segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Juíza manda Exército e Zambelli explicarem matrícula de filho em Colégio Militar sem prestar prova

Em ação popular, o advogado Arthur Oliveira Dias da Silva questiona o ingresso do filho da deputada Carla Zambelli no Colégio Militar de Brasília sem que o aluno tivesse prestado concurso público. A juíza Noemi de Oliveira pediu uma manifestação de Zambelli e do comandante do Exército, general Edson Pujol

Brasil 247, 31/08/2020, 17:51 h Atualizado em 31/08/2020, 20:34
   Edson Pujol e Carla Zambelli (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA | Michel Jesus/Câmara dos Deputados)

A juíza Noemi Martins de Oliveira, da 5ª Vara Cível Federal de São Paulo, determinou que a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e o comandante do Exército, general Edson Pujol, expliquem a matrícula do filho da parlamentar no Colégio Militar de Brasília sem que este tivesse prestado concurso público, segundo Fernando Molica, da CNN.

Em Ação Popular, o advogado Arthur Oliveira Dias da Silva diz que Pujol fez uso de um “subterfúgio questionável para justificar o ingresso obscuro do estudante no Colégio Militar de Brasília".

A autorização para a matrícula do estudante foi publicada em agosto de 2019 no Boletim de Acesso Restrito do Exército, sob o argumento de que casos “considerados especiais poderão ser julgados pelo Comandante do Exército”, em suposta conformidade com um artigo das Disposições Transitórias do Regulamento dos Colégios Militar. O artigo, porém, não trata de matrículas.

Arthur Oliveira Dias da Silva pede que o ingresso do aluno seja cancelado e que Zambelli e Pujol sejam condenados a ressarcir os prejuízos causados à União.

Jornalista bolsonarista espalha fake news sobre foto de praias lotadas e é desmentido nas redes

O jornalista bolsonarista Guilherme Fiuza, da Jovem Pan, disse que as imagens que registraram praias lotadas neste domingo (30) eram falsas e foi desmentido nas redes

Brasil 247, 31/08/2020, 15:22 h Atualizado em 31/08/2020, 15:22
   Jornalista bolsonarista espalha fake news sobre foto de Ipanema lotada, é desmentido e admite que foi “leviano” (Foto: Rperodução)

DCM - O jornalista bolsonarista Guilherme Fiuza, da Jovem Pan, embarcou nas fake news dos apoiadores do presidente nesta segunda (30) e postou mensagens no Twitter afirmando que as fotos publicadas pelos jornais de Ipanema lotada na pandemia do novo coronavírus não eram atuais ou verdadeiras.

Fiuza escreveu o seguinte:

Essa foto q está circulando c/ a praia de Ipanema lotada – um mar de barracas grudadas e uma multidão à beira-mar – informando q isso aconteceu HOJE é uma falsificação. Provavelmente mais uma fake news da patrulha c/ vontade de patrulhar. Nessas horas os Senhores da Verdade somem

O Estadão, por meio do Twitter, respondeu Fiuza: Oi, Guilherme. As fotos publicadas na nossa matéria foram todas feitas no domingo, 30, pelo fotojornalista Wilton Junior, que também assina o texto em questão. Todas as imagens podem ser vistas em https://bit.ly/2Gb8QcZ

Governo Bolsonaro reduz salário mínimo de R$ 1.079 para R$ 1.067 para 2021

A mudança no projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) foi enviada ao Congresso nesta segunda-feira (31) pelo Ministério da Economia e diminui a previsão do salário mínimo feita em abril pelo governo

Brasil 247, 31/08/2020, 16:50 h Atualizado em 31/08/2020, 18:09
    Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Marcos Correa/PR | Reuters)

O governo de Jair Bolsonaro reduziu sua proposta para o salário mínimo de 2021 para R$ 1.067, de R$ 1.079. A mudança no projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) foi enviada ao Congresso nesta segunda-feira, 31, pelo Ministério da Economia e diminui a previsão do salário mínimo feita em abril pelo governo. 

No documento enviado ao Congresso, a pasta comandada por Paulo Guedes também elevou o rombo primário previsto para o governo central em 2021 a R$ 233,6 bilhões, ante déficit de R$ 149,61 bilhões que havia sido estipulado em abril, no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). Este será o oitavo ano consecutivo de déficit primário para o país.

Agora, a perspectiva é de uma receita líquida de 1,283 trilhão de reais em 2021, queda de 97,3 bilhões de reais frente ao montante calculado em abril. As despesas para o ano que vem, por sua vez, foram estimadas em 1,517 trilhão de reais, recuo de 13,3 bilhões de reais na mesma base de comparação.

As perspectivas foram traçadas com base em um cenário para a economia bastante distinto do que havia sido indicado em abril: para o PIB, o cálculo agora é de queda de 4,7% em 2020 e alta de 3,2% em 2021. No projeto da LDO, a equipe havia partido de uma expansão de 0,02% para o PIB neste ano e de 3,3% no ano que vem.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Ministério do Meio Ambiente recua e agora diz que há recursos para combater desmatamento

Após reação negativa do vice-presidente Hamilton Mourão, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e de entidades ambientais, o Ministério do Meio Ambiente anunciou o "desbloqueio" dos R$ 60 milhões destinados para o combate ao desmatamento no Brasil

Brasil 247, 28/08/2020, 20:44 h Atualizado em 28/08/2020, 20:54
   Ricardo Salles e desmatamento da Mata Atlântica (Foto: Carolina Antunes/PR | Germano Woehl Jr./Instituto Rã-bugio)

O Ministério do Meio Ambiente recuou na noite desta sexta-feira (28) e anunciou o "desbloqueio" dos R$ 60 milhões destinados para o combate ao desmatamento no Brasil. 

O anúncio foi feito após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ter divulgado nota em que havia suspendido as operações

"O Ministério do Meio Ambiente informa que na tarde de hoje houve o desbloqueio financeiro dos recursos do Ibama e ICMBio e que, portanto, as operações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas prosseguirão normalmente", diz a nota atualizada.

A confusão gerou um entrave entre o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Mourão acusou o chefe da pasta de ter sido "precipitado" e afirmou que os cortes não aconteceriam. Por outro lado, Salles disse que a verba foi aprovada apenas após o anúncio.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a decisão anunciada pelo Ministério do Meio Ambiente de suspender verbas para ações contra desmatamento da no Brasil é "inaceitável".

New York Times repercute corrupção do clã Bolsonaro: “negócio familiar”

“A pergunta que os brasileiros estão fazendo, e que pode ameaçar o futuro político do presidente Jair Bolsonaro: por que sua esposa e filho receberam pagamentos de um homem sob investigação por corrupção?”, publicou o jornal estadunidense New York Times

Brasil 247, 28/08/2020, 17:44 h Atualizado em 28/08/2020, 18:38
     Michelle, Jair, Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro (Foto: Reprodução | Rafael Carvalho/Governo    de Transição/Divulgação)

Revista Fórum - Nesta sexta-feira (28), o jornal estadunidense New York Times publicou uma reportagem na qual explica do que se trata o esquema de corrupção envolvendo a família do presidente Jair Bolsonaro, inclusive apresentando aos leitores o termo “rachadinha” e seu significado.

