quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Caos médico toma conta de país, após saída de cubanos

A saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos continua a levar o caos para atendimento no interior do país. 

Enfermeiros estão assumindo atividades de médicos, o uso de ambulância para deslocar moradores a outras unidades disparou e a desistência de pacientes em obter atendimento se tornou generalizada. 

Dos 8.319 brasileiros inscritos no Programa após a saída dos cubanos, apenas 10% se apresentou.

PT deve rejeitar fazer autocrítica desejada pelos inimigos, diz Altman

"Muitas das vozes que exigem autocrítica do Partido dos Trabalhadores", na realidade "mascaram o desejo de vê-lo renegando sua natureza classista", diz o jornalista Breno Altman.

Para ele, apesar da derrota no pleito presidencial "o PT e seu candidato caíram de pé, porque foram capazes de recompor sua identidade, negando-se ao beijo na cruz e reencontrando-se com seu veio histórico" e que "possivelmente preservarão condições de combate se evitarem a cantilena da autocrítica desejada por seus inimigos e até por alguns potenciais aliados".

CCR fechha acordo de delação e diz ter pago R$ 44 milhões em Caixa 2 para Serra e Alckmin

Empresa CCR, que atua no setor de concessões de metrôs, aeroportos e estradas, disse, em um acordo que será firmado nesta quinta-feira (29) junto ao Ministério Público de São Paulo, que pagou R$ 44 milhões por meio de caixa 2 a políticos ligados aos grupos do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), do senador José Serra (PSDB-SP) e do ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), que foi indicado pelo governador eleito de São Paulo João Doria (PSDB) para ser o futuro chefe da Casa Civil.

Bolsonaro bate continência para assessor de Trump e humilha brasileiros

Na manhã desta quinta, o presidente eleito Jair Bolsonaro provou que governa para servir a interesses dos Estados Unidos e não do povo brasileiro.

Ele bateu continência para o assessor de segurança de Donald Trump, John Bolton, ao recebê-lo em sua casa no Rio.

Conhecido como 'senhor da guerra', Bolton quer que o Brasil, a nova colônia dos EUA na América Latina, pressione a Venezuela e sufoque Cuba.

Bolsonaro já acabou com os Mais Médicos, deixando milhões de brasileiros sem assistência, e pode entrar num conflito com venezuelanos.

Militares nacionalistas, como o general Mourão, estão preocupados com a humilhante submissão do Brasil.

Segundo decreto que regulamente o tema, "a continência parte sempre do militar de menor precedência hierárquica".

Pezão é preso em nova fase da Lava Jato

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi preso por volta das 6h desta quinta-feira (29) no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do estado. A operação é baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro do ex-governador Sergio Cabral.

Além de Pezão, a força-tarefa da Lava Jato tenta prender outras oito pessoas. Miranda acusa Pezão de receber mesadas de R$ 150 mil entre 2007 a 2014, quando era vice-governador. Segundo o MP, haveria registros de pagamentos de quase R$ 40 milhões em espécie.

Propinas podem chegar a 40 milhões, segundo a PGR

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, preso nesta quinta-feira pela Polícia Federal, recebeu pagamentos em espécie que totalizam R$ 25 milhões, equivalente a 39 milhões de reais em valores atualizados, quantia que foi alvo de sequestro determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo a PGR, o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que cometeu vários crimes contra a administração pública, com destaque para corrupção e lavagem de dinheiro.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

O que esperar da educação no próximo governo?

                           Ricardo Vélez-Rodríguez foi escolhido ministro da Educação do 
                           governo Bolsonaro.

Desde a redemocratização do País, o Ministério da Educação tem conseguido, com maior ou menor êxito, manter uma linha de trabalho com consistência técnica, apoiada em evidências de pesquisas e de dados educacionais. Essa continuidade de políticas públicas estruturantes garantiu avanços importantes em diferentes governos — embora em ritmo muito aquém das necessidades econômicas e cidadãs de nossa população.

Ainda que hoje haja divergências sobre as formas de implementação, as metas educacionais para o País estão claras e são balizadas pelo Plano Nacional de Educação (PNE). O documento é o principal consenso entre especialistas para se garantir uma educação de qualidade para todos, da creche à pós-graduação.

Educadores, pesquisadores com visões teóricas diversas e gestores educacionais dos mais variados espectros políticos concordam que o Brasil precisa universalizar a educação básica, garantir a aprendizagem de todos na idade certa, investir mais recursos e melhorar a gestão, garantir mais oportunidades de educação técnico-profissional e superior e formar melhor e valorizar mais seus professores.

Diante disso, o anúncio de Ricardo Vélez-Rodríguezpara o Ministério da Educação tem preocupado a comunidade educacional. Desconhecido e inexperiente na área, o teólogo ganhou visibilidade pelas declarações polêmicas à imprensa e em seu blog pessoal, por seu apoio ao movimento Escola sem Partido e por ter grande apoio da bancada evangélica no Congresso Nacional. Com essas informações, deduz-se que a pasta no novo governo concentrará suas ações para combater aquilo que tanto as suas declarações quanto as do presidente eleito, Jair Bolsonaro, apontam como uma educação ideologizada.

Até o momento, porém, nada na direção de responder aos desafios reais do cotidiano educacional. Para além de suas posições políticas, olhamos com preocupação a falta de menção do futuro ministro ao principal documento norteador da política educacional do País e aos problemas concretos da educação brasileira: alfabetização, evasão, distorção idade-série e financiamento, entre outros, comprovados por dados, indicadores e pesquisas.

