lançam carta com críticas a Bolsonaro e seu "desdém pela vida"

"Profundamente indignados com ações do presidente"

Conversa Afiada, 31/07/2020
       (Marcos Corrêa/PR)

Mais de mil padres assinam uma carta divulgada nesta quinta-feira 30/VII em apoio à Carta do Povo de Deus, lançada com a assinatura de 152 bispos que criticam "a incapacidade e inabilidade do governo federal" em enfrentar a crise.

No texto, os padres afirmam “que os que nos governam têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial, os mais pobres” e se dizem “profundamente indignados com ações do presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida”.

“Caminhamos na estrada de Jesus”

Carta de padres em apoio e adesão aos bispos signatários da Carta ao Povo de Deus 

“Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Às vezes, sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros” (EG 56 e 270).

Nós, “Padres da Caminhada”, “Padres contra o Fascismo”, diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, empenhados em diversas partes do Brasil a serviço do Evangelho e do Reino de Deus, manifestamos nosso agradecimento e apoio aos bispos pela Carta ao Povo de Deus. Afirmamos que ela representa nossos pensamentos e sentimentos. Consideramos um documento profético de uma parcela significativa dos Bispos da Igreja Católica no Brasil, “em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”, oferecendo ao Povo de Deus luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País.

O documento é uma leitura lúcida e corajosa da realidade atual à luz da fé. É a confirmação da missão e do desafio permanente para a Igreja: tornar o Reino de Deus presente no mundo, anunciando esperança e denunciando tudo o que está destruindo a esperança de uma vida melhor para o povo. É como uma grande tempestade que se abate sobre o nosso País. Os bispos alertam para o perigo de que “a causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República”, principalmente impulsionado pelo Presidente.

Sentimo-nos também interpelados por essa realidade a darmos nossa palavra de presbíteros comprometidos no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Evangelho ilumina nossa caminhada e vamos aprofundando nosso compromisso na Igreja, sinal e instrumento do Reino, a serviço da vida e da esperança. Cada vez mais vemos a vida do povo sendo ameaçada e seus sofrimentos, principalmente dos pobres, vulneráveis e minorias. Tal realidade faz com que nossos corações ardam, nossos braços lutem e nossa voz grite pelas mudanças necessárias. Como recordam os Bispos, nós não somos motivados por “interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus”.

Os bispos muito bem expressaram em sua carta, recordando o Santo Padre, o Papa Francisco, que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33) (EG. 180)”.

Sabemos que os que nos governam têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial, os mais pobres. Não tem sido esse o projeto do atual Governo, que “não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”. Por isso, também estamos profundamente indignados com ações do Presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida de seres humanos e também com a da “nossa irmã, a Mãe Terra”, e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil.

É urgente a reconstrução das relações sociais, pois “este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. […] Essa realidade não comporta indiferença.”. A CNBB tem se pronunciado de forma contundente em momentos recentes; em posicionamento do dia 30 de abril, manifestou perplexidade e indignação com descaso no combate ao novo coronavírus e por eventos atentatórios à ordem constitucional. Em outro momento, os 67 bispos da Amazônia publicaram outro documento, expressando imensa preocupação e exigindo maior atenção e cuidado do poder público em relação à Amazônia e aos povos originários. Na carta aberta ao Congresso Nacional do dia 13 de julho de 2020 a CNBB denunciou os 16 vetos do Presidente da República ao Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos Territórios Indígenas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais (PL nº PL 1142/2020, agora Lei nº 14.021) dizendo: “Esses vetos são eticamente injustificáveis e desumanos pois negam direitos e garantias fundamentais à vida dos povos tradicionais”. Outras Comissões da CNBB assumiram decididamente o lado dos povos tradicionais do Brasil “duplamente vulneráveis: ao contágio do coronavírus e à constante ameaça de expulsão de seus territórios”.

Nesse tempo de “tempestade perfeita”, a voz do Espírito ressoa em posicionamentos corajosos da Igreja, que renova a cada dia seu compromisso “na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária”, como indicam os bispos em sua carta.

Reafirmamos nosso compromisso na defesa e no cuidado com a vida. Ao convite dos bispos queremos dar nosso sim! “Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta.” Queremos nos empenhar para cuidar deste País enfermo!

Nós nos solidarizamos com todas as famílias que perderam alguém por essa doença que ceifa vidas e aterroriza a todos. Próximos de atingir 100 mil mortos nesta pandemia, é inadmissível que não haja neste governo um Ministro da Saúde, que possa conduzir as políticas de combate ao novo coronavírus.

Conclamamos todos os cristãos e cristãs, as igrejas e comunidades, e todas as pessoas de boa vontade para que renovem, junto com os bispos, a opção pelo Evangelho e pela promoção da vida, espalhando as sementes do Reino de Deus.

Nós, “Padres da Caminhada”, “Padres contra o Fascismo”, diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, reafirmamos com alegria, ânimo e esperança a fidelidade à missão a nós confiada e apoiamos os bispos signatários da Carta ao Povo de Deus e em sintonia com a CNBB em sua missão de testemunhar e fortalecer a colegialidade.