O título da matéria diz “Um negócio familiar: investigação por corrupção ameaça Bolsonaro do Brasil”, e o texto começa com “a pergunta que os brasileiros estão fazendo, e que pode ameaçar o futuro político do presidente Jair Bolsonaro: por que sua esposa e filho receberam pagamentos de um homem sob investigação por corrupção?”.

Além de relatar o episódio em que um jornalista pergunta a Jair Bolsonaro sobre os 89 mil reais depositados por Queiróz na conta da primeira-dama, junto com a resposta do presidente ameaçando quebrar a boca do repórter, o New York Times também conta que “Bolsonaro e seu círculo íntimo, incluindo seus filhos, foram envolvidos em um número crescente de investigações criminais e legislativas, e a partir de então ele atacou repórteres, investigadores e até mesmo membros de seu próprio gabinete que ousaram questioná-lo”.

Leia mais na Fórum.

'Por que Globo e Estadão têm tanto medo da verdade e da justiça?', questiona Lula

Condenado sem provas para não disputar a eleição presidencial de 2018, Lula afirma que os dois jornais da mídia corporativa fizeram um apelo "quase desesperado" aos ministros do Supremo para que não façam justiça e não restabeleçam a verdade em relação à sua sentença. "Por que tanto medo?", questiona

Brasil 247, 28/08/2020, 15:11 h Atualizado em 28/08/2020, 15:33
   Ex-presidente Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os jornais O Globo e O Estado de S.Paulo, que defenderam recentemente em editoriais a continuidade da suspensão dos direitos políticos dele. De acordo com o ex-presidente, os dois veículos da mídia corporativa fazem um "apelo quase desesperado aos ministros do Supremo para que não façam justiça, não cumpram com seu dever".

"O que ressalta dos editoriais do Globo e do Estadão é o medo de que a verdade seja reconhecida e de que a justiça seja feita, por fim, a um cidadão que exerceu com dignidade o mais alto cargo da República e que pagou com a prisão ilegal, por 580 dias, por contrariar os interesses dos que não queriam ver o povo brasileiro elegê-lo outra vez", afirmou Lula por meio de sua assessoria de imprensa. 

"O julgamento do habeas corpus da suspeição terá, sim, profundas consequências para o país. Será a oportunidade de restaurar a credibilidade do Judiciário brasileiro e da crença na verdade, na justiça e nas instituições. Por que tanto medo?", questionou. 

O ex-presidente foi condenado no processo do triplex em Guarujá (SP), após ser acusado de ter recebido o imóvel como propina da OAS, sem nunca ter dormido nem tido a chave do apartamento. 

Por meio da nota, Lula destacou que, em 1º. de novembro de 2018, a defesa dele levou ao Supremo Tribunal Federal um habeas corpus pedindo a anulação da sentença do tríplex e de todos os casos em que o então juiz Sergio Moro atuou contra ele. 

"O pedido tem base em fatos notórios como os grampos ilegais, inclusive dos advogados de Lula, o abuso da condução coercitiva, a sentença que ignorou 73 testemunhos contrários à denúncia, e condenou por 'atos indeterminados', a deliberada manipulação da opinião pública por meio da mídia, tudo caracterizando a motivação política e eleitoral de Moro para perseguir Lula".

Segundo o ex-presidente, "a atitude dos dois jornais revela, em primeiro lugar, a cumplicidade que continuam mantendo com a atuação político-partidária de setores do Ministério Público e do Judiciário ao longo dos processos contra Lula". "É o chamado lawfare, que utiliza as instituições da justiça e da democracia contra a justiça e a democracia. Mesmo diante da evolução dos fatos, que levará inexoravelmente à consagração da verdade, tornaram-se prisioneiros das mentiras que construíram junto com Moro, a força-tarefa e outros agentes do estado que atuaram no processo".

"Por isso insistem, como faz O Globo, na falácia de que haveria 'um sólido conjunto de provas contra o ex-presidente'. Que provas são estas que não surgem nem na denúncia nem na sentença? Se foi a defesa de Lula que demonstrou que o tríplex nunca foi dele? Se o imóvel foi até dado em garantia para um empréstimo ao real proprietário? Se o próprio Moro admitiu que não havia ligação entre o tal tríplex e recursos desviados da Petrobrás? Se invadiram as casas de Lula e seus familiares, vasculharam suas contas bancárias e fiscais e não encontraram sequer um centavo ilegal?", perguntou.

O ex-presidente ressaltou que não foi a sua defesa "que provocou as recentes decisões de cortes superiores reformando decisões da Lava Jato contra outros réus e anulando sentença de Moro em outro processo". 

"Foram os abusos e ilegalidades da própria operação e a parcialidade comprovada do ex-juiz. Não foi e nem será a defesa de Lula que vai determinar a ocasião do julgamento do habeas corpus nem a composição da turma que irá fazê-lo. O caso foi apresentado, repita-se, há quase dois anos. Isso compete à Corte, malgrado as pressões indevidas sob argumentos falaciosos dos jornais".

Processo e a eleição

Em 2018, o então juiz Sérgio Moro emitiu a ordem de prisão de Lula sem o esgotamento de todos os recursos judiciais. 

Naquele mesmo ano, Moro recebeu ainda durante a campanha eleitoral o convite da equipe de Jair Bolsonaro para ser ministro da Justiça. Depois liberou a delação premiada de Antonio Palocci a uma semana do primeiro turno para diminuir a votação do então presidenciável Fernando Haddad (PT).

Uma reportagem publicada pelo Intercept Brasil, em junho do ano passado, apontou que o procurador Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra Lula.

"No dia 9 de setembro de 2016, precisamente às 21h36 daquela sexta-feira, Deltan Dallagnol enviou uma mensagem a um grupo batizado de Incendiários ROJ, formado pelos procuradores que trabalhavam no caso. Ele digitou: 'Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua'", diz o site. 

Em setembro de 2016, quando a denúncia foi apresentada, o procurador Henrique Pozzobon afirmou que não havia "provas cabais" de que o ex-presidente era o proprietário do apartamento.

Para voltar ao PSL, Bolsonaro exige expulsão de sete deputados e um senador

Jair Bolsonaro procurou o presidente do PSL, Luciano Bivar, para tentar uma reaproximação com o partido. A legenda criada por Bolsonaro, Aliança Pelo Brasil, não vai sair do papel. Bolsonaro exigiu a expulsão de sete deputados e um senador, entre a deputada Joice Hasselmann. Bivar disse não

Brasil 247, 28/08/2020, 11:03 h Atualizado em 28/08/2020, 14:07
   Luciano Bivar e Bolsonaro (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados | Marcos Corrêa/PR)

No mês de julho deste ano, Jair Bolsonaro telefonou ao presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, para tentar uma reaproximação com o partido, uma vez que a Aliança Pelo Brasil carece de requisitos mínimos, como número de assinaturas, para sair do papel. No entanto, Bolsonaro exigiu oito expulsões de parlamentares do Partido Social Liberal, sendo um senador e sete deputados, e recebeu uma negativa de Bivar. A reportagem é da revista Veja. 

Interlocutores de Bivar e Bolsonaro informaram que foi um contato que quebrou o gelo entre os dois.

A saída de Jair Bolsonaro do PSL foi anunciada em outubro de 2019, quando ele disse “não divulga isso [vídeo]. O cara está queimado para caramba lá. Esquece o partido” a um apoiador que dizia que Bolsonaro e Bivar estavam juntos, em gravação de vídeo.

O senador Major Olímpio e os deputados Joice Hasselmann, Julian Lemos e Junior Bozzella integram a lista de exigência de oito expulsões do PSL para que Jair Bolsonaro volte ao partido. Em resposta, Bivar disse que “a legislação eleitoral impede que se tire qualquer um deles. Não podemos, por uma vontade política que afronta o resultado de uma eleição, simplesmente expulsar o cidadão”. 

O partido estuda uma outra solução que agrade a Bolsonaro, acrescenta a reportagem.

STJ afasta Wilson Witzel do governo do Rio e prende Pastor Everaldo

Governador do Rio de Janeiro foi afastado por corrupção na compra de equipamentos médicos e o presidente do PSC, Pastor Everaldo, foi preso nesta manhã. O vice, Cláudio Castro, assume o governo do Rio

Brasil 247, 28/08/2020, 06:39 h Atualizado em 28/08/2020, 13:11
   São Gonçalo - Alcântara. 15-07-2020 Inauguração do C. E. Coronel PM Marcus Jardim - Alcântara. (Foto: CARLOS MAGNO/GOVRJ)

Após surfar no sentimento da antipolítica e se eleger governador do Rio de Janeiro contra todas as expectativas, Wilson Witzel foi afastado do cargo por corrupção. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, nesta sexta-feira (28), o afastamento imediato do governador Wilson Witzel (PSC) do cargo por irregularidades em contratos na saúde. O vice, Cláudio Castro, assume o governo do RJ, segundo informa o portal G1.

A ordem de afastamento é decorrência das investigações da Operação Placebo, em maio, e da delação premiada de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde, que denunciou irregularidades na compra de equipamentos médicos durante a pandemia.

O STJ também expediu mandados de prisão contra o Pastor Everaldo, presidente do partido, e Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico. Havia mandados de busca e apreensão contra a primeira-dama, Helena Witzel, e no Palácio Guanabara.

No total, são 17 mandados de prisão, sendo 6 preventivas e 11 temporárias, e 72 de busca e apreensão.

A Operação Placebo

Em maio, Witzel e a mulher foram alvo de mandados de busca e apreensão da PF, expedidos pelo STJ.

A PF buscava provas de supostas irregularidades nos contratos para a pandemia. A Organização social Iabas foi contratada de forma emergencial pelo governo do RJ por R$ 835 milhões para construir e administrar sete hospitais de campanha.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Movimento por moradia denuncia Casa Verde e Amarela, de Bolsonaro: Praticamente exclui famílias mais pobres

Viomundo, 26/08/2020 - 16h42 
Casa Verde e Amarela exclui as famílias mais pobres do acesso à moradia


O governo federal lançou, hoje, o programa Casa Verde e Amarelo em substituição ao Minha Casa Minha Vida, criado e mantido pelos governos Lula e Dilma.

Apesar de o texto ainda não ter sido publicado oficialmente, pela fala do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogerio Marinho, o programa exclui praticamente as famílias mais pobres que ganham menos de 1.800 reais e que estão situadas na chamada faixa 1 do MCMV. Nesse segmento encontra-se o maior déficit habitacional do país.

Para acessar o novo programa, as famílias têm que atender a uma série de critérios que elas não têm condições de comprovar para obter o financiamento habitacional , como ter o nome limpo no Serasa, no SPC e não ter dívida com bancos públicos.

E, além disso, há ainda a chamada análise de risco de crédito dos bancos onde as famílias pobres não têm como ser aprovadas. Ou seja, pela lógica do atual governo elas continuarão a ser excluídas.

Era preciso ter dado continuidade aos programas para a Faixa 1 que estavam vigorando e que não estabeleciam exigências para o acesso ao crédito.

No lançamento de hoje, o ministro disse em alto e bom som que não haveria mais produção para as famílias mais pobres, sob o argumento de que seria necessário primeiro finalizar as que estão em construção.

Ora, sabemos que construir casa não é como assar um pãozinho no forno que em alguns minutos está pronto.

Pela nossa experiência, é necessário pelo menos seis meses para aprovação do projeto e mais dois anos para a construção das unidades.

Ou seja, se for pela lógica do ministro as famílias pobres não têm projetos habitacionais e não terão no futuro também.

É muito preocupante, em nossa opinião o programa consolida a exclusão das famílias mais pobres do acesso à moradia.

O ministro afirmou ainda que terão alterações nos sistemas de financiamentos para as faixas 1,5, 2 e 3 mas não especificou oficialmente quais serão as alterações.

Na proposta para a regularização fundiária não foram divulgados quais serão os critérios e nem quais serão os recursos.

Também não houve maior detalhamento sobre como será o tratamento para inadimplência da Faixa 1 para ver se atende as necessidades das famílias afetadas pela pandemia. Estamos aguardando a publicação do texto oficialmente.

Por unanimidade, TRF-4 derruba sentença de Moro e absolve ex-tesoureiro do PT

A 8ª turma do TRF-4, onde funciona a Lava Jato, absolveu o ex-tesoureiro do PT Paulo Adalberto Alves Ferreira e o presidente da empreiteira Construcap, Roberto Ribeiro Capobianco, em processo aberto na Operação Abismo

Brasil 247, 2/08/2020, 19:55 h Atualizado em 26/08/2020, 20:39
   (Foto: Agencia Câmara | ABr)

A 8ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), onde funciona a Lava Jato, absolveu o ex-tesoureiro do PT Paulo Adalberto Alves Ferreira e o presidente da empreiteira Construcap, Roberto Ribeiro Capobianco, em processo aberto na Operação Abismo.

Os desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator do recurso apresentado pelas defesas, Thompson Flores e Leandro Paulsen decidiram, por unanimidade, derrubar sentenças do ex-juiz Sérgio Moro e inocentar os réus das denúncias (corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa). 

Capobianco havia sido condenado a 12 anos de prisão e o Paulo Adalberto a 9 anos e 10 meses.

Com a decisão, trata-se de mais uma sentença de Moro derrubada na semana. Na terça-feira, 25, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal anulou uma sentença que havia sido proferida pelo então juiz Sergio Moro no caso Banestado

A decisão abriu caminho para suspeição do ex-juiz no caso do ex-presidente Lula, cuja defesa também aponta sua suspeição junto ao STF.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Dilma: “Eu também quero saber por que Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da Michelle”

A ex-presidente Dilma Rousseff, deposta pelo golpe de 2016 mesmo sem crime de responsabilidade, cobrou investigações do Poder Judiciário sobre o R$ 89 mil repassados à primeira-dama Michelle Bolsonaro por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. "Eu também quero saber sobre os R$ 89 mil que o Queiroz depositou na conta da Michelle", disse ela no Bom Dia 247 desta quarta-feira

Brasil 247, 26/08/2020, 10:59 h Atualizado em 26/08/2020, 12:24
     Dilma Rousseff, Fabrício Queiroz, Jair e Michelle Bolsonaro (Foto: Ederson Casartelli |          Divulgação | Alan Santos/PR)

A ex-presidente Dilma Rousseff, deposta pelo golpe de 2016 mesmo sem crime de responsabilidade, cobrou investigações do Poder Judiciário sobre o R$ 89 mil repassados à primeira-dama Michelle Bolsonaro por Fabrício Queiroz e a esposa dele, Marcia Aguiar. "Eu também quero saber sobre os R$ 89 mil que o Queiroz depositou na conta da Michelle. É uma pergunta que todos nós queremos (fazer)", disse durante entrevista exclusiva no Bom Dia 247 desta quarta-feira (26).

