O governador da Bahia, Rui Costa, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defendem a abertura de diálogo entre o PT e o PSDB para combaterem o inimigo comum Jair Bolsonaro. Articula-se um encontro de Lula com FHC, ainda sem data
Brasil 247, 22/03/2021, 09:28 h Atualizado em 22/03/2021, 09:28
Fernando Henrique Cardoso e Lula (Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula)
PT e PSDB, que polarizaram a vida política nacional até o golpe contra Dilma Roussef em 2016, quando os tucanos perderam importância e ficaram numa postura subalterna, podem sentar à mesa e abrir conversações para derrotar Jair Bolsonaro. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que “se depender de mim, vamos trabalhar para isso. Sou a favor de que a gente coloque o Brasil acima das nossas divergências políticas secundárias”. Também ao Estadão, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que “da minha parte estou aberto a conversar. É necessário. Na minha concepção, é preciso definir quem é o inimigo principal. Se é o Bolsonaro, como a gente ganha dele?”. Lideranças dos dois partidos já admitem estar juntas no segundo turno da eleição presidencial de 2022. Articula-se uma reunião entre Lula e FHC, sem data por enquanto.
As declarações de Rui Costa e FHC foram publicadas nesta segunda-feira (22). Para o ex-presidente, além de discutir como derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022, é preciso dialogar sobre programa: “ganhar para fazer o quê? Essas são as duas questões postas”. Para Rui Costa, a eleição de 2022 terá características especiais que justificam o diálogo com o PSDB: “Estamos tratando de um projeto de salvação nacional. A lógica da disputa da eleição no Brasil será semelhante à dos Estados Unidos. É a democracia contra a barbárie e o ódio. A sociedade do bem vai prevalecer contra a lógica miliciana de condução do País.”
O descongelamento das relações entre os dois partidos tem acontecido no âmbito do Fórum dos Governadores, onde petistas e tucanos e petistas têm se apoiado mutuamente e até trocado elogios.João Doria, que se elegeu em São Paulo com o “Bolsodoria” e com ataques violentos ao PT, abriu mão de sua política eleitoral e defendeu a escolha do governador Wellington Dias (PT), do Piauí, como coordenador das discussões o combate à pandemia no Fórum de Governadores.
A relação entre os governadores se estreitou ainda mais após Bolsonaro acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação de inconstitucionalidade para tentar derrubar os decretos de restrição de locomoção de pessoas adotados pelos governadores do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul para combater o coronavírus.
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