Bomba no clã: Julian Lemos acusa Eduardo de desviar R$ 600 mil do PSL e comprar apartamento com auxílio-moradia

O deputado Eduardo Bolsonaro, filho número 3 do ex-capitão que ocupa o Planalto, é acusado de comprar apartamento com dinheiro da Câmara, de desviar quase R$ 2 milhões do PSL para sua ONG política e de praticar rachadinhas com a advogada Karina Kufa


Brasil 247, 31/07/2020, 20:58 h Atualizado em 31/07/2020, 23:07
   Eduardo Bolsonaro (Foto: Michel Jesus - Agência Câmara)

Reportagem da revista Istoé traz acusações graves contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro. A matéria diz que o 03 desviou dinheiro da Câmara e do PSL, além de praticar rachadinhas com Karina Kufa, advogada ligada ao clã

O relato da revista é chocante: “a troca de ataques começou com Eduardo humilhando Julian, que é uma espécie de tesoureiro do PSL e principal aliado do deputado Luciano Bivar, presidente nacional da legenda: ambos romperam com o presidente e seus familiares, o que levou-os a deixarem o partido e tentarem criar o Aliança pelo Brasil, que não saiu do papel. Dudu malvadeza, como é conhecido no PSL de oposição aos Bolsonaros, disse que Julian era “pau de arara, favelado e traíra”. 

A matéria prossegue: “tudo porque Julian é paraibano e a família presidencial não prezaria muito quem nasce nesse estado. Julian ficou ofendido. “Sabe qual problema de um ladrão arrogante? É achar que um nordestino como eu tem medo de algo ou de alguém. Pela minha honra eu não tenho limites. Ela é a única coisa que eu tenho. Em setembro eu avisei. Não mexe comigo”, foi como Julian reagiu aos ataques de Eduardo. Mas, logo na sequência, o parlamentar paraibano começou a metralhar o filho do presidente, numa profusão de mensagens no Twitter, de corar de vergonha o mais pacato cidadão. A maioria das mensagens traz acusações gravíssimas a Eduardo, a quem Julian chama de “demagogo, ladrão e hipócrita”. 

Segundo a revista, “o dirigente nacional do PSL não fica só em revides inconsequentes. O mais grave são as denúncias de que o filho do presidente usou recursos milionários do fundo partidário (dinheiro público) para financiar atividades particulares de uma entidade em defesa de interesses conservadores (CPAC) e também verbas do auxílio-moradia e auxílio-mudança da Câmara, recebidos irregularmente, para dar de entrada na compra de um apartamento.”

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Ciro: "Bolsonaro comprou o Centrão e rasga dinheiro para ter apoio"

"Ele comete reiteradamente o crime de responsabilidade"

Conversa Afiada, 29/07/2020

O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) analisou, em entrevista à Rádio Banda B nesta quarta-feira 29/VII, a possibilidade de avançar o movimento pelo impeachment de Jair Bolsonaro.

“No caso brasileiro, a resposta jurídica do impeachment está madura porque o Bolsonaro comete reiteradamente o crime de responsabilidade, como já descrito com relação às instituições. O outro é a exposição da sociedade nacional ao genocídio, em função da atitude anticientífica como comanda a crise da saúde. No entanto, na visão política, o procedimento de impeachment não anda porque o Bolsonaro ainda tem um terço do apoio popular e, percebendo o crescimento da possibilidade de a democracia puni-lo por esses crimes, ele muda de conduta. Desde a prisão de Queiroz, que se aproxima muito pesadamente dele e da família dele. Bolsonaro cala a boca, sai do cercadinho, tenta fazer entendimento com a alta cúpula do Judiciário, mandou generais boçais calarem a boca (…), comprou o Centrão e está rasgando dinheiro para ter apoio”, disparou Ciro.

Ele ainda disse que o momento é incerto para decidir sobre sua candidatura à Presidência em 2022, mas adiantou que pretende ajudar o Brasil a seguir um caminho. “Eu cultivo a franqueza. Quem já foi candidato três vezes não pode andar mentindo para o povo dizendo que não quer ser. Como uma pessoa muito experiente, eu nem posso me apresentar como novo. Sou uma pessoa que acumulou experiência, tenho 40 anos de vida pública. Renunciei a pensões a que tinha como direito sendo prefeito, deputado, governador. Não fui morar em palácios porque considerava que era um privilégio que não me cabia, ia me descaracterizar como um homem que vem da escola pública em sua vida toda, educado ao lado do povo. Nunca perdi uma eleição na minha comunidade, onde as pessoas conhecem meus defeitos, nenhum deles pelo lado moral. Então, eu gostaria de ajudar o Brasil a achar um caminho”, disse ele.

Caetano resume Bolsonaro ao Guardian: "confuso e incompetente"

É um pesadelo!

Conversa Afiada, 29/07/2020
       (Mídia Ninja)

O cantor Caetano Veloso analisou o governo de Jair Bolsonaro em entrevista ao jornal britânico The Guardian nesta quarta-feira 29/VII. Ao afirmar que teme que o "grupo ultrarreacionário" do presidente não desista facilmente do poder, Caetano disse que os últimos meses no país têm sido "um pesadelo absoluto. É apenas loucura".

"Ter um governo militar é horrível e Bolsonaro é tão confuso, tão incompetente. O governo dele não fez nada", acrescentou.

Para Caetano, o Brasil tem muitas pessoas semelhantes ao presidente. "Você não pode dizer que Bolsonaro não é o Brasil. Ele é muito parecido com muitos brasileiros que eu conheço. Ele é muito parecido com o brasileiro médio - na verdade, a capacidade dele e de seu bando de permanecer no poder depende de enfatizar essa identificação com o brasileiro 'normal'", completou.

Sobre as ações de Bolsonaro no governo, Caetano não vê nada além de "insanidades".

"O que o executivo brasileiro fez no período desde que ele foi presidente? Nada... Não houve governo - apenas insanidades. O que vimos tem sido mais sobre destruição. Nossas florestas, nossas músicas, nossas peças e nossos filmes estão sendo ameaçados por esse governo - e estão em processo de destruição. Mas, como um dos membros do grupo que produz música popular, posso garantir que estamos aqui - o Brasil está aqui", declarou.

