Lula afirmou que “a Lava Jato premiou todos os ladrões”, que fizeram esquemas de delações premiadas. Ele ainda denunciou que a operação destruiu a economia do país e acabou com mais de 4 milhões de empregos
Brasil 247, 1/04/2021, 18:48 h Atualizado em 1/04/2021, 19:15
Reinaldo Azevedo e Lula (Foto: Reprodução)
O ex-presidente Lula (PT), em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, na Band, afirmou que a “Lava Jato oficializou o roubo”. Ele lembrou que a operação “premiou todos os ladrões”, que fizeram esquemas de delações premiadas.
“Todos agora estão fumando charuto cohiba, aquele charuto cubano, e tomando rum cubano às nossas custas”, afirmou. O ex-presidente questionou com quanto ficou Antonio Palocci, ex-aliado petista que forjou delação para atacar Lula.
“Entregou R$ 100 milhões, mas com quantos ficou?”, perguntou o ex-presidente sobre a Lava Jato, que tentou criar um fundo bilionário nos Estados Unidos.
“O objetivo da Lava Jato era menos combater a corrupção, e era um objetivo político. A Lava Jato imaginava destruir os partidos, imaginava desmoralizar o Congresso, imaginava desmoralizar a Suprema Corte. Eles tinham um projeto político”, argumentou.
“Sociedade se acovardou"
Lula ainda denunciou que a Lava Jato destruiu empresas e a economia brasileira, ao acabar com mais de 4 milhões de empregos. Por isso, pela falta de reação a isso, Lula disse que a sociedade se acorvadou”.
“A verdade é que a sociedade brasileira se acovardou. Eu nunca vi tanta gente covarde, que não teve coragem de defender sequer os empregos dos trabalhadores que foram vítimas e que não cometeram nenhum erro", declarou
Ele também defendeu um projeto de desenvolvimento econômico para o País. "Eu sou contra o governo empresarial. Mas sou favorável a um governo que seja indutor do processo de desenvolvimento. Alguns setores estratégicos não serão privatizados", disse.
Primeiro dia na prisão
A entrevista foi iniciada com uma pergunta sobre a primeira noite que o ex-presidente passou na prisão, no dia 7 de abril de 2018. Lula relatou ter dormido normalmente. “Eu sou bom de cama”, disse aos risos.
“Lembro que quando entrei na prisão o cara queria que eu tirasse meu cinto, meu cadarço. Eu disse pra ele: ‘Cara, não vim aqui pra me enforcar. Eu vim aqui pra provar que o Moro é mentiroso’”.
Lula também voltou a dizer que decidiu se entregar à Polícia Federal para provar sua inocência. “Eu sempre penso que tenho a mão de Deus e da minha mãe guiando meus passos. Por isso tomei a decisão de ir pra Curitiba. Eu poderia ter entrado numa embaixada. Mas eu quis provar minha inocência. E fui de cabeça erguida”, disse.
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