De acordo com extratos bancários de Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), depositou 21 cheques na conta de Michelle, entre 2011 a 2016, totalizando R$ 72 mil. Márcia Aguiar depositou outros seis, totalizando R$ 17 mil.

Queiroz foi preso no dia 18 de junho em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, então advogado de Flávio - depois ele deixou a defesa do parlamentar. 

O ex-assessor é investigado por envolvimento em um esquema de "rachadinha" que ocorria na Assembleia Legislativa do Rio - o filho de Jair Bolsonaro era deputado estadual antes de ser eleito para o Senado. 

Segundo relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz fez movimentações financeiras atípicas. Foram R$ 7 milhões de 2014 a 2017, apontaram cálculos do órgão. 

O procurador da República Sérgio Pinel afirmou ter encontrado “fortes indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro” envolvendo Flávio. O Ministério Público do Rio (MP-RJ) investiga o possível esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Alerj desde 2018 e já disse ter encontrado indícios de que o senador lavou R$ 2,27 milhões com compra de imóveis e em sua loja de chocolates.

Guedes planeja acabar com deduções de despesas médicas e de educação do Imposto de Renda da pessoa física

O ministro da Economia, Paulo Guedes, é contra a prorrogação do auxílio emergencial e o programa Renda Brasil de 300 reais e exigiu de Bolsonaro, para apoiar os projetos, o fim das deduções de despesas médicas e de educação do Imposto de Renda da pessoa física

Brasil 247, 26/08/2020, 04:14 h Atualizado em 26/08/2020, 07:29
   Ministro da Economia, Paulo Guedes. (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Em mais uma reunião em que Paulo Guedes e Jair Bolsonaro não se entenderam sobre o novo pacote de medidas econômicas, o ministro da Economia se opôs ao benefício de 300 reais e disse que o novo programa social do governo só será possível se as deduções do Imposto de Renda da pessoa física forem extintas.

Guedes apresentou propostas de parcelas entre R$ 240 e R$ 270 para o programa Renda Brasil, sempre condicionando à extinção de outros programas.

Bolsonaro propõe 300 reais, que mesmo sendo um valor muito aquém dos atuais 600 reais pagos como auxílio emergencial, ele acredita que pode influir no aumento de popularidade e abrir caminho a sua reeleição em 2022, informam os jornalistas Bernardo Caram e Gustavo Uribe na Folha de S.Paulo.

O governo não tem margem fiscal para financiar o Renda Brasil, o que explica a tentativa de remanejar recursos de outros programas.

Os ministérios da Economia e da Cidadania preveem a reformulação ou extinção de até 27 programas e benefícios da área social para criar o Renda Brasil. Mesmo no cenário mais amplo, o novo benefício não chegaria a R$ 300, aponta a reportagem.

Para o ministro Paulo Guedes, o programa Renda Brasil só será possível extinguindo as deduções médicas e de educação do Imposto de Renda da pessoa física.

Dilma: “Mais grave do que a ameaça militar é a ameaça miliciana”

Dilma Rousseff concedeu entrevista na manhã desta quarta-feira ao Bom Dia 247 e afirmou que "a proposta mais grave do ponto de vista autoritário" do governo Jair Bolsonaro "é a miliciana, que tem um componente tradicional fascista, a violência, que é monopólio do Estado ser exercida por grupos privados e típica do fascistas e de partidos de ultradireita"

Brasil 247, 26/08/2020, 10:43 h Atualizado em 26/08/2020, 12:24
   Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro com militares (Foto: Reprodução | ABr)

A presidente deposta pelo golpe de 2016, Dilma Rousseff, alertou em entrevista exclusiva ao Bom Dia 247 para a escalada de autoritarismo do governo Jair Bolsonaro, por meio do estímulo para a atuação de milícias. Segundo ela, membros da atual gestão tentam não ir para o "autoritarismo aberto", mas tentam se manter "através de processos eleitorais". 

"A proposta mais grave do ponto de vista autoritário é a miliciana, que tem um componente tradicional fascista, a violência, que é monopólio do Estado ser exercida por grupos privados e típica do fascistas e de partidos de ultradireita. É o aspecto mais assustador deste componente autoritário".

De acordo com a ex-presidente, "uma das coisas mais graves dessa questão autoritária é que em todos dos países democráticos há uma divisão entre as atividades militares e civis". "No caso do Brasil, a intervenção militar interna já foi feita pela quantidade de integrantes da Forçar Armadas que participam do primeiro, do segundo e do terceiro escalão", disse.

Bolsonaro fulmina plano de Guedes para o Renda Brasil e diz que proposta não será enviada ao Congresso

Jair Bolsonaro criticou duramente o plano elaborado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para viabilizar o programa Renda Brasil e afirmou que a proposta atual "não será enviada ao Parlamento"

Brasil 247, 26/08/2020, 12:49 h Atualizado em 26/08/2020, 13:35
   Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Carolina Antunes/PR)

Lisandra Paraguassu, Reuters - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que rejeitou a proposta apresentada pelo Ministério da Economia para criação do programa Renda Brasil porque ficou insatisfeito com os cortes de programas como o abono salarial para financiar o novo projeto, e disse que o texto não será enviado ao Congresso.

“Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos. Não posso tirar o abono salarial de 12 milhões de pessoas para dar para um Bolsa Família ou Renda Brasil ou seja lá que for”, disse o presidente durante discurso em evento em Ipatinga (MG) para marcar a religação do Alto Forno 1 da Usiminas.

A proposta de criação do Renda Brasil, que estava no pacote de medidas de aceleração da economia apresentadas ao presidente pelo ministro Paulo Guedes, previa um benefício maior que o valor atual do Bolsa Família, mas, para financiá-lo, a equipe econômica propôs o corte de outros programas sociais, como o abono salarial, o seguro-defeso e o Farmácia Popular.

Bruna Surfistinha reage a ataques de bolsonaristas: "me chame de puta, mas não me chame de minion"

A empresária, DJ e escritora Raquel Pacheco, conhecida pelo pseudônimo Bruna Surfistinha, sofreu vários ataques de bolsonaristas nas redes sociais após fazer a pergunta que viralizou: "Presidente, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?"

Brasil 247, 26/08/2020, 09:13 h Atualizado em 26/08/2020, 09:54
   Bruna Surfistinha e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Marcos Corrêa/PR)

A empresária, DJ e escritora Raquel Pacheco, conhecida pelo pseudônimo Bruna Surfistinha, sofreu vários ataques de bolsonaristas nas redes sociais após fazer a pergunta que viralizou: "Presidente, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?" 

“Me chame de puta, mas não me chame de minion”, disse Raquel ao jornal Extra nesta quarta-feira (25) e acrescentou: “Os eleitores dele são muito radicais e demonstram ter ódio por quem é anti-Bolsonaro. Eles não têm argumentos, não sabem discutir com educação, sempre é na base de palavras de ódio e xingamentos. Defendem todas as merdas que o Bolsonaro comete, acham tudo lindo, não reconhecem os erros, como se estivesse tudo certo”.