Importa-nos saber como Rodríguez pretende implementar o Plano Nacional de Educação. Queremos ouvir do novo governo quais serão suas políticas para garantir acesso, permanência e aprendizagem adequada a todos os brasileiros, da creche até o ensino médio. Como pretende incluir na escola os 2,5 milhões de crianças, adolescentes e jovens de 4 a 17 anos que ainda estão fora dela? O que fará para que não passem pela escola sem aprender o básico, como 1 milhão de crianças brasileiras que hoje não aprendem a ler e a escrever até o 3º ano do Ensino Fundamental? Como pretende diminuir as taxas de reprovação e evasão para que 100% dos alunos que ingressem na escola no Brasil concluam o Ensino Médio e não apenas 59%, como acontece hoje?

O PNE buscou responder a essa realidade desafiadora com 20 metas que se articulam entre si. Como cumpri-lo não é opcional, o novo ministro precisa demonstrar como garantirá orçamento para a área em 2019. Afinal, a pasta da Educação perdeu muitos recursos desde o início da crise econômica, num país em que o investimento por aluno na educação básica já é, em média, menos da metade do que o dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

Nesse sentido, um grande desafio que temos à frente é a aprovação de um novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) até 2020. Trata-se de uma oportunidade muito importante não só de reduzir as desigualdades regionais, como também de garantir um patamar mais adequado de investimento em educação básica pelo governo federal.

Para cumprir o PNE, também será preciso desenhar um Sistema Nacional de Educação, uma legislação fundamental para melhor definir atribuições e responsabilidades entre municípios, estados e a União na oferta educacional. Caberá ao governo federal propor um novo desenho de governança da educação básica, negociá-lo com governadores e prefeitos e com o Congresso para aprová-lo.

A melhoria das condições de trabalho dos profissionais da educação é outra frente com impacto direto em diversas metas do PNE. Para além de alimentar a vigilância sobre professores e materiais didáticos, como pretende o Escola sem Partido, queremos saber do novo governo quais serão suas políticas para que o País avance na melhoria de infraestrutura das escolas, na qualidade da formação inicial e continuada de professores e na valorização de salários e carreiras docentes.

O compromisso com a aprendizagem na idade certa para todos precisa ser assumido como prioridade. Para isso, é necessário não só cumprir as demais metas, como também dar continuidade à implementação da Base Nacional Comum Curricular — documento cuja elaboração levou anos e atravessou diferentes governos e contou com ampla participação da sociedade em sua elaboração.

Esses são os desafios colocados hoje para a educação brasileira. O País não só tem urgência em respondê-los adequadamente, como não pode correr o risco de retroceder em nenhuma conquista, já que as perdas humanas e econômicas seriam desastrosas. Para se garantir uma educação de qualidade, será necessário ao novo ministro se afastar das agendas partidárias, que têm capturado o debate sobre educação com uma verdadeira cortina de fumaça, e buscar aqueles que conhecem os dados, as pesquisas e sobretudo a realidade das redes de ensino e escolas brasileiras.

*Mônica Gardelli Franco é mestre e doutora na área de currículo e superintendente do Cenpec.

Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do HuffPost Brasil e não representa ideias ou opiniões do veículo. Mundialmente, o HuffPost oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.

Fonte: Msn, 28/11/18

Guru de Bolsonaro, Olavo diz que Educação Sexual gera putaria nas escolas

Depois de emplacar dois ministros, o escritor Olavo de Carvalho volta a atacar a esquerda, a universidade e qualquer um que ouse discordar de suas ideias. Sobre educação sexual nas escolas, ele diz: "Quanto mais educação sexual, mais putaria nas escolas. No fim, está ensinando criancinha a dar a bunda, chupar pica, espremer peitinho da outra em público". Carvalho ainda critica os 'gayzistas' e o aquecimento global que, como o chanceler Ernesto Araújo, julga não existir.

Submissão do Brasil a Trump abre crise com Mourão e com o agronegócio

O anúncio feito pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), chanceler informal do Brasil, de transferir a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, com um boné de Donald Trump, abre uma crise com dois polos que apoiam o bolsonarismo: os militares e o agronegócio.

De um lado, produtores rurais devem perder bilhões em exportações duramente conquistadas, ameaçando o emprego de milhões de brasileiros.

De outro, militares nacionalistas se espantam com a destruição da política externa. "É uma decisão que não pode ser tomada de afogadilho, de orelhada", diz Mourão.

O limite

Constatação

O governo Temer preencheu 97% das vagas do Mais Médicos, mais deixou de fora do edital cerca de mil municípios antes atendidos por médicos cubanos. Até ontem dos médicos inscritos 0,5% se apresentaram para o trabalho. Tire suas próprias conclusões!

Ministro da Saúde de Temer deixa fora do edital do Programa Mais Médicos 1.000 municípios que aguardavam reposição de cubanos

Em companhia do presidente Michel Temer, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, assina a publicação do edital para contratação dos médicos que vão substituir os cubanos no Programa Mais Médicos Foto: Cesar Itiberê/PR

Ministro da Saúde de Temer deixa fora do edital do Programa Mais Médicos 1.000 municípios que aguardavam reposição de cubanos

26/11/2018 - 17h25


Temer deixa fora do edital os municípios que aguardavam reposição do Mais Médicos

“Temos que reivindicar um posicionamento do Ministério em relação a isso, não faz sentido prejudicar ainda mais os municípios que já estão passando por dificuldades”, afirma gestora pública do Piauí


São Paulo – O governo de Michel Temer (MDB) retirou 1.600 vagas de 1.000 municípios que aguardavam reposição de médicos cubanos do novo edital do Programa Mais Médicos, para substituir os 8.500 profissionais que estão se retirando do programa, depois que o governo de Cuba suspendeu sua participação no programa em razão de críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Secretários municipais de Saúde que participaram de encontro nacional em João Pessoa, na quinta e sexta-feira (22 e 23), enfatizaram que estão enfrentando dificuldades em relação ao bloqueio feito pelo Ministério da Saúde a esses municípios em setembro, por conta da falta de médico.

“Os municípios que ficaram sem médico, pela falta de reposição dos cubanos, foram bloqueados e não constam na lista de opções para receber profissionais nesse novo edital. Temos que reivindicar um posicionamento do Ministério em relação a isso, não faz sentido prejudicar ainda mais os municípios que já estão passando por dificuldades”, disse Leopoldina Cipriano, presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Piauí.

Willames Ferreira, vice-presidente do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), afirmou que acertou com o Ministério da Saúde que será publicado o edital de reposição que não foi lançado anteriormente logo após o final desse processo de contratação dos médicos brasileiros para o programa.

“Estamos insistindo nessa reposição há meses, principalmente por conta desse bloqueio que os municípios sofrem caso fiquem sem médicos; são mais de 1.600 vagas de reposição em quase 1.000 municípios”.

Problemas nas inscrições

Os gestores discutiram também problemas com as inscrições dos profissionais brasileiros no Programa Mais Médicos, prorrogadas até o dia 7 de dezembro. De acordo com Leopoldina Cipriano alguns médicos que já trabalhavam na Estratégia de Saúde da Família do município estão pedindo exoneração do cargo para se inscrever no edital.

“Já recebi solicitações deles para retirar o nome do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) para que possam se inscrever no Mais Médicos, por conta do salário maior e benefícios concedidos aos profissionais ligados ao programa”.

No entanto, a presidente do Conselho no Espírito Santo, Andreia Passamini, destacou que o edital veta a participação de profissionais recentemente desligados do CNES.

“No edital fica muito claro que o período de desligamento deve estar entre outubro/2017 a outubro/2018, esses médicos que estão pedindo desligamento agora não poderão atuar no programa em qualquer localidade, o edital permite que eles se inscrevam somente para trabalhar em municípios com perfil de extrema pobreza, descrito no edital”.

Com informações do Conasems

Leia também:

Política do “inimigo permanente” une Trump a Bolsonaro. Como o fascismo de Bannon usa o apocalipse para chegar ao poder

BLOG DO AZENHA, 01/11/2018

Da Redação

No dia 4 de agosto deste ano, o deputado federal Eduardo Bolsonaro tuitou uma foto feita em Manhattan com uma mensagem em inglês: “Foi um prazer encontrar Steve Bannon, estrategista da campanha presidencial de Donald Trump. Tivemos uma boa conversa e compartilhamos da mesma visão de mundo. Ele se disse um entusiasta da campanha de Bolsonaro e estamos em contato para juntar forças, especialmente contra o marxismo cultural”.

Como a conversa não foi pública, é impossível dizer até que ponto os dois de fato concordam.

Porém, os discursos e mesmo as primeiras decisões de Jair Bolsonaro são compatíveis com a pregação de Bannon, que por sete meses foi assessor especial de Trump na Casa Branca.

Em 2014 o site BuzzFeed recuperou a íntegra de uma entrevista que Bannon deu a um grupo de católicos conservadores reunido no Vaticano, bem antes do Brexit ou da vitória eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos.

Os promotores do encontro eram ligados ao cardeal estadunidense Raymond Burke, um dos críticos mais vocais do papa Francisco. Burke já foi definido como o “rosto” da oposição ao papa no Vaticano.

Na entrevista, Bannon criticou o capitalismo dos dias de hoje dizendo que ele se afastou das fundações morais e espirituais do cristianismo, da civilização judaico-cristã.

Afirmou que o tratamento dado aos culpados pela crise financeira de 2008 nos Estados Unidos — ficaram impunes e foram resgatados pelo Tesouro — foi o combustível da revolta popular que se manifestou no Tea Party e fez o Partido Republicano guinar ainda mais à direita.

Bannon se diz católico, assim como Bolsonaro — mas na política adota o ecumenismo integralista.

Aqui vale a tradução de um trecho relevante da fala dele:

“Essa forma de capitalismo é muito diferente do que eu chamo de capitalismo iluminado do Ocidente judaico-cristão. É um capitalismo que parece transformar as pessoas em mercadorias, que objetifica as pessoas, que as usa — como muitos dos preceitos de Marx — e é uma forma de capitalismo que, particularmente as novas gerações, acham muito atraente. Eles não enxergam uma alternativa. […] Outra tendência é a imensa secularização do Ocidente. Já venho falando sobre secularização há muito tempo, mas se você olhar para os jovens, especialmente os de menos de 30 anos, há um impulso irresistível da cultura popular em secularizá-los. Tudo isso converge para algo que teremos de encarar, é um tópico muito desagradável, mas estamos em guerra contra o fascismo jihadista islâmico. E esta guerra, acredito, está em metástase muito mais rapidamente do que os governos podem enfrentar”.

Depois de elogiar o Partido de Independência do Reino Unido (UKIP) e a Frente Nacional francesa, hoje comandada por Marine Le Pen — dois partidos nacionalistas de direita –, Bannon disse que o que os une “é um movimento populista de centro-direita da classe média, dos trabalhadores e trabalhadoras do mundo, que estão cansados de seguir os ditames do que chamamos de Partido de Davos”.

Davos é a cidade Suiça sede de um encontro anual de bilionários.

“Esta revolta de centro-direita é na verdade uma revolta global. Acredito que vocês vão vê-la na América Latina, na Ásia e já a vemos na Índia”, afirma a certa altura, referindo-se à vitória eleitoral do Partido do Povo Indiano, do atual primeiro-ministro Narendra Modi, que prega o nacionalismo hinduísta num país que tem cerca de 200 milhões de muçulmanos.

A declaração, lembrem-se, foi dada em 2014.

Na entrevista, Bannon afirmou que as classes dirigentes estão corrompidas e, portanto, é preciso demolir as instituições existentes no mundo.

Rompendo com o secularismo, pregou reconstruí-las sobre os desígnios judaico-cristãos, já que segundo ele uma grande tormenta está a caminho, aquela, causada pelo “fascismo islâmico”.