Justiça aceita denúncia e Serra e filha viram réus por lavagem de dinheiro

A Justiça aceitou a denúncia da força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal em São Paulo. Ele foi denunciado no dia 3 de julho, quando foi alvo da Operação Revoada, que fez busca e apreensão na residência do tucano

Brasil 247, 29/07/2020, 19:04 h Atualizado em 29/07/2020, 19:36
  José Serra (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O senador e ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) e sua filha, Verônica Serra, viraram réus na Justiça Federal sob acusação de lavagem de dinheiro transnacional, nesta quarta-feira, 29. 

A Justiça aceitou a denúncia da força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal em São Paulo. Ele foi denunciado no dia 3 de julho, quando foi alvo da Operação Revoada, que fez busca e apreensão em sua residência.

A operação apontou que José Serra (PSDB) recebeu da Odebrecht mais de R$ 23 milhões para liberar créditos frente à Dersa em 2009 e 2010. O tucano também recebeu R$ 4,5 milhões entre 2006 e 2007 para gastos de campanhas ao governo estadual.

De acordo com as investigações, o ex-chefe do Executivo paulista desviou dinheiro durante a construção do Rodoanel. Ele teria usado o cargo para receber da Odebrecht pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras. 

O ex-governador usou uma offshore para esconder o dinheiro. Segundo as apurações, Verônica Serra, filha do ex-governador, constituiu empresas no exterior, ocultando nomes, para receber pagamentos destinados ao tucano pela construtora.

Flávio Dino defende Lula e critica Moro: “estava contaminado com visões partidárias”

"Nós não tivemos um processo de acordo com a lei. Ele não serve de elemento de análise. Um juiz totalmente contaminado com visões partidárias e ideológicas", afirmou o governador do Maranhão, Flávio Dino, ao criticar a sentença de Sérgio Moro contra Lula no processo do triplex em Guarujá (SP)

Brasil 247, 29/07/2020, 15:51 h Atualizado em 29/07/2020, 17:03
   Flávio Dino, Lula e Sérgio Moro (Foto: Brasil 247 | Abr)

Potencial candidato a presidente da República em 2022, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou a condenação do ex-juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do triplex em Guarujá (SP). 

"Nós não tivemos um processo de acordo com a lei. Ele não serve de elemento de análise. Um juiz totalmente contaminado com visões partidárias e ideológicas. Imagina um árbitro de futebol que vai confraternizar com o time vencedor após a partida", disse o chefe do Executivo maranhense durante entrevista com o jornalista Marco Antonio Villa.

De acordo com o governador, ex-juiz federal, Moro "conduziu um processo de modo muito destoante das regras jurídicas" e "contaminou" outras instâncias. "O TRF-4, no qual eu conheço pessoalmente todos os personagens porque fui juiz federal, infelizmente também foi contaminado pelo chamado ‘direito excepcional’ do processo penal do espetáculo. O processo do triplex é altamente contaminado. Analisei ele página por página", continuou.

Moro condenou Lula sem provas no processo do triplex em Guarujá (SP). O ex-presidente foi acusado de ter recebido um apartamento como propina da OAS em contrapartida de contratos da empreiteira com a Petrobrás. Ele nunca dormiu nem tinha a chave do apartamento. 

Ao apresentar a denúncia em setembro de 2016, o procurador Henrique Pozzobon admitiu que não havia "provas cabais" de que Lula era o proprietário do imóvel. 

Uma reportagem do Intecept Brasil, publicada no ano passado, apontou que o procurador Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra Lula. Outra publicação revelou que procuradores fizeram o possível para impedir entrevista do ex-presidente antes do segundo turno da eleição presidencial de 2018, quando o Supremo Tribunal Federal acatou o pedido de entrevista do jornal Folha de S.Paulo.

Flávio Dino ainda considerou os governos Lula e Dilma como um "ciclo de muitas vitórias". "Esse ciclo que nós conduzimos, nós participamos. O meu partido participou. Eu participei pessoalmente como deputado federal no primeiro governo Dilma. Foi um ciclo de muitas virtudes, muitas vitórias, muitos méritos. Conjugamos democracia política, crescimento econômico e distribuição de renda", disse.

"O ex-presidente Lula e a ex-presidenta Dilma fizeram muita coisa. Talvez tenha faltado mostrar tudo que foi feito e isso resultou nessa concepção errada de que esses governos tenham sido tolerantes com a corrupção e isso resultou no fortalecimento da extrema-direita", acrescentou. 

Eleições

Ao comentar sobre as eleições de 2022, o governador afirmou que vê um cenário "menos fragmentado que o das eleições municipais desse ano". "Não acho que teremos candidatura única, nem no campo da esquerda nem no campo da direita. Eu acho que na direita você tem o Bolsonaro – que só pensa em reeleição – e segmentos de ‘centro-direita’. Acho que teremos dissidência", disse.

"Do lado de cá acho que temos que agregar ao máximo, diminuir a conflituosidade e as arestas. Nossas arestas impediram união no segundo turno de 2018, facilitando a vitória de Bolsonaro. Espero que, caso não haja uma candidatura única, que a gente consiga um diálogo que permita uma união no segundo turno que permita que consigamos vencer as eleições", acrescentou.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Boff: "Bolsonaro tem as características do Anticristo"

"Temos de nos indignar"!

Conversa Afiada, 28/07/2020
  (Guilherme Santos/Sul21)


Tutaméia - “O país é governado por alguém que tem as características do Anticristo, um espírito inimigo da vida, inimigo de tudo que é bom”, diz o teólogo LEONARDO BOFF, escritor e professor emérito de ética, filosofia da religião e ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em entrevista ao TUTAMÉIA, ele diz não é mais possível tolerar que “em um país como um nosso, que tem uma população tão sofrida, se coloquem ainda mais cruzes sobre ela”.

