O jornal lembra que a CPMF foi criada em 1993, quando FHC era o ministro da Fazenda; ‘Já na presidência, o tucano elevou sua alíquota. Do mesmo modo, os juros que hoje chegam a 14,25% no tempo de FHC, chegaram a 45%
247 – A ‘Folha de S. Paulo’ estampa a demagogia do PSDB ao criticar a volta da CPMF e os altos juros do governo. “A CPMF começou a ser cobrada em 1993, com o nome de IPMF, quando FHC ocupava o posto de ministro da Fazenda”, lembra.
‘Já na presidência, o tucano implantou a contribuição e elevou sua alíquota. Do mesmo modo, soa estranho que o PSDB venha a criticar os juros "nas alturas" (14,25% ao ano) quando, na crise que sobreveio à reeleição de FHC, chegaram a 45%’, acrescenta. “Não apenas de Dilma: máscaras de todos poderiam ser distribuídas e apresentadas na TV”, afirma.
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As frases não poderiam ser mais comprometedoras e desmoralizantes: "não penso em recriar a CPMF porque eu acredito que não seria correto"; "a CPMF foi um engodo".
Foram pronunciadas por Dilma Rousseff (PT), primeiro como candidata, depois como presidente, antes de ser obrigada a enfrentar as dificuldades orçamentárias que seu próprio governo produziu –e decidir recriar o tributo criticado.
As entrevistas em que a petista condenava a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira foram reproduzidas no programa eleitoral do PSDB, levado ao ar nesta semana.
Nenhum partido de oposição deixaria passar, sem dúvida, a chance de expor tão cabalmente a hipocrisia de seu adversário.
As incoerências dilmistas foram exploradas com notável habilidade, aliás, pelos marqueteiros do PSDB: assustadoras máscaras de Carnaval com o rosto da presidente, atrás das quais se revelavam cidadãs decepcionadas, conferiram à mensagem forte impacto visual.
O PSDB fez bom trabalho de rememoração histórica; pena que tão breve e limitado no tempo.
Afinal, a CPMF começou a ser cobrada em 1993, com o nome de IPMF, quando ninguém menos do que Fernando Henrique Cardoso ocupava o posto de ministro da Fazenda. Já na presidência, o tucano implantou a contribuição e elevou sua alíquota.
Do mesmo modo, soa estranho que o PSDB venha a criticar os juros "nas alturas" (14,25% ao ano) quando, na crise que sobreveio à reeleição de FHC, chegaram a 45%.
Se o roto condena o rasgado nessa farsa que nada tem de cômica, vale dizer que nem por isso foram equivocadas as decisões agora trazidas à memória. Aumentos seletivos de impostos e elevações nos juros podem ser o menor dos males, conforme a gravidade da crise.
Mas, como a demagogia não tem limites, o PSDB não está sozinho na diatribe contra as medidas impopulares. Se não tem compromisso com o próprio passado, que dizer dos especialistas do PT?
Nesta semana, a Fundação Perseu Abramo, ligada ao partido, divulgou um documento condenando de alto a baixo a política econômica de Dilma.
Pode-se dizer que são relativamente coerentes com o que sempre disseram, mas não com o presente que ajudaram a criar, nem com a política conduzida nos primeiros anos lulistas –com a contribuição, lembre-se, de Joaquim Levy, então secretário do Tesouro.
Não apenas de Dilma: máscaras de todos poderiam ser distribuídas e apresentadas na TV. Para que tanto desperdício em tempos de recessão? Basta, a cada um, que use o próprio rosto.
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