A NOVA BÍBLIA

Bannon, que segundo a mídia dos Estados Unidos é um leitor voraz, admite que um livro em especial moldou sua visão de mundo: The Fourth Turning, An American Prophecy, publicado em 1997.

Um dos autores chegou a escrever um artigo, publicado no Washington Post, se gabando de ter influenciado o estrategista de Donald Trump.

A descoberta de que Bannon tinha um livro de cabeceira levou o site liberal Huffington Posta publicar uma manchete que deixou gente de cabelo em pé: Steve Bannon acredita que o apocalipse está a caminho e a guerra é inevitável.

“A História é sazonal e o inverno está a caminho… A própria sobrevivência da Nação está em jogo. Em algum momento antes de 2025, os Estados Unidos vão atravessar um grande portão, comparável à Revolução Americana, à Guerra Civil ou às emergências gêmeas da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial. O risco de catástrofe é grande. A Nação poderia irromper em insurreição ou violência civil, se dividir geograficamente ou sucumbir a um governo autoritário”, diz um trecho do livro republicado pelo New York Times, que comparou o cenário ao do seriado Game of Thrones.

A profecia dos autores é baseada no que acreditam ser um ciclo que se repete na História a cada 80 anos: crescimento, maturidade, entropia e destruição. Argumentam que os ciclos são tão previsíveis quanto as quatro estações do ano.

Para enfrentar a tempestade vindoura, dizem os autores, “nova autoridade cívica vai ter de se enraizar, rapida e firmemente — o que não será fácil se regras e rituais desacreditados do antigo regime permanecerem. Temos de mudar e simplificar o governo federal antes da crise, cortando profundamente seu tamanho e amplitude, sem colocar em risco seu núcleo central”.

“O núcleo da Nação será mais importante que sua diversidade. Jogo em equipe e comportamento padrão serão as novas palavras de ordem. Qualquer pessoa ou coisa que não puder ser descrita nestes termos pode ser deixada de lado — ou pior. Não se isole das atividades comunitárias… Se você não quer ser mal avaliado, não aja de maneira a provocar a autoridade da Crise a te julgar culpado. Se você pertence a uma minoria étnica ou racial, prepare-se para uma reação nativista de uma maioria assertiva (e possivelmente autoritária)”, escrevem os autores em tom de advertência.

A chamada Quarta Reviravolta, curiosamente, se expressa tanto no discurso de Donald Trump — “nós contra eles” — quanto no de Jair Bolsonaro, que afirma que despreza os direitos das minorias e diz que elas devem se submeter ao controle das maiorias.

Brasil acima de todos, Deus acima de tudo.

COMO O VATICANO REAGIU

A coalizão conservadora de católicos, protestantes e ortodoxos em geral, incentivada por Bannon, mereceu uma resposta indireta do Vaticano.

Aqui é importante lembrar que nenhum primeiro-ministro se mantém no poder em Israel sem apoio dos partidos religiosos ultraortodoxos.

A resposta do Vaticano às ideias de Bannon e parceiros de jornada veio na forma de um artigo de um confidente do papa Francisco, o católico Antonio Spadaro, em parceria com o pastor presbiteriano Marcelo Figueroa, numa publicação que é vista como porta-voz não oficial do Vaticano.

Eles identificam como uma das origens do chamado “teoconservadorismo” um livro publicado no início do século 20, pelo milionário californiano Lyman Stewart, The Fundamentals.

“Os grupos religiosos e sociais inspirados em autores como Stewart consideram os Estados Unidos uma nação abençoada por Deus. E não hesitam em basear o crescimento econômico do país numa adesão literal à Bíblia. Em anos mais recentes, essa corrente de pensamento se alimenta da estigmatização de inimigos, que muitas vezes são demonizados. O panorama do que entendem como ameaças à forma americana de viver inclui modernistas, o movimento negro pelos direitos civis, o movimento hippie, comunistas, feministas e assim por diante. E em nossos dias estão incluídos os imigrantes e os muçulmanos. Para manter os níveis de conflito, suas leituras bíblicas tiram de contexto trechos do Velho Testamento sobre conquista e defesa da terra prometida, em vez de se guiarem pelo olhar incisivo, cheio de amor, de Jesus nos Evangelhos”, diz o texto.

No Brasil de Bolsonaro, registre-se, os “vermelhos” já foram definidos como inimigos a serem, ainda que metaforicamente, “metralhados”.

A crença num mundo governado apenas pelos homens, criaturas de Deus, também coloca os ambientalistas como inimigos da fé.

O anti-intelectualismo é uma das características do fascismo.

“Nessa visão teológica, os desastres naturais, as dramáticas mudanças climáticas e a crise ecológica global não são percebidos como um alarme que deve levá-los a reconsiderar seus dogmas, mas como o oposto: sinais que confirmam sua compreensão não-alegórica das figuras finais do livro do Apocalipse e a esperança apocalíptica em um novo céu e uma nova terra“, escrevem Spadaro e Figueroa.

Não por acaso, tanto Donald Trump quanto Jair Bolsonaro se manifestaram contra o acordo de Paris, cujo objetivo é combater o aquecimento global.

Os autores notam os paradoxos da coalizão religiosa fundamentalista: “Esta reunião em torno de objetivos compartilhados acontece em temas como aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, educação religiosa nas escolas e outros assuntos geralmente considerados morais ou ligados a valores. Ambos os integralistas evangélicos e católicos condenam o ecumenismo tradicional e ainda promovem um ecumenismo de conflito que os une no sonho nostálgico de um tipo de estado teocrático. No entanto, a perspectiva mais perigosa para este estranho ecumenismo é atribuível à sua visão xenófoba e islamofóbica, que pede muros e purifica as deportações. A palavra ecumenismo se transforma em um paradoxo, em um ecumenismo do ódio”.