Boff denuncia o ataque de Bolsonaro às populações indígenas, sua política antipovo e que prejudica as comunidades mais carentes, especialmente durante a pandemia. E afirma que está nascendo uma nova consciência na humanidade, que diz que o mundo e o Brasil, assim como estão, não podem continuar, porque é perverso demais.

Por isso, ele conclama as mulheres e os homens de bem: “Temos de nos indignar, não aceitar o que está aí, mas mais do que tudo temos que ter a coragem de resistir, de ir à rua. Não acreditar nas fake News, criar grupos de reflexão de articulação, sermos solidários para com todas aquelas famílias que perderam seus entres queridos, apoiar os médicos, enfermeiros que sacrificam suas vidas. Ter a coragem de alimentar essa dimensão de luz em nós e a coragem de ir à rua para destituir esse homem, porque esse é a maior pedra que caiu sobre a população brasileira. Temos que transformá-la na base de um novo tipo de Brasil, generoso, cordial, hospitaleiro e que celebra a beleza e a grandeza da vida”.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Em carta, 152 bispos dizem que Bolsonaro é incapaz de enfrentar a crise

Governo defende uma "economia que mata"

Conversa Afiada, 27/07/2020
     (Carolina Antunes/PR)

Uma carta com fortes críticas ao governo de Jair Bolsonaro foi assinada por 152 bispos, arcebispos e bispos eméritos do Brasil. Ela seria publicada na quarta-feira 22/VII, mas foi suspensa até análise do conselho permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O texto, chamado de "Carta ao Povo de Deus", foi obtido pela coluna de Monica Bergamo na Folha de S.Paulo. No documento, os bispos afirmam que o Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis de sua história, vivendo uma "tempestade perfeita": uma crise sem precedentes na saúde e um "avassalador colapso na economia" com a tensão sobre "fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República [Jair Bolsonaro] e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança".

" Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises", diz o texto.

Leia, a matéria, na íntegra, acessando o link :

Deputada Rejane Dias, do Piauí, tentou ser ouvida, mas PF ignorou e preferiu operação, mostram emails

Série de emails trocados entre advogados da parlamentar e a delegada Milena Caland mostram que Rejane Dias (PT) tentou prestar esclarecimentos durante cinco meses, mas a PF preferiu operação espetacularizada no Piauí

Brasil 247, 27/07/2020, 18:14 h Atualizado em 27/07/2020, 19:23
   (Foto: Agência Câmara | Divulgação/ Polícia Federal)

A deputada federal Rejane Dias (PT), alvo de operação da Polícia Federal na manhã desta segunda-feira, 27, tentou ser ouvida pela PF há mais de cinco meses mas não teve êxito. É o que mostra uma série de emails trocados entre advogados da parlamentar e a delegada da Polícia Federal Milena Caland. 

A PF cumpriu mandados no gabinete de Rejane em Brasília e na casa dela em Teresina, numa ação contra supostos superfaturamentos em contratos da Secretaria de Educação, quando a 

parlamentar foi secretária estadual de educação do Piauí, durante três períodos entre os anos de 2015, 2016 e 2017. 

Nas mensagens eletrônicas, os advogados mostram que a deputada se coloca à inteira disposição para prestar esclarecimentos, informando inclusive várias datas que poderiam ser utilizadas para uma sessão.

As tentativas duraram vários meses, sendo a mais recente já no dia 22 de julho. Nos e-mails, fica claro que os advogados também fizeram contatos por telefone, mas sem êxito. No dia 19 de fevereiro, um advogado faz referência ao contato telefônico e sugere o dia 12 de março para uma audiência em Brasília. A delegada da PF, Milena Caland, responde no dia seguinte confirmando ciência do pedido e prometendo confirmar a data ou propor uma nova. 

Além de Rejane Dias e do irmão dela, Rogério Ribeiro, foram alvos da operação servidores da cúpula da Secretaria de Educação do Piauí e pessoas que agiam como intermediários entre esses servidores e empresários do setor de transporte escolar. Segundo a PF, o governador Wellington Dias não é um dos investigados.

Confira, abaixo, a troca de emails.


Dino propõe a Bolsonaro reunião com governadores e Pacto Nacional pelo Emprego

Um dos principais nomes da oposição, o governador do Maranhão enviou ofício a Jair Bolsonaro após o anúncio de que o desemprego, que está em 12,9%, irá subir ainda mais no segundo semestre

Brasil 247, 27/07/2020, 16:24 h Atualizado em 27/07/2020, 17:08
              Jair Bolsonaro e Flávio Dino (Foto: PR | LULA MARQUES)

O governador Flávio Dino (PCdoB) enviou nesta segunda-feira, 27, um ofício a Jair Bolsonaro propondo uma encontro com governadores, presidentes de confederações empresariais e centrais sindicais para discutir a criação de “Pacto Nacional pelo Emprego”. 

Um dos principais nomes da oposição ao governo, Dino defende a criação de medidas imediatas de geração de emprego e renda. O governador maranhense se manifestou após declaração do secretário de Política Econômica do Governo Federal, Adolfo Sachsida, alertando que o desemprego, que ficou em 12,9% em junho, irá crescer ainda mais no segundo semestre.

"Neste encontro, também seria de extrema importância a apresentação de propostas para proteção dos pequenos e microempresários, assim como um plano de obras públicas, indispensável para recolocar o país no rumo do crescimento", diz Dino no ofício a Bolsonaro. 


