domingo, 20 de dezembro de 2020

Bolsonaro pode mandar 17 milhões de brasileiros de volta à pobreza com fim do auxílio

Redução do valor do auxilio emergencial fez com que a renda de cerca de 7 milhões de brasileiros ficasse abaixo do nível de pobreza. Estimativa é que o fim definitivo do benefício, no começo de 2021, coloque 17 milhões nesta situação

Brasil 247, 20/12/2020, 07:48 h Atualizado em 20/12/2020, 08:01
   (Foto: ABr)

A decisão da equipe econômica que resultou na redução do valor do auxilio emergencial pago durante a pandemia fez com que a renda de cerca de 7 milhões de brasileiros ficasse abaixo do nível de pobreza, de até R$ 5,50 por dia, no mês de outubro, em relação ao mês anterior. A estimativa é que este contingente chegue a 17 milhões com o fim definitivo do benefício, no começo de 2021. 

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o número representa 26,2% da população, um ponto percentual mais elevado que o registrado em 2019. Em setembro, devido ao auxílio emergencial, o indicador estava em 18,3%, menor valor dos últimos dez anos. 

De acordo com o estudo do pesquisador do FGV Ibre, (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) Vinícius Botelho, 6,5 milhões de brasileiros deixaram a linha de extrema pobreza, representada por renda de até US$ 1 por dia, em função do auxílio de R$ 600. A redução do valor pela metade, porém, fez com 800 mil brasileiros voltassem a este patamar. O fim definitivo do benefício deverá fazer que mais oito milhões voltem a este patamar. 




O levantamento aponta, ainda, que esta parcela da população havia passado de 4,3% para 1,2% de 2019 até setembro deste ano, deixando o país próximo de zerar a extrema pobreza. O percentual, porém, subiu para 1,6% em outubro e deverá chegar a 5,3% em 2021.

De acordo com Botelho, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita teria que crescer 7,1% sobre o resultado de 2019 para que a pobreza voltasse ao nível de 2014, quando foram registrados os melhores resultados na redução da pobreza. Para que a extrema pobreza fosse zerada, o Brasil teria que crescer 16,3%. E para que todas as famílias tenham renda per capita acima de US$ 5,50, o crescimento teria que ser de quase 60%.

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