O artigo critica a tentativa dos fundamentalistas de invadir a esfera laica do Estado, o que o papa Francisco condena. Os autores sugerem que líderes políticos tentam usar a religião para defender interesses da elite que dizem combater, de forma hipócrita.

“A espiritualidade não pode se ligar a governos ou a pactos militares, pois está a serviço de todos os homens e mulheres. As religiões não podem considerar algumas pessoas como inimigos jurados, nem outras como amigos eternos. A religião não deve se tornar a garantia das classes dominantes. No entanto, é justamente esta dinâmica, com um sabor teológico espúrio, que tenta impor sua própria lei e lógica na esfera política”, diz o texto.

Finalmente, Spadaro e Figueroa se referem à luta do papa Francisco para evitar que a fé seja manipulada num período de crise econômica:

“Há uma necessidade de lutar contra a manipulação desta temporada de ansiedade e insegurança. Novamente, Francisco é corajoso aqui e não dá legitimidade teológico-política aos terroristas, evitando qualquer redução do Islã ao terrorismo islâmico. Nem dá para aqueles que postulam e querem uma guerra santa ou para construir barreiras cercadas de arame farpado. A única coroa que conta para o cristão é aquela com espinhos que Cristo usou”.

Bannon agora se dedica a disseminar suas ideias numa entidade que batizou de Movement, que identifica como um de seus objetivos combater o megainvestidor George Soros, recente destinatário de uma bomba caseira nos Estados Unidos e que financia empreendimentos e ideias do liberalismo tradicional. Para Bannon, é “globalista”.

Deputado bolsonariano ameaça diretora de escola

Será que ele pretende fazer com ela o que fez com a placa da Marielle?

Conversa Afiada, 27/11/2018

Por Helena Borges, no Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção):

Daniel Silveira, deputado federal eleito pelo PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, gravou um vídeo atacando a diretora do Colégio Estadual Dom Pedro II, Andrea Nunes Constâncio. A escola fica em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Na gravação, ele afirma que, por ser deputado federal, cargo do qual ainda não tomou posse, ele poderia “entrar em qualquer estabelecimento sem permissão” e que irá pedir uma auditoria da gestão da diretora, uma competência que cabe ao Tribunal de Contas do estado e à Secretaria estadual de Educação.

— Diretora, sou deputado federal e meu caráter é de fiscalizador. Posso entrar em qualquer estabelecimento sem permissão — afirma Silveira, em vídeo gravado dentro de um carro, e completa: — Vou solicitar uma auditoria na sua escola desde o princípio de sua gestão para ver se tudo está tão certinho.

Ex-secretária executiva do Ministério da Educação e atual membro do Conselho Nacional de Educação e da Câmara de Educação Básica, Maria Helena Guimarães explica que as ameaças do deputado são infundadas:

— A escola estadual é de competência do governo do estado e não cabe ao deputado federal pedir auditoria. Mesmo que fosse um deputado estadual, inclusive, não seria possível. A auditoria é uma atribuição do tribunal de contas do estado.

(...) As ameaças de Daniel Silveira — que já disse ter “desprezo” por professores “de esquerda”, é aliado do presidente eleito Jair Bolsonaro e ficou conhecido por rasgar a placa que continha o nome da vereadora assassinada Marielle Franco — vêm no bojo da discussão em torno do projeto de lei 7180/14, conhecido como Escola sem Partido.

A constitucionalidade do Escola sem Partido está oficialmente na lista dos temas a serem julgados pelo Supremo Tribunal Federal e seria votado esta semana, mas segue em suspenso. O presidente do STF, ministro Dias Toffoli anunciou que o plenário continuaria a julgar no dia 28 o processo sobre o indulto de Natal concedido no ano passado pelo presidente Michel Temer.

De autoria do deputado Erivelton Santana (PSC-BA), o texto impõe regras sobre o comportamento dos professores em sala de aula e a abordagem de assuntos como educação sexual e de gênero, que ficariam proibidos em "materiais didáticos e paradidáticos", "conteúdos curriculares", "políticas e planos educacionais" e "projetos pedagógicos das escolas".

Em documento, PT alfineta Ciro e propõe "oposição global" a Bolsonaro


O texto que servirá de base temática para a reunião do Diretório Nacional do PT no próximo dia 30 em Brasília apresenta um novo tom e uma resposta às tentativas de intimidação ao partido. 

A proposta é fazer uma "oposição global" ao governo eleito respeitando a coexistência de forças progressistas. 

A carta critica líderes que "se omitiram" no segundo turno e destaca: "somam-se a eles políticos oponentes ao golpe, que duvidavam da força do PT, imaginavam chegar ao segundo turno e, frustrados, tentam 'culpar' nosso partido pela performance obtida".

Filósofo Henry Levy, no Le Monde: 'Bolsonaro é a pornografia política'


O filósofo Bernard-Henri Lévy deu entrevistas ao francês Le Monde e ao espanhol El País, comentando a ascensão da extrema direita no mundo, informa o jornalista Nelson de Sá, em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo. 

Ele diz: "no clube informal de monstros que está se formando com Trump, Viktor Orban e assim por diante, Bolsonaro é o mais caricatural de todos". 

Diz mais: "o mundo está assombrado com a incrível vulgaridade de seus comentários, é pornografia política".

Bolsonaro no colo de Donald Trump

O jornalista Umberto Martins, autor do livro "O golpe do capital contra o trabalho", mostra que o clã Bolsonaro está disposto a subordinar a política externa à orientação de Washington, colocar o Brasil no colo de Donald Trump e definir as relações internacionais com base numa ideologia obscura e irrealista de extrema-direita, fundada em preconceitos, intolerância e ódio.

Generais de Bolsonaro não são os mesmo da ditadura, diz Gaspari

O jornalista Elio Gaspari diz que o generalato de Bolsonaro é diferente daquele que caracterizou a ditadura militar. Gaspari diz: "Bolsonaro e seus generais vieram de outra cepa, num período de profissionalismo e pacificação política dos quartéis". 

Ele lembra o 'sabão' que Mourão tomou e a 'nova psicologia' das forças: "há três anos, depois de um pronunciamento político, o general Hamilton Mourão perdeu a prestigiosa chefia da tropa do Sul. Ele mesmo reconheceu, citando o ex-comandante Enzo Peri, que 'cada um tem que saber o tamanho de sua cadeira', e extrapolara o tamanho da sua".

Gleisi perde a paciência com a Folha

"O PT tem 38 anos, governou por 12, debelou a fome no país. Perdeu a eleição porque prenderam Lula e usaram Whats ilegais com caixa 2. A Folha de São Paulo tem 97 anos, é da elite que comandou o país por 500 anos e nunca enfrentou a miséria, só concentrou renda. E quer que nós façamos autocrítica? Dá um tempo", disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, pelo Twitter

José Simão: Bolsonaro quer ver o Enem? Quero ver responder!


O futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez vê com bons olhos a intenção do presidente eleito de querer conferir a prova do Enem antes dela ser aplicada.

Já José Simão duvida da capacidade de Bolsonaro de responder as questões.

Gleisi responde Aldo Fornazieri: ninguém separa o PT de Lula


"De onde ele tirou que abandonamos Lula?", questiona a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em nota sobre artigo em que o cientista político afirma que o ex-presidente está "politicamente abandonado", inclusive pelo partido.

Wanderley Guilherme: Bolsonaro não tem ideia do que seja governar um país

"Percebe-se a inexistência de projeto de governo representado pelo candidato Jair Bolsonaro. Ele não conhecia nada nem círculos de profissionais, afora a família e dois ou três marginais à vida acadêmica e política que a ele se juntaram por falta de opção", constata o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Os pais têm que educar os filhos com seriedade

Descabido, diz ACM Neto sobre o Escola sem Partido



O prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, afirmou ser contrário a implantação do projeto Escola sem Partido, uma das principais bandeiras de campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro na área de educação".

"Você vai censurar, monitorar o que o proessor está falando em sala de aula? Isso é descabido", afirmou.

"Me preocupa muito que o overno queira apaar um passado equivocado de um viés ideológico de esquerda imprimindo um viés ideológico de direita", completou.

STF decidirá a liberdade de Lula no dia 4

O presidente da Segunda Turma do STF, ministro Ricardo Lewandowski, afirmou que o habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Lula, mantido como preso político em Curitiba, poderá ser julgado ainda em dezembro.

No despacho em que liberou o processo para julgamento, o ministro Edson Fachin pontuou que o pedido seja avaliado pela Segunda Turma na sessão marcada para o próximo dia 4.

General na Secretaria de Governo é como deputado comandar tropa


"Em novo movimento em direção a destruição da política e, portanto, da democracia, o presidente eleito nomeou o general Carlos Alberto dos Santos Cruz para a Secretaria de Governo, o ministério que cuida das relações com o Congresso Nacional". 

"É uma aberração tão grande como designar um deputado para comandar tropas", avalia o colunista do 247 Alex Solnik.

"O militar é treinado para a guerra, não para a política. A vida política, que é essencialmente civil, tem por fundamento a negociação entre posições diferentes e até opostas, não a imposição de uma ordem de cima para baixo", observa.

"Nomear um eneral para ser interlucutor entre governo e os parlamentares é o mesmo que dizer que não haverá interlocução", afirma.

Azevedo: devemos ficar atentos com tantos generais no poder


O jornalista Reinaldo Azevedo afirma que o recém-eleito governo Bolsonaro, composto por tantos generais, deve exigir a atenção de todos; "o fato de nenhuma democracia do mundo ter essa configuração nos diz como é a coisa lá fora".

"Para levar adiante seu programa de governo, seja ele qual ffor, Bolsonaro considera mais importante contar com esses generais do que neociar com os partidos".

"É uma aposta arriscada", alerta Azevedo.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O importante é ser bom!


Alô, alô, caminhoneiros, diesel vai ter reajustes diários!

Xi! Cago Boys seguem a linha do Pedro Malan Parente e da Míriam...

Conversa Afiada, 25/11/2018
Paris: coletes amarelos se tornaram símbolo dos recentes protestos contra o governo

O novo presidente da Petrobras, Castello Branco, um dos ilustres Xi! Cago Boys que vão governar a Economia (do Chile de Pinochet) "é crítico da política que segurou artificialmente os preços dos combustíveis, adotada durante os governos do PT", informa o moribundo Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção).

A política, aliás, é a mesma do presidente ladrão, depois que uma greve dos caminhoneiros o depôs.

A greve foi contra a política de reajustes diários dos derivados do petróleo que o então presidente da Petrobras Pedro Malan Parente adotou em parceria com a co-presidente da empresa, a Míriam Lúcia.

(Não deixe de ver que a Míriam é a mais vista e a mais valiosa jornalista do mundo! Nem na China há jornalista tão poderoso(a) quanto ela!).


Porque, como se sabe, o general Mourão já passou com um trator por cima do Ônyx e, segundo o Janio de Freitas, Bolsonaro recebeu um conselho que ele não pôde recusar: Mourão é o teu vice!

Convém lembrar aos caminhoneiros brasileiros e aos castellos brancos o que aconteceu ante-ontem, 23/novembro, nas ruas de Paris, por causa do aumento do preço dos combustíveis:

PHA


A polícia francesa usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar manifestantes reunidos no centro de Paris neste sábado (24/11) para protestar contra o aumento dos impostos sobre combustíveis promovido pelo governo do presidente Emmanuel Macron.