Leia o documento na íntegra:


Governador do Piauí reage à operação da PF: "Mais um espetáculo em nome de investigação"

Governador do Piauí, Wellington Dias, reage à operação da PF desfechada contra ele e sua família na manhã desta segunda-feira e qualifica a ação de "ridícula". Em nota, o chefe do Executivo criticou "mais um espetáculo" da corporação. "Enfatiza-se que, infelizmente, muitos espetáculos ainda poderão acontecer", porém, disse ele, "existe a lei de abuso de autoridade"

Brasil 247, 27/07/2020, 10:07 h Atualizado em 27/07/2020, 12:36
Governador do Piauí, Wellington Dias (Foto: Divulgação)

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), reagiu à operação da Polícia Federal deflagrada contra à sua gestão - trata-se de uma ostensiva do governo Jair Bolsonaro em cima de governos estaduais. "O governador classifica a operação como mais um espetáculo e destaca que a vida toda ele e sua família sempre agiram respeitando as leis e as instituições", diz a nota.

Sobre a Operação Topic, o chefe do Executivo estadual destacou "que as investigações são contra empresas e referentes a contratos do ano de 2013, quando ele não era governador do estado, portanto, não tem nenhuma relação com a investigação, bem como nenhum membro da sua família". 

"Enfatiza-se que, infelizmente, muitos espetáculos ainda poderão acontecer, mas ressalta que existe a lei de abuso de autoridade para que casos como este não aconteçam indiscriminadamente", acrescentou.

Leia a íntegra da nota:

O governador Wellington Dias repudia a forma como se deu a operação da Polícia Federal na manhã dessa segunda (27) em sua casa onde, atualmente, mora seu filho e família, que nunca tiveram nenhuma função no estado. Seu filho é médico e trabalha na linha de frente do combate ao coronavírus, e desde março o governador mantem distanciamento recomendado pelas instituições de saúde. O governador classifica a operação como mais um espetáculo e destaca que a vida toda ele e sua família sempre agiram respeitando as leis e as instituições.

Sobre a Operação Topic, o governador esclarece que as investigações são contra empresas e referentes a contratos do ano de 2013, quando ele não era governador do estado, portanto, não tem nenhuma relação com a investigação, bem como nenhum membro da sua família.


Uma operação nestes moldes se torna desproporcional e desnecessária já que estamos falando de um fato de 2013, anterior à sua gestão, e em um processo em que a ex-secretária da Educação, hoje deputada federal, prontificou-se a colaborar por duas vezes nos últimos meses, colocando-se à disposição para esclarecimentos, bem como para repassar todo e qualquer documento ou equipamento necessário, conforme registrado por e-mails.

O governador ressalta que o Estado é vítima e o maior interessado na resolução desta questão e irá trabalhar para que tudo seja plenamente esclarecido. Enfatiza-se que, infelizmente, muitos espetáculos ainda poderão acontecer, mas ressalta que existe a lei de abuso de autoridade para que casos como este não aconteçam indiscriminadamente.

Por fim, é necessário prudência para que ninguém seja acusado injustamente e nem incriminado sem o pleno direito de defesa.

Veja agora a matéria publicada pelo Brasil 247 sobre o assunto: 

A Polícia Federal fez buscas na casa do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), no gabinete da primeira-dama e deputada Rejane Dias (PT), em Brasília, em empresas e na casa do irmão da deputada, e na sede da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), em Teresina. Ação integra ofensiva prometida pelo governo Bolsonaro contra governadores de oposição.

De acordo com a PF, servidores públicos e empresários teriam se associado para superfaturar contratos de transporte escolar. Em nota, a Seduc afirmou que está "colaborando plenamente com a investigação em curso da Polícia Federal e sempre se colocou à total disposição dos órgãos de controle para esclarecer quaisquer questionamentos, visando a transparência e o correto funcionamento da administração pública". Os relatos foram publicados no portal G1

A deputada Rejane Dias disse que "recebe com tranquilidade os desdobramentos da referida Operação" e que está à disposição para esclarecer o caso. "Durante seu exercício à frente da Secretaria de Educação, a parlamentar sempre se portou em observância às Leis, tendo em vista a melhoria dos índices educacionais e a ampliação do acesso à educação dos piauienses".

Segundo a PF, entre 2015 e 2016, servidores da cúpula administrativa da Seduc teriam se associado a empresários do setor de locação de veículos e desviado, no mínimo, R$ 50 milhões de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE).

sábado, 25 de julho de 2020

Elon Musk confessa participação no golpe na Bolívia e diz que golpeará quem for necessário

Dono da Tesla reagiu à crítica de que atuou no golpe que derrubou Evo Morales, para ter acesso às maiores reservas de lítio do mundo, e disse que dará quantos golpes forem necessários

Brasil 247, 25/07/2020, 11:39 h Atualizado em 25/07/2020, 13:15
     Elon Musk, da Tesla

Após ser criticado por envolvimento por golpe na Bolívia, o bilionário Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo, publicou no Twitter afirmando que dará “golpe em que quiser. Lidem com isso!”. 

O CEO da Tesla e da SpaceX estava reagindo a um comentário de um seguidor afirmando que não é do interesse do povo norte-americano “o governo dos EUA organizando um golpe contra Evo Morales na Bolívia" para que ele "possa obter lítio”.

“Mais de 50% dos depósitos de lítio globais se encontram no ‘Triângulo do Lítio’ - com fontes do material concentradas na Argentina, Bolívia e Chile. Os desertos montanhosos da Bolívia – o Salar de Uyuni – têm de longe as maiores reservas conhecidas”, segundo reportagem do Brasil de Fato.

O ex-presidente golpeado Evo Morales denunciava, quando estava no poder, que o lítio não deveria ser vendido a multinacionais. Após o golpe, a tendência, como acenou o candidato a vice da atual presidente usurpadora Jeanine Áñez, é a abrir as portas para que empresas como a Tesla explorem o recurso no país.

