Mesmo assim a oposição ao Brasil (PSDB, SD, PPS, DEM e outros) continua com ele
Depois da publicação das "digitais" de Eduardo Cunha e de familiares nas contas secretas no exterior, sua tropa de choque continua dizendo que vai com ele até o fim, mas políticos até então próximos afirmam que ele perdeu as condições de comandar a Câmara e que sua saída se reduz agora a uma questão de dias.
O principal fator político que agora pesa contra o peemedebista é o de que ele vinha pedindo um voto de confiança assegurando não ter contas fora do país.
As imagens do passaporte diplomático, as assinaturas e os demais documentos publicados tornam essa versão pouco crível, dizem deputados. "Essa será a semana em que o Parlamento vai perceber se o Eduardo vai ter condições de governabilidade", afirmou um aliado próximo.
Líderes das bancadas do governo e da oposição são quase unânimes em afirmar que a situação é "delicadíssima" e deve vitaminar a lista do "Fora, Cunha" elaborada pelo PSOL e pela Rede, que já conta com 53 adesões. Os dois partidos protocolaram pedido de cassação de Cunha no Conselho de Ética. O processo deve ser instaurado até o final do mês.
A oposição, que se alinhou a Cunha quando ele rompeu com o governo, combinou que se manifestará em conjunto no início da semana.
Os principais partidos, PSDB e DEM iniciaram o afastamento do peemedebista na semana passada, quando soltou nota sugerindo a ele que se afastasse da Presidência.
Procurado, o senador Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM –investigado em outro caso–, disse que "as coisas ficam agora muito difíceis de serem explicadas", já que Cunha dizia não ter conta no exterior.
O deputado Silvio Costa (PSC-PE), adversário de Cunha, passou a pedir a líderes de todos os partidos que se unam pelo afastamento do peemedebista do cargo. "Ele negou o tempo todo que tivesse conta. Acho que não dá mais nem para esperar o tempo regimental [de cassação]."
Aliados mais fiéis saíram em defesa de Cunha. O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, disse à Folha que está com Cunha "para o que der e vier", na maré contrária à oposição."O nosso negócio é derrubar a Dilma. Nada nos tira o rumo. O governo o persegue porque sabe que sem ele não tem impeachment."
Fonte: Folha, 17/10/2015
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