Cerca de 3 mil de policiais foram alocados para conter a manifestação na capital. Usando coletes amarelos, que já se tornaram símbolo dos protestos contra a alta de combustíveis, manifestantes seguravam cartazes com dizeres como “morte aos impostos”. Nos últimos dias, manifestantes também bloquearam estradas pelo país.

Milhares se reuniram pela manhã na famosa avenida parisiense Champs-Élysées, onde houve confrontos com policiais, que tentavam impedir que os manifestantes seguissem para a Place de la Concorde, próxima ao Museu do Louvre.

A polícia disse que alguns participantes do protesto tentaram repetidamente romper um cordão policial, o que fez com que gás lacrimogêneo fosse usado. Ninguém ficou ferido, mas 18 pessoas foram presas na capital. 

"Estávamos protestando pacificamente e fomos alvo de gás lacrimogêneo”, disse um dos manifestantes, que viajou da região de Isere, no leste do país, para a capital. "Vê-se como somos bem-vindos em Paris.”

A polícia disse que os incidentes deste sábado estiveram ligados à "presença de membros da extrema direita, que hostilizaram as forças de segurança”.

A adesão às manifestações, que contaram com a participação de 81 mil pessoas pelo país, foi menor que a de uma semana atrás, quando 124 mil protestaram, segundo o ministro do Interior francês, Christophe Castaner. O número de feridos também foi bem menor: oito, em comparação com 106 mno último fim de semana. Cerca de 300 mil pessoas bloquearam estradas e depósitos de combustíveis neste sábado.

Segundo Castener, 8 mil pessoas saíram às ruas de Paris, tendo 5 mil delas se reunido na Champs-Élysées. Ele também culpou a extrema direita e Marine Le Pen, líder do Rassemblement National (Agrupamento ou Comício Nacional, a antiga Frente Nacional), pelos confrontos registrados na avenida.

A polícia de Paris usou gás lacrimogêneo para conter manifestantes que tentavam violar um cordão policial

A polícia se deparou com grupos que "responderam ao chamado de Marine Le Pen e querem atacar as instituições e os legisladores do país”, disse o ministro. Le Pen rejeitou as acusações, afirmando nunca ter feito um chamado à violência e acusando o governo de querer transformá-la em bode expiatório.

As manifestações foram motivadas por um recente aumento do imposto sobre o diesel, apontando pelo governo como uma medida de combate à poluição e que se transformou numa frente de oposição a Macron. 

Ao longo da última semana, duas pessoas morreram e mais de 750 ficaram feridas, incluindo 136 policiais, durante manifestações contra a medida, que evidenciam uam insatisfação popular com a estagnação do poder aquisitivo e o retrocesso dos serviços públicos em algumas áreas da França.

Macron foi eleito em maio do ano passado com a promessa de colocar mais dinheiro no bolso dos trabalhadores, mas até agora os efeitos das reformas promovidas por seu governo foram limitados.

Especialmente a parcela mais pobre da população tem manifestado descontentamento com a decisão de Macron de elevar impostos antipoluição sobre o diesel e a gasolina e, ao mesmo tempo, eliminar um imposto sobre a fortuna dos mais ricos.

Sob pressão para combater a poluição antes das eleições para o Parlamento Europeu do ano que vem, nas quais o meio ambiente deve ser destaque, Macron vem se recusando a voltar atrás em relação aos impostos sobre os combustíveis poluentes. 

O presidente insiste que o aumento dos impostos é um mal necessário para reduzir a dependência da França de combustíveis fósseis e investir em energia renovável, um dos principais pontos de suas reformas.

Com gás lacrimogêneo e canhões d'água, 3 mil policiais enfrentaram manifestantes reunidos no centro de Paris para protestar contra o aumento da tributação de combustíveis decretado por governo Macron. "Coletes amarelos" portavam cartazes com dizeres como “morte aos impostos”. Nos últimos dias também houve bloqueios de estradas pelo país

Choque liberal de Paulo Guedes não deu certo em país algum

'O economista Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia de 2008 prevê o fracasso da política econômica que está sendo desenhada por Paulo Guedes e seus Chicago Boys, a mesma implantada no Chile depois que o ditador Pinochet tomou o poder, baseada no conceito do estado mínimo e mão fechada nos investimentos e que resultou em "dez anos de pesadelo'', diz o colunista do 247 Alex Solnik sobre a entrevista concedida por Krugman à revista Veja.

'Já que Krugman pode ser tudo, menos petista ou comunista, é melhor prestar atenção no que diz', ressalta Solnik.

A luz está em você!


Elite econômica abriu mão de seu verniz ao eleger Bolsonaro, diz Haddad

Congresso Em Foco, 26/11/2018

Petista diz que agenda "regressiva" de Bolsonaro dá fôlego ao seu projeto neoliberal
Ricardo Stuckert

Candidato a presidente pelo PT em 2018, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad diz que há dois anos já previa a ascensão da “extrema-direita” no país, mas que apostava na eleição do governador eleito João Doria (PSDB), com um “PSDB bolsonarizado”. Em sua primeira entrevista após a eleição, Haddad defende o PT das críticas de aliados e do ex-candidato Ciro Gomes (PDT) e afirma que o país vive um sistema híbrido, em que o autoritarismo cresce dentro de instituições democráticas.

“Eu imaginava [há dois anos] que o [João] Doria, que é essencialmente o Bolsonaro, fosse ser essa figura [que se elegeria presidente]. Achava que a elite econômica não abriria mão do verniz que sempre fez parte da história do Brasil. As classes dirigentes nunca quiseram parecer ao mundo o que de fato são”, diz Haddad na entrevista à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Para Haddad, a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) está diretamente relacionada à retirada do ex-presidente Lula da disputa e à prevalência de interesses econômicos dos Estados Unidos na América Latina. “Existe uma onda que tem a ver com a crise [econômica] de 2008, que é a crise do neoliberalismo, provocada pela desregulamentação financeira de um lado e pela descentralização das atividades industriais do Ocidente para o leste asiático”, avalia.

Na avaliação dele, a crise mundial acarretou a desaceleração do crescimento latino-americano e a crise fiscal, abrindo caminho para a direita na região. “Os EUA estavam perdendo plantas indústrias para a China. E a resposta foi [a eleição de Donald] Trump. Isso abriria espaço para a extrema direita no mundo. Mas a extrema direita dos EUA não tem nada a ver com a brasileira. Trump é tão regressivo quanto o Bolsonaro. Mas não é, do ponto de vista econômico, neoliberal. E o chamado Trump dos trópicos [Bolsonaro] é neoliberal”, considera.

Ciro e Lula

Haddad afirma que apenas Lula, por seu “significado histórico profundo” de quem saiu das “entranhas da pobreza, chegou à Presidência e deixou o maior legado reconhecido neste país”, teria força para conter essa onda da direita.

O petista também responsabiliza Ciro Gomes (PDT) pela derrota da centro-esquerda. De acordo com o ex-prefeito, Ciro “não soube fazer a coalizão que o levaria à vitória”, com o PT. O pedetista, por outro lado, já disse que foi “traído miseravelmente” pelo Partido dos Trabalhadores.

“Ele não quis fazer [a coalizão]. Uma das razões foi declarada pelo [filósofo Roberto] Mangabeira [Unger, aliado de Ciro] nesta casa. Ele dizia: ‘Nós não queremos ser os continuadores do lulismo. Não queremos receber o bastão do Lula. Nós queremos correr em raia própria’. Palavras dele. Eles não queriam ser vistos como a continuidade do que julgavam decadente. Apostavam que, com Lula preso, o PT não teria voto a transferir. Aconteceu exatamente o oposto”, afirma Haddad.

Para o ex-prefeito de São Paulo, Ciro errou no diagnóstico e pode voltar a se equivocar se insistir que isolar o PT é “a solução para o seu projeto pessoal”. “O PT é um player no sentido pleno da palavra. É um jogador de alta patente, que sabe fazer política. Sabe entrar em campo e defender o seu legado”, diz. “O PDT [de Ciro] é um partido de esquerda, ‘pero no mucho’”, ressalva.

Esquerda x neoliberalismo regressivo

O ex-candidato petista afirma que o momento é de unir a esquerda para impedir retrocessos na democracia. “Eu já tentei falar com o Cid [Gomes, irmão de Ciro]. Falei com o PDT, com o PC do B e o PSB. É obrigação nossa conversar. Entendo que devemos trabalhar em duas frentes: uma de defesa de direitos sociais, que pode agregar personalidades que vão defender o SUS, o investimento em educação, a proteção dos mais pobres. A outra, em defesa dos direitos civis, da escola pública laica, das questões ambientais.”

De acordo com Haddad, é preciso reagir à gestação no Brasil do que ele chama de “neoliberalismo regressivo”, decorrente da crise econômica.

“É uma onda diferente da dos anos 1990. Ela chega a ser obscurantista em determinados momentos, contra as artes, a escola laica, os direitos civis. É um complemento necessário para manter a agenda econômica do Bolsonaro, que é a agenda [do presidente Michel] Temer radicalizada. Essa agenda não passa no teste da desigualdade. Tem baixa capacidade de sustentação. Mas, acoplada à agenda cultural regressiva, pode ter uma vida mais longa. Pode ter voto. Teve voto.”

Sistema híbrido

O ex-prefeito paulistano recorre à definição do sociólogo português Boaventura de Souza Santos para dizer que o Brasil vive um “sistema híbrido”, em que os conceitos de ditadura e autoritarismo se confundem. “Ditadura e democracia eram conceitos bem definidos. Os golpes se davam de fora da democracia contra ela. Hoje, o viés antidemocrático pode se manifestar por dentro das instituições. Ele pode se manifestar na Polícia Militar, na Polícia Federal, no Judiciário, no Ministério Público.”

Ainda na entrevista, Haddad rebate as críticas de que falta autocrítica ao PT. “Muitos dirigentes já se manifestaram sobre a questão do financiamento de campanha, de que a regra era aquela, mas nós não fizemos nada para mudar. A reforma política foi o nosso maior problema. Eu falei isso numa discussão interna no governo, em 2003. Houve o diagnóstico de que não tínhamos força, de que seria uma perda de energia sem produzir resultado prático na vida da população. Então se focou em resultado. E ele veio. Foram quatro eleições presidenciais ganhas [pelo PT], quase uma quinta.”

Evangélicos

Haddad considera que o antipetismo cresceu desde 2013, quando houve uma onda de protestos, e que a “pauta regressiva”, defendida por Bolsonaro, reforçou esse sentimento entre os evangélicos, segmento no qual o presidente eleito teve ampla vantagem sobre o petista no segundo turno.

“Há um fenômeno evangélico sobre o qual temos que nos debruçar. Não podemos dar de barato que essas pessoas estão perdidas. A Ética Protestante e o Espírito Capitalista é um clássico do Max Weber. A gente deveria pensar na Ética Neopentecostal e o Espírito do Neoliberalismo. O Brasil, estruturalmente, é um híbrido entre casta com meritocracia. Se admite que o indivíduo ascenda. Mas sozinho. Desde que a distância entre as classes permaneça. O neopentecostalismo e a teologia da prosperidade são compatíveis com isso. Assim como no final da ditadura foi possível abrir um canal de diálogo com a Igreja Católica, a esquerda tem agora o desafio de abrir um canal com a igreja evangélica, respeitando suas crenças.”

O ex-candidato petista diz que não pretende dirigir o partido nem sua fundação, mas que militará pela formação de frentes em defesa dos direitos sociais e civis. “Porque na política ninguém perde a guerra. Não existe a guerra, com começo, meio e fim. É só batalha. Uma atrás da outra.”