O empresário boliviano Samuel Doria Medina, candidato a vice de Áñez, defendeu, com a possível vinda da Tesla para a América do Sul, a construção de "uma gigante fábrica no Salar de Uyuni para fornecer baterias de lítio”.

TSE da Bolívia tenta salvar Añez e adia novamente eleições no país


Brasil 247, 24/07/2020, 17:44

Operamundi - Atendendo à solicitação da autoproclamada presidente Jeanine Ánez, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia anunciou oficialmente, nesta quinta-feira (23), o adiamento das eleições presidenciais e do parlamento bicameral previstas para 6 de setembro. 

O pleito que já havia sido adiado do início de abril para setembro, agora foi remarcado para 29 de novembro, conforme afirmou o presidente do TSE, Salvador Romero, indicado por Áñez. 

A alegação utilizada é de que a decisão obedece a “informes médicos” que alertam que a pandemia de coronavírus — a mesma que não foi combatida pelo governo que busca vencer nas urnas — terá seu auge entre o final de agosto e o começo de setembro.

Desta forma, figuras como Luis Fernando Camacho e Jorge Quiroga, que participaram com a polícia e as Forças Armadas do assalto à presidência, matando dezenas de bolivianos, levando centenas à prisão e resultando na partida de Evo Morales para o exílio, se somaram a Áñez na empreitada.

O ex-presidente Evo, coordenador da campanha do ex-ministro da Economia, Luis Arce Catacora, candidato do MAS-IPSP (Movimento Ao Socialismo – Instrumento Político para a Soberania dos Povos), havia alertado horas antes do comunicado do TSE para o significado de uma nova postergação.

“Um adiamento da data das eleições somente prejudicará o povo pela ingovernabilidade em que se observa a pandemia, sem nenhum controle e a crise econômica”, frisou. A declaração tinha sido feita logo após a divulgação de uma pesquisa em que 72% dos bolivianos manifestaram que pretendiam votar em 6 de setembro.
"Adiamento ilegal e inconstitucional"

Na avaliação de Evo, o novo adiamento é “ilegal e inconstitucional”. “As leis 1297 e 1304 determinam os prazos para que as eleições se realizem. O único órgão de Estado que pode modificar este prazo é a Assembleia Legislativa Plurinacional”, acrescentou em suas redes sociais. 

Para Evo, o governo Áñez “quer ganhar mais tempo para continuar com a perseguição a dirigentes sociais e contra candidatos do MAS-IPSP (Movimento Ao Socialismo - Instrumento Político para a Soberania dos Povos)”, justamente no momento em que o seu candidato à presidência lidera por ampla margem todas as pesquisas de intenção de voto.

“Acredito que, a esta altura, o governo golpista se utiliza de todas as estratégias possíveis para tentar ganhar tempo a fim de desgastar a imagem de Luis Arce e barrar o amplo crescimento da sua candidatura”, denunciou o pesquisador e cientista social Porfirio Cochi. Na avaliação do estudioso boliviano, “o adiamento é uma clara manifestação de desespero, além de descompromisso com a democracia”.

Ex-chefe das Rádios dos Povos Originários (RPOs) do Ministério da Comunicação do governo Evo, Dolores Arce alerta que também estão buscando inabilitar a candidatura e anular a sigla do MAS por meio de uma equivocada interpretação de uma lei eleitoral, na qual não poderia haver sido divulgada uma pesquisa interna.

“Querem inventar um delito eleitoral onde não existe e, ao mesmo tempo, postergar as eleições para que não tenham rivais. Temos que lembrar que Salvador Romero, do TSE, foi nomeado por Áñez e o filho [dela] é sua mão direita. Há poucos dias todos os partidos de direita e os chamados Comitês Cívicos, liderados por grandes empresários, se somaram à mídia golpista para manipular e pressionar pelo retrocesso, como se fosse uma expressão de todos”, sublinhou Dolores, também ex-diretora-executiva do Centro de Educação e Produção Radiofônica da Bolívia (Cepra).

Considerando as pesquisas divulgadas esta semana, o especialista em opinião pública Julio Córdova concluiu que o MAS pode repetir sua votação de outubro do ano passado (47%), ganhando o pleito ainda no primeiro turno.

Estados rejeitam cloroquina doada por Trump e estoque de remédio vai para o Exército

O Brasil não tem o que fazer com os comprimidos de cloroquina que vêm sendo foco da propaganda constante de Jair Bolsonaro

25 de julho de 2020, 05:38 h Atualizado em 25 de julho de 2020, 06:23
(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Comprimidos de hidroxicloroquina doados ao Brasil pelo governo dos Estados Unidos e por um laboratório foram enviados ao laboratório do Exército, depois que os secretários estaduais de Saúde se posicionarem contra o uso do medicamento mediante estudos que demonstram falta de eficácia contra a Covid-19 e registro de efeitos adversos.

A doação norte-americana foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro no final de maio, depois de uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O Brasil pediu ajuda dos EUA para combate à epidemia do novo coronavírus e recebeu a promessa do envio do medicamento, que é defendido por ambos os líderes para tratar a Covid-19, apesar da falta de comprovação de eficácia em diferentes estudos.

No entanto, a maior parte dos governos estaduais não chancela o uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19 e os secretários estaduais rejeitaram uma tentativa do governo federal de repassar aos Estados os custos para fracionar e reembalar os comprimidos, o que provocou um impasse.