Kennedy: Moro e Dallagnol corromperam o sistema judicial e lançaram o Brasil no abismo

"Em 2020, o Brasil descobre q Bolsonaro é autoritário e corrupto. Moro, parcial e corrupto. Dallagnol, hipócrita e corrupto", postou o jornalista Kennedy Alencar

Brasil 247, 26/08/2020, 05:56 h Atualizado em 26/08/2020, 07:29

O jornalista Kennedy Alencar, correspondente da CBN nos Estados Unidos, se manifestou sobre a blindagem ao procurador Deltan Dallagnol e a derrota de Sergio Moro no Supremo Tribunal Federal. "Em 2020, o Brasil descobre q Bolsonaro é autoritário e corrupto. Moro, parcial e corrupto. Dallagnol, hipócrita e corrupto. Bolsonaro se beneficiou das rachadinhas. Por isso, não responde pela grana do laranja Queiroz. Moro e Dallagnol corromperam sistema judicial. País no abismo", disse ele. Saiba mais sobre a derrota de Moro:

Sputnik – A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (25) anular uma sentença proferida pelo ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, no caso Banestado, esquema de corrupção ocorrido na década de 1990.

A decisão ocorreu porque o colegiado entendeu que houve quebra de imparcialidade de Moro ao julgar um recurso do doleiro Paulo Roberto Krug.

Segundo os ministros, o ex-juiz agiu de forma irregular ao colher depoimentos durante a verificação da delação premiada de Alberto Youssef, e ao juntar documentos aos autos depois das alegações finais da defesa. As informações foram publicadas pelo portal G1.

Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela anulação da condenação. Edson Fachin e Cármen Lúcia manifestaram-se pela manutenção da sentença e pelo reconhecimento da regularidade da conduta de Moro.

No entanto, diante da ausência de Celso de Mello, em licença médica, prevaleceu o resultado mais favorável ao doleiro Paulo Roberto Krug, conforme determina o regimento do STF.

Em nota, Sergio Moro disse que a regularidade de sua atuação foi confirmada por outros tribunais superiores.

"Em toda minha trajetória como Juiz Federal, sempre agi com imparcialidade, equilíbrio, discrição e ética, como pressupõe a atuação de qualquer magistrado. No caso específico, apenas utilizei o poder de instrução probatória complementar previsto nos artigos 156, II, e 404 do Código de Processo Penal, mandando juntar aos autos documentos necessários ao julgamento da causa", escreveu Moro.

Lewandowski: negar ao réu o direito a um juiz imparcial é mais grave do que a corrupção

Em voto histórico, que selou a suspeição de Sérgio Moro num processo relativo ao Banestado, o ministro do STF disse que uma justiça parcial abre as portas para o autoritarismo. Ele disse: “negar ao réu o direito a um juiz imparcial é mais grave do que a corrupção”

Brasil 247, 25/08/2020, 20:45 h Atualizado em 25/08/2020, 23:48
           O ministro Ricardo Lewandowski (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) afirmou, em voto que encaminhou a suspeição do ex-ministro Sergio Moro, que a falta de imparcialidade de um juiz configura crime mais grave que o de corrupção. 

A sentença anulada nesta terça-feira (25) é a condenação do doleiro Paulo Roberto Krug por suposto esquema de fraude no antigo Banco do Estado do Paraná (Banestado), atendendo a um pedido da defesa do doleiro. “Negar ao réu o direito a um juiz imparcial é mais grave do que a corrupção”, afirmou o magistrado.

Moro foi considerado parcial por ter agido de forma irregular ao colher depoimentos durante a verificação da delação premiada de Alberto Youssef, e ao juntar documentos aos autos depois das alegações finais da defesa – a última etapa de manifestação das partes no processo antes da sentença.

Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela anulação da sentença, enquanto os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia votaram contra. O placar terminou em empate com a licença médica de Celso de Mello. Com isso, os ministros aplicaram o entendimento no direito penal de que o empate favorece o réu.

Confira a matéria na íntegra, acessando: Negar ao réu o direito a um juiz imparcial é mais grave do que a corrupção


terça-feira, 25 de agosto de 2020

TCU exige explicação para mais de 806 mil anúncios dos bancos públicos em canais bolsonaristas processados no STF

TCU quer explicação em 5 dias do governo Bolsonaro para o fato de bancos públicos terem pago mais de 800 mil anúncios em sites bolsonaristas que, segundo a Justiça, veiculam "conteúdo inadequado" e estão sendo processados no Supremo Tribunal Federal

25 de agosto de 2020, 04:30 h Atualizado em 25 de agosto de 2020, 10:36
  TCU, Carla Zambelli, Sara Winter, Bia Kicis e Allan dos Santos (Foto: Agência Senado | Câmara dos Deputados | Reprodução)

O ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), deu prazo de cinco dias para que o BNDES e o BNB (Banco do Nordeste) expliquem a veiculação de mais de 806 mil anúncios em dez canais do YouTube acusados de veicular “conteúdos inadequados”. Alguns deles são investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por fake news, informa a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S.Paulo. 

Sites bolsonaristas como os perfis da extremista de extrema direita Sara Giromini e os canais das deputadas Bia Kicis e Carla Zambelli, do PSL, foram beneficiados com veiculação de anúncios de bancos como o BNDES e o BNB.

Dantas determinou que os bancos informem a quantidade de anúncios e valores pagos aos canais Vlog do Lisboa, O Giro de Notícias, Folha Política, Foco do Brasil, Alberto Silva, Avos Brasil, Bernardo Pires Kuster, Terça Livre, Sara Giromini e nos canais das deputadas Bia Kicis e Carla Zambelli, do PSL.

Major Olímpio a Bolsonaro: 'coisa de bundão é não explicar por que o Queiroz põe dinheiro na conta da sua mulher'

"É um desrespeito a todos aqueles que se foram, às famílias, desrespeito aqueles que ainda serão contagiados e que morrerão, por irresponsabilidade, por negacionismo do presidente da república", disse o senador sobre ataque de Bolsonaro a jornalistas

Brasil 247, 25/08/2020, 17:40 h Atualizado em 25/08/2020, 18:37

O senador e antigo integrante da base bolsonarista Major Olímpio (PSL-SP) rebateu Jair Bolsonaro, que chamou os jornalistas de “bundões” durante evento no Palácio do Planalto, na segunda-feira, 24. 

Ele divulgou um vídeo nesta terça-feira, 25, afirmando que "coisa de bundão" é não explicar por que Fabrício Queiroz depositou R$ 89 mil para a primeira dama, Michelle Bolsonaro.

"Coisa de bundão, Jair Bolsonaro, é não explicar por que o Queiroz põe dinheiro na conta da sua mulher. Isso é coisa de bundão. Conta por que é", declarou o parlamentar.

"É um desrespeito a todos aqueles que se foram, às famílias, desrespeito aqueles que ainda serão contagiados e que morrerão, por irresponsabilidade, por negacionismo do presidente da república", reforçou.

Com o Brasil registrando mais de 114 mil mortes em função da pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro participou de um evento, intitulado "Vencendo a Covid-19". Durante sua participação, Bolsonaro não fez qualquer menção às vítimas da Covid-19 e voltou a atacar os jornalistas. “Quando pega num bundão de vocês a chance de sobreviver é bem menor", disse. 

