sábado, 12 de dezembro de 2020

Mandetta diz que avisou Bolsonaro sobre as 180 mil mortes – e ele o demitiu com raiva pelo aviso

“Eu simbolizava a notícia e ele ficou com raiva do ‘carteiro’, ficou com raiva do Ministério da Saúde”, afirmou o ex-ministro

Brasil 247, 12/12/2020, 07:29 h Atualizado em 12/12/2020, 07:29
   Jair Bolsonaro e Luiz Henrique Mandetta (Foto: Reuters)

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, que avisou Jair Bolsonaro sobre as 180 mil mortes que o Brasil teria em 2020, em decorrência da covid-19. “Eu simbolizava a notícia e ele ficou com raiva do ‘carteiro’, ficou com raiva do Ministério da Saúde”, afirma.

“Eu tentava puxar ele logo para a fase proativa. Eu nunca falei em público que eu trabalhava com 180 mil óbitos se nós não interviéssemos, mas para ele eu mostrei, entreguei por escrito, para que ele pudesse saber a responsabilidade dos caminhos que ele fosse optar. Foi realmente uma reação bem negacionista e bem raivosa”, aponta. 

Saiba mais em reportagem da Reuters:



SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil ultrapassou nesta sexta-feira a marca de 180 mil mortes em decorrência da Covid-19, com o registro de 646 novos óbitos elevando o total de vítimas fatais da doença no país a 180.411, informou o Ministério da Saúde.

Também foram notificados 53.030 novos casos de coronavírus no Brasil, que engata o quarto dia consecutivo com mais de 50 mil infecções reportadas e atinge um total de 6.834.829, segundo a pasta.

Nesta semana, conforme os dados do governo, a contagem diária de novos casos ficou abaixo da marca de 50 mil apenas no domingo e segunda-feira, dias em que tradicionalmente há notificações reduzidas em função do represamento de testes aos finais de semana.

Estado mais afetado pela doença no país, São Paulo atingiu nesta sexta as marcas de 1.325.162 casos e 43.802 mortes.

Em entrevista coletiva, o secretário de Saúde paulista, Jean Gorinchteyn, indicou que nas últimas três semanas houve incrementos de 23,6% na média diária de casos, de 15,5% na média de internações e de 30,3% na média de óbitos no Estado.

Segundo ele, o movimento faz parte de um repique global da Covid-19. “Não é só o Brasil, não é só São Paulo que apresentou a recrudescência no número de casos”, afirmou, citando dados de países europeus e dos Estados Unidos.

O Brasil é o segundo país com maior número de mortes por coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em casos, abaixo dos EUA e da Índia.

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