quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Unidos, esquerda e Maia derrotam Bolsonaro

Brasil 247, 11 de dezembro de 2020, 12:13


Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia

Se atuassem juntos, os partidos de esquerda – PT, PDT, PSB, PCdoB, PSOL, Rede e PV – formariam o maior bloco da Câmara, com 137 deputados, superando o bloco PL, PP, PSD, Solidariedade e Avante, atualmente o maior, com 135.

O líder desse bloco, Arthur Lira, é o candidato de Bolsonaro à sucessão de Maia na presidência da Câmara. Por ora.

A outra metade do chamado “centrão”, formada por PSL, PTB e PROS, com 62 deputados, que constitui o segundo maior bloco da Câmara, não é tão fiel ao governo quanto o “centrão” de Lira, principalmente no que diz respeito ao PSL, rachado entre bolsonaristas e antibolsonaristas.

Se for candidato, Lira terá todos os votos do “centrão 1”, mas não pode contar com unanimidade no “centrão 2”; PTB e PROS poderão votar nele em peso, mas o PSL não lhe dará mais que 20 votos.

Desse modo, Lira (ou o candidato de Bolsonaro) somaria 176 votos mais ou menos certos: 135 do “centrão 1” e 41 do “centrão 2” (20 do PSL, 11 do PTB e 10 do PROS).

Os partidos aliados a Maia – DEM, MDB e PSDB – têm 94 deputados. Somando-se a eles os 137 deputados da esquerda, chega-se a 231 votos. Já está definido que Maia não será candidato, mas alguém que seu grupo apoiar.

Os outros 73 deputados aptos a votar integram partidos de centro-direita e direita, tais como Republicanos, Podemos, PSC, Cidadania, Novo e Patriotas.

Para chegar aos 257 necessários para vencer, o grupo de Lira precisa de 60 votos desses 73 e o de Maia, apenas 26.

O grupo de Maia pode arrebanhar os 10 deputados do Podemos, os oito do Cidadania e os oito do Novo, que não costumam votar com Bolsonaro. Somaria, assim, 257.

Para o grupo de Lira, a vitória está mais distante: pode somar 32 votos do Republicanos, 9 do PSC e 6 do Patriotas (que costumam votar com Bolsonaro), 47 no total, chegando a 244.

Unidos, esquerda e Maia derrotam Bolsonaro, mas é cedo para cantar vitória. O governo tem muito tempo e muitos “argumentos” para virar o jogo até a data da eleição, a 1o. de fevereiro de 2021.

Ganhar a presidência da Câmara é meio caminho andado para a reeleição de Bolsonaro.

Perder é colocá-la em risco.

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