No domingo, 23, ele disse ter vontade de “encher de porrada” a boca de um jornalista, após ser questionado sobre envolvimento de Michelle Bolsonaro com o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, em esquema de lavagem de dinheiro nas rachadinhas da Alerj.

Sheherazade faz autocrítica e agora diz: Lava Jato perseguiu Lula para tirá-lo das eleições

“O Ministério Público e a Justiça usaram do seu poder persecutório para tirar o candidato que, segundo as pesquisas, ganharia a eleição”, declarou a jornalista Rachel Sheherazade

Brasil 247, 25/08/2020, 08:42 h Atualizado em 25/08/2020, 10:36
Rachel Sheherazade e Lula (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert)

A jornalista Rachel Sheherazade, apresentadora do SBT, que anteriormente foi umas das principais vozes da direita brasileira, declarou em uma live nesta segunda-feira (24) que “o Ministério Público e a Justiça usaram do seu poder persecutório para tirar o candidato que, segundo as pesquisas, ganharia a eleição”, referindo-se à sentença que condenou o ex-presidente Lula, no âmbito da operação Lava Jato, que impediu sua participação no pleito eleitoral de 2018. 

Ela ainda afirma que não “está julgando se Lula cometeu ou não crimes, pois não conhece o processo”.

Gleisi fala em 'dia de vergonha para o MP': salvou Deltan 'no tapetão da prescrição'

A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, disse que o CNMP tornou-se “responsável pela impunidade dos crimes cometidos [por Dallagnol] na coletiva do powerpoint"

 Brasil 247, 25/08/2020, 18:23 h Atualizado em 25/08/2020, 18:23
Gleisi Hoffmann / Deltan Dallagnol (Foto: EBC Agencia Brasil)

Após novo arquivamento do julgamento de Deltan Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, disse que o CNMP tornou-se “responsável pela impunidade dos crimes cometidos na coletiva do powerpoint”, em seu perfil no Twitter.

“Nenhum conselheiro ousou defender Dallagnol, mas os 4 anos e 42 adiamentos o salvaram no tapetão da prescrição”, destacou. Ela ainda disse que a ação marca o “dia de vergonha para o MP”. Confira.

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu arquivar nesta terça-feira (25) o processo que tramitava no órgão a pedido da defesa do ex-presidente Lula e que pedia punição administrativa a três procuradores da Lava Jato, entre eles Deltan Dallagnol, pela apresentação do PowerPoint feita em 2016 para explicar a denúncia apresentada pelo Ministério Público sobre o triplex do Guarujá.

A apresentação apontava Lula como grande comandante de uma suposta organização criminosa ligada à Petrobrás, tese que não tinha qualquer relação com o triplex, objeto da denúncia do MP, além de apresentar uma conclusão do caso antes da investigação sobre o ex-presidente. Além de Dallagnol, a ação mirava os procuradores Roberto Pozzobon e Júlio Noronha, também da força-tarefa da Lava Jato.

Mesmo com um placar do plenário favorável à abertura de um processo administrativo disciplinar contra os procuradores, os conselheiros entenderam (oito dos 11 integrantes do órgão votaram desta forma), a maioria entendeu, após uma discussão, que por conta do tempo as punições não poderiam mais ser aplicadas porque prescreveram.

O debate sobre a prescrição aconteceu após a conselheira Sandra Krieger levantar uma questão de ordem pedindo a suspensão do julgamento para debater a prescrição da punição. O CNMP decidiu então suspender momentaneamente a proclamação do resultado da análise para depois do debate anunciar que as punições estavam prescritas.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Guedes prometeu pacotaço econômico, mas não combinou com Bolsonaro, que cancelou o anúncio

 Em uma reunião na tarde desta segunda-feira, 24, Jair Bolsonaro teve acesso ao pacotaço econômico de Paulo Guedes que seria anunciado nesta terça, 25, e decidiu cancelar o evento


Brasil 247, 24/08/2020, 20:23 h Atualizado em 24/08/2020, 20:34
     Modelo para previdência do Bolsonaro e Guedes assalta o trabalhador e rouba o Estado — E o ladrão é o Lula (Foto: Sérgio Moraes - Reuters)

Bolsonaro cancelou o anúncio do pacotaço econômico de Paulo Guedes, que seria apresentado nesta terça feira, 25. Segundo reportagem de Carla Araújo, do UOL, um auxiliar do governo disse que Guedes prometeu um grande anúncio, mas "faltou combinar com o chefe", Jair Bolsonaro.

Na reunião em que Paulo Guedes apresentou os detalhes da medidas, estavam presentes os ministros Walter Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), além de técnicos e secretários da economia.

A matéria destaca que “no encontro, além de tratar dos programas Renda Brasil, o Bolsa Família ampliado, e Pró-Brasil, o presidente pediu atenção total para o auxílio emergencial”.

O portal ainda informa que “já é consenso que o benefício será estendido, pelo menos, até dezembro, e o debate principal é em torno do valor. Segundo um ministro, a possibilidade maior hoje é pagar a metade dos R$ 600, ou seja, as próximas parcelas seriam de R$ 300.”

Bolsonaro reproduz vídeo com versão falsa contra repórter que ele agrediu

 Jair Bolsonaro divulgou em seu canal no You Tube vídeo usado por simpatizantes para dizer falsamente que um jornalista do Globo teria feito referência à filha do presidente, antes de Bolsonaro ameaçar "encher de porrada" a boca do jornalista


Brasil 247, 24/08/2020, 20:01 h Atualizado em 24/08/2020, 20:13
  Jair Bolsonaro, durante o encontro “Brasil Vencendo a COVID-19” (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Jair Bolsonaro publicou nesta segunda-feira, 24, em seu canal no Youtube, um vídeo que reproduz uma versão falsa de que Bolsonaro teria reagido a uma provocação do jornalista Daniel Gullino, repórter do jornal O Globo, antes de dizer que a 'vontade que tenho é encher sua boca de porrada'. 

No vídeo, o profissional de imprensa teria dito que “vamos visitar sua filha na cadeia”. Os apoiadores de Bolsonaro que divulgaram o vídeo dizem que isso teria motivado a resposta do presidente, sugerindo a agressão física contra o profissional. 

A peça de fake news, que também foi publicada nas redes sociais do vereador Carlos Bolsonaro, não traz legendas e é intitulado "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!".

A agressão de Bolsonaro ao jornalista do Globo ocorreu nesse domingo, 23, em Brasília. Durante visita de Bolsonaro à Catedral de Brasília, o presidente foi questionado pelo repórter sobre os depósitos de R$ 89 mil que o ex-assessor Fabrício Queiroz e sua mulher fizeram na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O pesquisador da área de mídias sociais Fábio Malini fez nesta segunda-feira (24) uma série de postagens no Twitter apontando que Bolsonaro já recebeu 1.035.521 de mensagens nas redes sociais com internautas questionando: "Presidente, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil do Queiroz?".

Datena rebate Bolsonaro: “Bundão é o senhor”

 Datena rebateu a declaração em rede nacional afirmando que “Bundão é o Jair. Bundão é o senhor. Eu não sou bundão, presidente"


Brasil 247, 24/08/2020, 18:58 h Atualizado em 24/08/2020, 20:13
   Bolsonaro dá entrevista a Datena, na Band (Foto: Reprodução)

O apresentador de televisão José Luiz Datena rebateu Jair Bolsonaro, que chamou os jornalistas de “bundões” durante evento no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, 24. Datena rebateu a declaração em rede nacional afirmando que “Bundão é o Jair. Bundão é o senhor. Eu não sou bundão, presidente“.

“Ele abre um caminho de duas mãos, porque ele não pode ofender qualquer cidadão brasileiro da forma que ele ofendeu. Eu, por exemplo, sou do jornalismo e não sou bundão”, falou o apresentador.

Com o Brasil registrando mais de 114 mil mortes em função da pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro participou de um evento, intitulado "Vencendo a Covid-19". Durante sua participação, Bolsonaro não fez qualquer menção às vítimas da Covid-19 e voltou a atacar os jornalistas. “Quando pega num bundão de vocês a chance de sobreviver é bem menor", disse. 

Neste domingo ele disse ter vontade de “encher de porrada” a boca de um jornalista, após ser questionado sobre envolvimento de Michelle Bolsonaro com o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, em esquema de lavagem de dinheiro nas rachadinhas da Alerj.

domingo, 23 de agosto de 2020

Marília Arraes: Bolsonaro não vira liderança do Nordeste só com auxílio emergencial e outdoors

Pré-candidata à prefeitura de Recife pelo PT, Marília Arraes disse que Bolsonaro ainda precisa realizar muitos outros feitos para ter alguma notoriedade entre os nordestinos. “Lula não virou liderança do Nordeste somente porque fez o Bolsa Família”. 

21 de agosto de 2020, 18:23 h Atualizado em 21 de agosto de 2020, 20:10
   Marília Arraes (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Lucas Landau/Reuters)

A candidata à prefeitura de Recife pelo PT, Marília Arraes, falou à TV 247 que Jair Bolsonaro precisará de mais do que viagens ao nordeste e auxílio emergencial para conquistar alguma notoriedade política na região. Suas declarações foram feitas durante participação no Bom Dia 247.

Para exemplificar, Marília falou do ex-presidente Lula, que implementou diversas políticas no Nordeste para beneficiar a população local e só depois de grande esforço político recebeu reconhecimento como liderança da região. 

“Acho complicado o Bolsonaro virar liderança do Nordeste porque Lula não virou liderança do Nordeste somente porque fez o Bolsa Família, de maneira alguma. O Lula virou liderança do Nordeste porque instituiu uma política de diminuição das desigualdades regionais que nunca tinha acontecido no País. A gente não só teve o Bolsa Família, mas teve investimentos e um crescimento econômico que nunca se viu. Pernambuco mesmo teve refinaria, o próprio Porto de Suape que conseguiu engrenar, sair do papel, a interiorização do desenvolvimento, universidades, e eu falo de um passado muito recente”.

“Eu entrei na universidade federal no curso de Direito há menos de 20 anos, eu entrei em 2002, último ano do governo FHC. Quem quisesse estudar em uma universidade tinha que vir para o Recife, não podia ficar no interior. Hoje tem polos universitários ao longo do estado inteiro, institutos federais, universidade federal. Então foram várias políticas que foram instituídas. Bolsonaro não vira liderança do Nordeste só com auxílio emergencial e com outdoor que eles estão espalhando”, afirmou.

'Vontade que tenho é encher sua boca de porrada', diz Bolsonaro a jornalista

Bolsonaro se irritou quando questionado por um repórter do jornal O Globo acerca dos depósitos recebidos por Michelle Bolsonaro do ex-assessor Fabrício Queiroz

Brasil 247, 23/08/2020, 15:34 h Atualizado em 23/08/2020, 16:23
Bolsonaro fala com jornalistas no Palácio do Planalto 12/05/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Jair Bolsonaro destratou mais uma vez a imprensa neste domingo (23) ao ser perguntado por um repórter do jornal O Globo sobre os depósitos recebidos pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, do ex-assessor Fabrício Queiroz, informa o UOL.

Quando questionado, Bolsonaro disparou: "A vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada". 

Jair Bolsonaro fazia uma visita à Catedral de Brasília quando se irritou.

sábado, 22 de agosto de 2020

Após 41 adiamentos, Fachin dá 72h para CNMP esclarecer caso de Lula contra Deltan

Ministro do STF cobrou do órgão informações sobre a tramitação de um pedido da defesa do ex-presidente Lula para apurar a conduta de Deltan Dallagnol na Lava Jato no âmbito do Power Point apresentado em 2016. Após 41 adiamentos, os advogados pedem que o caso seja analisado na próxima terça-feira (25)

Brasil 247, 21/08/2020, 21:46 h Atualizado em 22/08/2020, 06:56
   (Foto: ABr | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin deu um prazo de 72 horas para que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) preste informações sobre a tramitação de um recurso da defesa do ex-presidente Lula contra o procurador Deltan Dallagnol.

Nesta semana, após 40 adiamentos, o órgão novamente não julgou um pedido de Lula que estava na pauta da sessão e que cobrava investigação sobre o comportamento parcial do coordenador da força-tarefa da Lava Jato na apresentação de um PowerPoint em 2016, quando acusou Lula de ser o comandante maior de um esquema de corrupção antes mesmo do julgamento. O advogado de Lula, Cristiano Zanin, quer que o caso seja analisado na próxima terça-feira (25).

“Em vista das alegações trazidas pelo requerente, solicitem-se informações da requerida, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, contadas em dias corridos. Intimem-se com a urgência necessária. Publique-se”, despachou o ministro Edson Fachin nesta sexta, de acordo com informações do site O Antagonista.

Na última segunda-feira (17), véspera do 41º adiamento do caso pelo órgão, os ministros Luiz Fux e Celso de Mello, do STF, manifestaram decisões favoráveis a Deltan.

‘Bannon é ponta de um novelo, que pode levar a um novo Watergate nos EUA’, diz Florestan Fernandes Jr.

Jornalista ainda avaliou que as investigações sobre o esquema de Steve Bannon podem chegar ao Brasil. “Quem sabe nesse novelo de lã a gente não chegue também aos brasileiros que apoiaram o governo fascista do Bolsonaro? O filho do Bolsonaro, o Eduardo, esteve cinco vezes publicamente com o Steve Bannon”, disse à TV 247. 

Brasil 247, 21/08/2020, 18:11 h Atualizado em 21/08/2020, 20:10
  Florestan Fernandes Jr. e Steve Bannon (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reuters/Andrew Kelly)

O jornalista Florestan Fernandes Jr., em entrevista à TV 247, afirmou que a prisão do ideólogo mundial da extrema direita Steve Bannon na última quinta-feira (20) pode desencadear um novo caso Watergate nos Estados Unidos, já que Bannon é ex-assessor do presidente norte-americano, Donald Trump, e foi um dos grandes responsáveis por sua eleição.

“Isso pode ser o início de um novelo de lã. As pessoas estão muito impactadas com a prisão dele, já está solto, mas enfim, foi detido, mas eu imagino que tenha um novelo de lã sendo desfeito e que pode se transformar em um Watergate. O Bannon tem uma ligação muito grande com a eleição do Trump e tem ramificações e esquemas que foram montados fora dos Estados Unidos”, disse o jornalista.

