terça-feira, 27 de abril de 2021

Presidente da Anvisa pode ser ouvido pela CPI da Covid por negativa à vacina Sputnik V

Grupo de parlamentares independentes e de oposição da CPI quer que Antonio Barra Torres e as divergências entre a Anvisa, Sputnik V e governadores sejam levadas com "urgência" ao colegiado

Brasil 247, 27/04/2021, 11:41 h Atualizado em 27/04/2021, 17:52
  Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa 
(Foto: Pedro França/Agência Senado)

Sputnik Brasil - A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de não recomendar a importação excepcional e temporária da vacina russa Sputnik V nesta segunda-feira (26) pode colocar Antonio Barra Torres, presidente do órgão, na mira da CPI da Covid-19.

Segundo publicação do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, poucas horas depois da decisão da Anvisa, um grupo de parlamentares independentes e de oposição da CPI pediu que as divergências entre a Anvisa, Sputnik V e governadores sejam levadas com "urgência" ao colegiado.

"Assim, o grupo decidiu que a convocação de Barra Torres deve ir para o início da fila de autoridades a serem ouvidas", escreveu o colunista.

A convocação de Antonio Barra Torres tem como objetivo entender quais as dificuldades de aprovação do pedido. A análise dos diretores justificou o posicionamento alegando falta de dados e risco de doenças por falha em fabricação.

A vacina russa Sputnik V contra a Covid-19 foi o primeiro imunizante contra o novo coronavírus a ser registrado, ainda em agosto de 2020. De acordo com resultados de estudos clínicos publicados em fevereiro na revista médica The Lancet, a Sputnik V tem eficácia de 91,6%.

Até agora o imunizante já foi aprovado em 60 países, sendo a segunda vacina mais aprovada por órgãos sanitários no mundo. Diversos países sul-americanos já aprovaram o imunizante, incluindo México, Argentina, Bolívia, Venezuela e Paraguai.

O vice-diretor de pesquisa científica do Centro Gamaleya, Denis Logunov, disse nesta terça-feira (27) que a declaração da Anvisa não corresponde à realidade. Segundo o vice-diretor, nenhum órgão de controle tem informação de que a vacina possui adenovírus replicante, e a Anvisa não solicitou protocolos de controle de qualidade consolidados.

"Ou seja, não houve nenhuma discussão sobre [...] conteúdo específico de partículas replicantes no medicamento. É importante dar atenção e dizer que a declaração que pelo menos eu vi na imprensa, com certeza, não tem nada a ver com a realidade", afirmou Logunov.

Nenhum comentário: