Israel Klabin, empresário e membro do conselho de administração da Klabin
Empresário e membro do conselho de administração da Klabin —uma das grandes produtoras e exportadoras de papel do país—, Israel Klabin, 89, critica a presidente Dilma Rousseff por uma visão "imediatista" e "centralizadora", mas aposta em uma recuperação econômica mais rápida do que o esperado.
Israel Klabin, empresário e membro do conselho de administração da Klabin |
A condição para isso, afirma, é que o Congresso aprove a recriação da CPMF em caráter provisório. Nesse sentido, o empresário considera urgente a aprovação pelos parlamentares do ajuste fiscal proposto pelo governo.
"O verdadeiro problema está nas mãos do Congresso, que olha antes para os interesses corporativos", critica.
Klabin conversou com a Folha, na terça-feira (6), em Nova York, durante premiação do centro de estudos e políticas públicas Woodrow Wilson, que agraciou André Esteves, do banco BTG Pactual, e o biólogo Thomas Lovejoy.
Presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, Klabin se diz otimista com o agronegócio e o combate às mudanças climáticas no Brasil.
Com relação ao ajuste econômico ele diz que: "Estamos caminhando na estrada certa, mas teremos as dores da correção do passado." e que cabe ao Congresso aprovar o programa de macroeconomia, o ajuste fiscal da forma que está proposto pelo Governo.
Ele também manifestou-se sobre a volta da CPMF: " Sou totalmente favorável a prazo curto, três ou quatro anos. Se for aprovada, a partir de meados do ano que vem, teremos uma inflação relativamente controlada e o lado macroeconômico administrado. Estou muito contente com a decisão do governo de fazer um grupo que estude a reforma do Estado."
Disse também que as metas de combate às mudanças climáticas [anunciadas pela presidente Dilma Rousseff na ONU, no fim do mês passado] "São realistas, possíveis e verdadeiras. Foram muito pensadas por um grupo de cientistas, inclusive o meu grupo, juntamente com o da ministra, todos Ph.Ds, altamente qualificados.
Para ele a recessão termina no ano que vem e o agronegócio desponta como a grande alternativa do Brasil ao afirmar que: "Em meados ou final do ano que vem, estamos recuperados e num caminho possivelmente melhor que outro país, e vou te dizer por quê. Nós estamos trabalhando hoje na implementação do CAR (Cadastro Ambiental Rural, que registra imóveis), na fundação, e todos os subprodutos nos dirigem a um boom enorme na área agropecuária e de recuperação florestal do país.
É definitivo. Estamos exportando 210 milhões de toneladas de grãos, já ultrapassamos os Estados Unidos. Quando for 2050, tecnicamente, se não acontecer absolutamente nada e conseguirmos evitar os males da mudança climática na agricultura, teremos capacidade de produção de 660 milhões de toneladas, ou seja, o total das necessidades de segurança alimentar do planeta.
Você acha que eu não vou ser otimista com relação ao Brasil?
Fonte: Folha, 11/10/2015
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