domingo, 11 de abril de 2021

“Governo Bolsonaro está crivado de nazistas”, diz Michel Gherman

“O bolsonarismo é baseado em afetos de extrema direita e em supremacismo branco, com referências identitárias muito fortes do nazismo”, explicou à TV 247 o professor da UFRJ. 

Brasil 247, 9/04/2021, 19:38 h Atualizado em 9/04/2021, 19:51
  Michel Gherman (Foto: Reprodução | Agência Brasil)

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Gherman afirmou à TV 247 que o governo Jair Bolsonaro “está crivado de nazistas” e repleto de referências históricas que remetem à Alemanha nazista e ao supremacismo branco.

Esta é, segundo ele, a base do bolsonarismo, e não se trata de cortina de fumaça. “O bolsonarismo é baseado em afetos de extrema direita e em supremacismo branco, com referências identitárias muito fortes do nazismo, muito forte. Essas referências surgiram ainda na candidatura de Bolsonaro, e aquela coisa de ‘cortina de fumaça’ é bobagem, aquilo é a base do bolsonarismo. O bolsonarismo sabe que a extrema direita mobiliza as massas, e ele mobilizou as massas enquanto a gente estava achando que aquilo não passava de palhaçada de circo”.

Para se desvencilhar de Bolsonaro e sua política nazista, de acordo com o professor, outros setores da sociedade política precisam entender que é necessário dialogar com o centro e com os eleiores do atual governo que não são nazistas ou bolsonaristas e que fizeram a escolha errada em 2018 por outros motivos que não o alinhamento ideológico com o atual governo. Além disso, se faz necessário também estabelecer diálogo com os religiosos. “A única alternativa que a gente tem hoje é dialogar com o centro para entender que para você ser antinazista você não precisa ser de esquerda. O nazismo é uma ameaça à civilização, é uma ameaça civilizatória. Esse é o debate que tem que ser feito, tem que ser feito com o centro político e com as igrejas neopentecostais. A única maneira de derrotar o fascismo e evitar o desastre, que já acontece mas pode ser de proporções inimagináveis, é dialogar com os eleitores de Bolsonaro que o fizeram com medo da esquerda”.

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