Muito além do debate sobre o direito de a oposição pedir ou não o impeachment de uma presidenta legitimamente eleita, é fundamental refletir sobre os métodos que vêm sendo utilizados pelo PSDB e seus aliados para desestabilizar o governo – e as consequências dessas ações para o País.
O alerta é do senador Paulo Rocha (PT-PA), que no acalorado debate em plenário, chamou os tucanos a uma reflexão sobre a necessidade de preservar a ordem democrática tão duramente conquistada pelos brasileiros.
“O que questiono aqui são os métodos que estão sendo usados”, afirmou Rocha, dirigindo-se a Aécio Neves (PSDB-MG),candidato derrotado na disputa presidencial de 2014. “A presidenta Dilma ganhou as eleições. Depois disso, infelizmente, companheiro, não foi com essa fala mansa de agora que você se portou após o resultado”, cobrou o senador petista.
De pé no plenário, ainda encarando Aécio Neves e a bancada tucana – a quem chamou o tempo todo de “companheiros” e colegas” e a quem se dirigiu com a voz firme, mas cortês.
Paulo Rocha convidou os tucanos a explicarem os encontros secretos com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha – acossado pela revelação de suas contas bancárias na Suíça –, para “organizar” o impeachment de Dilma e advertiu que os “métodos usados no processo de fazer oposição” ao PT incluem “colocar em cheque a própria democracia que todos nós lutamos para consolidar”. E finalizou:“Falo isso, Aécio Neves, assim, de frente, porque venho de um julgamento, do julgamento do mensalão”.
“Olha só, Aécio: vocês estão querendo dizer que o dinheiro que saiu do mesmo caixa – da Odebrecht, da Andrade Gutierrez, da UTC, de todos que financiam campanha neste País –, para o PT, para a Dilma, é sujo. E o dinheiro que saiu do mesmo caixa para você não é sujo? É isso que querem colocar no processo do debate político. Não, nós não aceitamos isso!”, afirmou Paulo Rocha.
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