Em posicionamento enviado ao TCU, o Exército brasileiro fez lobby pela cloroquina, mesmo sem comprovação científica de que o remédio é eficaz no tratamento contra o coronavírus. O tribunal criticou a falta de coordenação do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia da Covid-19
Brasil 247, 21/12/2020, 18:59 h Atualizado em 21/12/2020, 19:19
Cloroquina e o Exército brasileiro (Foto: Reuters | Marcos Corrêa/PR)
O Exército brasileiro afirmou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que a cloroquina "seria o equivalente a produzir esperança a milhares de corações aflitos com o avanço e os impactos da doença no Brasil e no mundo". Foi uma justificativa após o órgão questionar militares sobre o porquê de acelerar a produção de cloroquina em seu laboratório neste ano, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. A resposta está em documento oficial obtido pela agência Fiquem Sabendo, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Uma auditoria do TCU havia chegado à conclusão de que o governo Bolsonaro não tem um plano estratégico para enfrentar a pandemia. Os auditores do órgão também manifestaram preocupação com o descompasso entre o cronograma de fornecimento das vacinas contra o coronavírus e o de entrega das seringas e agulhas.
Entre março e junho, o laboratório do Exército fabricou mais de 3 milhões de comprimidos do medicamento, ainda sem comprovação científica sobre a eficácia dele em combater o coronavírus. Jair Bolsonaro, no entanto, já defendeu em várias ocasiões a aplicação do remédio para o tratamento de pessoas diagnosticadas com a Covid-19.
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