O Ministério da Saúde afirmou nesta sexta-feira que os comprimidos doados —dois milhões enviados pelo governo norte-americano e um milhão pelo laboratório Novartis— foram enviados em parte ao laboratório do Exército, que já havia aumentando a produção própria de cloroquina a pedido de Bolsonaro.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

"Não são pessoas de bem. São bandidos", afirma Barroso sobre autores de fake news

“São milícias, gangues que precisam ser neutralizadas e estamos fazendo todo o possível para enfrentá-los dentro da lei”, afirmou o ministro do STF e presidente do TSE, Luís Roberto Barroso

24 de julho de 2020, 20:55 h Atualizado em 24 de julho de 2020, 21:31
Reunião do min Luís Roberto Barroso com os presidentes dos TRs (Foto: Abdias inheiro/ASCOM/TSE)

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que os autores de fake news e campanhas de ódios nas redes sociais "são bandidos".

A declaração foi feita durante uma live, na abertura do 1º Congresso Internacional de Direito Partidário realizado nesta sexta-feira (24), mesmo dia em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que contas de bolsonaristas investigados no inquérito das fake news fossem banidas do Twitter, .

“A democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas. Só não tem lugar para a intolerância, a violência e a tentativa de destruir das instituições. Quando isso acontece, as instituições de bens têm de agir. Repito, não são pessoas de bem. São bandidos”, disse o ministro, segundo reportagem da Folha.

Barroso não citou especificamente o inquérito, mas defendeu a atuação das instituições no combate à disseminação de notícias falsas.

“Só elas (as instituições) têm a capacidade de fazer o controle das campanhas de desinformação, das campanhas de ódio, sem propriamente fazer m controle de conteúdo”, afirmou.

E acrescenta: “São milícias, gangues que precisam ser neutralizadas e estamos fazendo todo o possível para enfrentá-los dentro da lei”.

Jefferson, Hang, Winter e outros bolsonaristas perdem suas contas no Twitter

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news no STF, bolsonaristas como o ex-deputado Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang, a ativista de extrema direita Sara Winter e o blogueiro Allan dos Santos perderam suas contas

Brasil 247, 24/07/2020, 15:28 h Atualizado em 24/07/2020, 15:56
(Foto: Divulgação)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, determinou que o Twitter derrube as contas de diversos bolsonaristas e ativistas de extrema direita na rede social.

Entre os atingidos pela decisão de Moraes estão a ativista da extrema direita Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang, e o blogueiro Allan dos Santos.

Em maio, o grupo já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão autorizados por Moraes, no âmbito do inquérito que apura ameaças e ataques aos ministros da Corte e a disseminação de notícias falsas. 

Em junho, o ministro determinou que redes sociais como Facebook, Twitter e Youtube forneçam dados de monetização de páginas bolsonaristas.

Na ocasião, o ministro havia determinado o bloqueio das contas nas redes sociais de 16 aliados e defensores do governo Jair Bolsonaro. 

Em nota, o Twitter disse ter agido “estritamente em cumprimento a uma ordem legal proveniente de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF)”.

Os advogados dos investigados disseram que irão recorrer da decisão.

Ministério da Justiça cria dossiê que mira professores e policiais antifascistas

Os servidores listados são monitorados por uma unidade do ministério pouco conhecida, a Seopi (Secretaria de Operações Integradas), uma das cinco secretarias subordinadas ao ministro André Mendonça

24 de julho de 2020, 15:39 h Atualizado em 24 de julho de 2020, 17:44
Ministro da Justiça, André Mendonça (Foto: Isac Nóbrega/PR)

O Ministério da Justiça deu início a uma caça às bruxas e sigilosamente desde junho criou um dossiê com nomes de 579 servidores federais e estaduais de segurança identificados como integrantes do "movimento antifascismo" e três professores universitários, um dos quais ex-secretário nacional de direitos humanos e atual relator da ONU sobre direitos humanos na Síria, todos críticos do governo de Jair Bolsonaro. 

A informação consta num dossiê do ministério obtido pelo site UOL que inclui nomes e, em alguns casos, fotografias e endereços de redes sociais das pessoas monitoradas.

De acordo com a reportagem, o monitoramento é realizada por uma unidade do ministério pouco conhecida, a Seopi (Secretaria de Operações Integradas), uma das cinco secretarias subordinadas ao ministro André Mendonça.

A secretaria é dirigida por um delegado da Polícia Civil do Distrito Federal e tem uma Diretoria de Inteligência chefiada por um servidor com formação militar - ambos foram nomeados em maio por Mendonça.

A Seopi não submete todos os seus relatórios a um acompanhamento judicial por conta de um decreto de Jair Bolsonaro. O órgão age nos mesmos moldes dos outros órgãos que realizam normalmente há anos o trabalho de inteligência no governo, como o CIE (Centro de Inteligência do Exército) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Entre os nomes incluídos no dossiê estão o de servidores que assinaram manifestos em defesa da democracia e com críticas ao governo. Inclui até nomes que assenaram manifesto contra o impeachmente da presidenta Dilma, em 2016.

Uma tabela de arquivo Excel foi montada com uma "relação de servidores da área de segurança pública identificados como mais atuantes". Os 579 nomes foram divididos por estado da federação.

Além desse anexo, a Seopi incluiu os dois manifestos, de 2016 e 2020, uma série de "notícias relacionadas a policiais antifascismo" e cópias em PDF do livro "Antifa - o manual antifascista", do professor de história Mark Bray, e de um certo "manual de terrorismo BR".

Citado

O professor universitário e defensor dos direitos humanos Paulo Sérgio Pinheiro, de 76 anos, se disse "absolutamente perplexo" com a informação de que teve o seu nome incluso num dossiê feito pelo Ministério da Justiça em junho sobre o movimento antifascismo entre servidores.