Florestan ainda avaliou que o caso pode chegar até o Brasil, isso porque Bannon influenciou também na eleição de Jair Bolsonaro em 2018. “O presidente Lula na entrevista para a TV Democracia disse que seria bom que o Olavo de Carvalho também fosse preso para o bem da democracia. Quem sabe nesse novelo de lã a gente não chegue também aos brasileiros que apoiaram o governo fascista do Bolsonaro? O filho do Bolsonaro, o Eduardo, esteve cinco vezes publicamente com o Steve Bannon e estava trabalhando com um operador do esquema do Bannon na América Latina”.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Bolsonaro mostra quem é ao tirar dinheiro da Educação para Defesa

"O que já foi possível perceber até agora, além da falta de dinheiro para investimentos para a economia voltar a crescer, é que a nova peça será feita à imagem e semelhança de Jair Bolsonaro, voltada unicamente para seus interesses", diz Helena Chagas, do Jornalistas pela Democracia, sobre a proposta de Orçamento do governo Jair Bolsonaro para 2021

Brasil 247, 19/08/2020, 12:08 h Atualizado em 19/08/2020, 17:33
           Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Por Helena Chagas, para o Jornalistas pela Democracia

É natural que o Orçamento da União seja um território de múltiplas disputas entre governo, instituições políticas e forças da sociedade em torno da destinação do bolo de recursos arrecadados com os impostos. Faz parte do jogo que cada um queira puxar o máximo possível para seu ministério, que os deputados e senadores fiquem de olho em dinheiro para suas emendas, que representantes de setores e entidades ligados à Educação e à Saúde batalhem por mais verbas. A solução desses embates diz muito sobre a natureza de cada governo, cada Congresso, cada sociedade.

Em pouco mais de dez dias, o Executivo estará enviando sua proposta de Orçamento 2021 ao Congresso, e o que já foi possível perceber até agora, além da falta de dinheiro para investimentos para a economia voltar a crescer, é que a nova peça será feita à imagem e semelhança de Jair Bolsonaro, voltada unicamente para seus interesses. 

Já se teve notícias de que o orçamento da Defesa terá mais verbas do que o da Educação, um absurdo tal que levou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a dizer que não acredita nisso. Hoje, os jornais noticiam que os R$ 2 bilhões do Censo do IBGE de 2021 podem ser destinados aos militares para completar o orçamento de pessoal das Forças Armadas. E o Censo? Fica para 2022. Uma clara prioridade bolsonariana.

LIQUIDIFICADOR DO LEGISLATIVO

Da mesma forma, os recursos destinados à Educação e à Saúde, já submetidos ao teto de gastos, vão ficar abaixo dos patamares do ano anterior – ainda que descontados os gastos com a pandemia. Ou seja, diferentemente da área da Defesa, esses setores não tem maior importância para Bolsonaro. No campo social, deve haver dinheiro para o novo programa, o Renda Brasil, ainda que insuficiente para manter o patamar e o alcance do atual pagamento do auxílio emergencial. Mas isso também terá a digital de Bolsonaro, que viu sua popularidade crescer nos últimos meses com o auxílio e vê aí o caminho para tentar a reeleição. 

Tudo isso vai passar pelo liquidificador do Legislativo, e nessa batida muita coisa vai derreter ou ser esmagada. Outras prioridades serão incorporadas e diferentes setores ouvidos e considerados – ou não. Mas o Orçamento que um presidente manda ao Congresso deveria ser olhado com lupa por todos os seus eleitores antes do processamento parlamentar. Ao expor absurdos como tirar dinheiro da Educação para a Defesa, pois mostra claramente quem ele é.

Evangélicos criam frente progressista contra Bolsonaro e o conservadorismo da bancada religiosa

Bancada Evangélica Popular defende a adoção de políticas públicas que combatam a desigualdade social e a paz. "Estamos nessa mesma batalha do povo brasileiro pela democracia e justiça social", diz o pastor Ariovaldo Ramos, um dos coordenadores da bancada

19 de agosto de 2020, 08:08 h Atualizado em 19 de agosto de 2020, 10:35
Pastor Ariovaldo Ramos e Reverenda Alexya Salvador (Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)

Evangélicos ligados a setores da esquerda se uniram para apoiar candidaturas progressistas como uma alternativa ao conservadorismo da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso e pelo avanço da extrema direita, representada pelo bolsonarismo. “Não tem nada a ver com essa ênfase da bancada evangélica de representar a igreja, mas sim de marcar posição, para que todo o Brasil saiba que a igreja evangélica não é esse grupo hegemônico e que nós estamos nessa mesma batalha do povo brasileiro pela democracia e justiça social”, disse o pastor e coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Ariovaldo Ramos, ao jornal Folha de S. Paulo

Os coordenadores do movimento destacam que a Bancada Evangélica Popular, criada em julho, defende a adoção de políticas públicas que combatam a desigualdade social e, como Jesus Cristo, a paz. A religião, porém, não faz parte da lista de discussões do grupo uma vez que o Estado é laico. 

Ainda de acordo com a reportagem, a frente progressista começou a ganhar corpo no início do ano e desde então vem angariando adesões de pré-candidaturas ligadas a esquerda em diversos estados e cidades do país.

Um dos nomes que a bancada está apoiando para uma vaga na Câmara de Vereadores de São Paulo nas eleições deste ano é o da reverenda da Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) Alexya Salvador, primeira transexual da América Latina a se tornar clériga.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Palocci embolsou R$ 30 milhões para incriminar Lula, mas não agiu sozinho

A fraude da delação de Antonio Palocci tornada pública pela Polícia Federal desencadeou uma busca por seus cúmplices. O jornalista Joaquim de Carvalho, do DCM, destaca que o desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4, participou da engrenagem criminosa que interferiu nas eleições de 2018

Brasil 247, 16/08/2020, 16:35 h Atualizado em 17/08/2020, 04:18
   (Foto: Reprodução/Youtube)

A consagração pública de que Antonio Palocci é um mentiroso não impediu que o jornalismo investigativo cavocasse mais e maiores problemas na aceitação e divulgação de sua delação. Segundo o jornalista Joaquim de Carvalho, durante mais de dois anos, Palocci se ofereceu a Moro para delatar. Ameaçou entregar a Globo e bancos, em depoimento que tratou de outro assunto.”

A matéria de Carvalho, publicada no site DCM, destaca que “até a força-tarefa de Curitiba rejeitou, talvez em uma estratégia que só se compreenderia mais tarde: terceirizar a responsabilidade. Na época, em chat privado, a procuradora Laura Tessler chegou a comentar sobre a farsa, como se saberia pela Vaza Jato. “Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, afirmou. “O melhor é que (Palocci) fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja”, acrescentou Antônio Carlos Welter.”

A matéria também sublinha a declaração da defesa de Lula sobre o episódio: “sempre dissemos que a delação de Palocci era um instrumento da Lava Jato para praticar lawfare contra o ex-presidente Lula. Na semana passada o Supremo Tribunal Federal acolheu um dos recursos que levamos à Corte para reconhecer que Moro agiu de forma ilegal e com viés político ao anexar, de ofício, essa delação ao processo de Lula seis dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018. Agora a Polícia Federal concluiu que a mesma delação é um nada. Isso reforça que sempre estivemos na direção certa e que Moro e a Lava Jato praticaram intenso lawfare para tentar aniquilar Lula e para isso colocaram o país numa situação terrível”, afirmou Cristiano Zanin.