Presidente do Banco do Brasil pede demissão sem conseguir privatizá-lo

O economista Rubem Novaes entregou o cargo a Jair Bolsonaro sem cumprir a tarefa dada a ele por Paulo Guedes

Brasil 247, 24/07/2020, 19:10 h Atualizado em 24/07/2020, 19:23
O Presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, decidiu renunciar ao cargo nesta sexta-feira (24) e já encaminhou uma carta de demissão a Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

O economista deixa o posto sem conseguir privatizar o banco, missão dada a ele por Paulo Guedes.

O Banco do Brasil comunicou que o "Sr. Rubem de Freitas Novaes entregou ao Exmo. Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro e ao Exmo. Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes, pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado, entendendo que a Companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”.

Caso Jair Bolsonaro aceite a renúncia, outro nome deve ser indicado para o cargo. “Sendo aceita a renúncia pelo Presidente da República, a indicação do novo presidente do BB deverá acontecer na forma do artigo 24, inciso I do Estatuto Social do BB".

Aliados de Bolsonaro indicam parentes para cargos no governo

Aos montes...

Conversa Afiada, 24/07/2020
         (Marcos Corrêa/PR)

A indicação da filha de Braga Netto, ministro da Casa Civil, para uma vaga na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) - que só não se concretizou por causa da reação popular - não seria um caso isolado no governo de Jair Bolsonaro.

Como aponta reportagem do Globo desta sexta-feira 24/VII, persiste em seu mandato a velha prática de nomear parentes de deputados, senadores e outros aliados em cargos do governo federal.

Apenas na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), vinculada ao Ministério da Saúde, o governo Bolsonaro nomeou a esposa do líder do PL, Wellington Roberto (PB), Deborah Roberto, e uma tia do deputado Gustinho Ribeiro (SD-SE), Maria Luiz Felix. Na superintendência do órgão na Paraíba, foi mantida a mãe do líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Virgínia Velloso Borges.

Além disso, o filho do senador Elmano Férrer (PODE-PI), Leonardo Férrer, virou ouvidor na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

E tem mais: o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), vice-líder do governo no Senado Federal, tem o filho, Sérgio Fernandes Ferreira, empregado em uma diretoria no Ministério do Turismo.

Vale destacar, ainda, que o deputado Julio Cesar (PSD-PI) conseguiu nomear sua irmã, Jacqueline Carvalho Maia, na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ela é assessora da presidência da companhia, ligada ao Ministério da Agricultura.

Maia diz não estar convencido de que Bolsonaro cometeu crime

Ele não analisará pedidos de impeachment

Conversa Afiada, 24/07/2020
       (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a dizer, nesta sexta-feira 24/VII, que este não é o momento para tratar de um pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro. Além disso, Maia afirmou que só o faria se tivesse convicção de que há um crime de responsabilidade e depois de passada a emergência da epidemia do novo coronavírus.

"Não vejo espaço para esse assunto, nem condições para um deferimento", disse o parlamentar em entrevista à Rádio Eldorado.

No momento, existem 48 pedidos de impeachment contra Bolsonaro na Câmara - e cabe justamente ao presidente da Casa decidir se dá seguimento a um dos pedidos.

Maia afirmou ainda que qualquer decisão sobre o tema criaria um enfrentamento dentro do Congresso e no país e que este não é o momento adequado.

Olímpio: Bolsonaro faz toma-lá-dá-cá com verba para Covid-19

A oferta é escancarada

Conversa Afiada, 24/07/2020
        (Foto 1: Jefferson Rudy/Agência Senado - Foto 2: Carolina Antunes/PR)

O senador Major Olímpio (PSL-SP) afirmou ter recebido de um representante do governo Bolsonaro uma oferta de liberação R$ 30 milhões em recursos públicos para o combate à Covid-19. Mas, segundo ele, a oferta não vale para todos os senadores e não há critérios objetivos, e sim políticos, para a distribuição da verba parlamentar.

"No Senado foram oferecidos, sim, a inúmeros senadores, R$ 30 milhões para indicar nas suas bases políticas. Te mando a planilha com 11 itens e até com orientação para escrever na planilha 'Covid 19', no começo de junho para pagar e já pagou agora em julho", disse Olímpio à Globo News.

"Foi o toma lá, não teve o dá cá, mas com dinheiro do Covid, sim", acrescentou.

O senador disse que isso está ocorrendo no Senado. "Tem senadores que já confirmaram que fizeram distribuição nos seus estados, por critérios que o senador escolheu", declarou Olímpio.

"Bolsonaro se tornou um clássico mundo afora. Um exemplo a não ser seguido”, diz Haddad

Ex-prefeito Fernando Haddad usou as redes sociais para criticar o fato dos governistas acharem graça nas “palhaçadas” feitas por Jair Bolsonaro enquanto “a imagem do Brasil no exterior segue sendo destruída”

Brasil 247, 24/07/2020, 12:15 h Atualizado em 24/07/2020, 13:54

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, usou suas redes sociais nesta sexta-feira (24) para afirmar que Jair Bolsonaro “se tornou um clássico mundo afora. Um exemplo a não ser seguido”. Na postagem, ele criticou o fato dos governistas acharem graça nas “palhaçadas” feitas pelo ex-capitão enquanto “a imagem do Brasil no exterior segue sendo destruída”.

“Sei que que os governistas acham bonitinho as palhaçadas do seu mito, mas a imagem do Brasil no exterior segue sendo destruída pelo jornalismo sério e por programas humorísticos. Bolsonaro se tornou um clássico mundo afora. Um exemplo a não ser seguido”, postou Haddad no Twitter. 

Confira a postagem de Fernando Haddad sobre o assunto. 

Sei que que os governistas acham bonitinho as palhaçadas do seu mito, mas a imagem do Brasil no exterior segue sendo destruída pelo jornalismo sério e por programas humorísticos. Bolsonaro se tornou um clássico mundo afora. Um exemplo a não ser seguido.— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) July 24, 2020