Quem prendeu Nestor Cerveró: a revista Veja, o juiz Sergio Moro ou ambos? Neste fim de semana, o editorial de Veja celebra o fato de ter sido ela, a publicação da Editora Abril, a responsável pela prisão do ex-diretor da Petrobras.
"Nosso orgulho profissional foi lustrado, mais uma vez, com a divulgação da sentença em que o juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato, condena Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, pelo crime de lavagem de dinheiro", diz o jornalista Eurípedes Alcântara, que dirige a revista.
Isso porque, na sua sentença, Moro cita Veja, antes de condenar Cerveró a cinco anos de prisão. Segundo Moro, o jornalismo investigativo não é "um mal a ser censurado", por dar "vitalidade à imprensa livre" e permitir "maior controle dos governantes pelos governados". Na sentença, Moro chegou a admitir que o fato pelo qual Cerveró está preso – o aluguel de um imóvel em nome de uma empresa offshore uruguaia – foi "revelado originariamente" por Veja.
No entanto, no início de maio, um vídeo de uma audiência da Lava Jato, repercutiu na internet, depois que o próprio Cerveró questinou Moro sobre os motivos de sua prisão preventiva. "Eu estou preso há cinco meses, sem nenhuma culpa provada. Nenhuma acusação que o senhor fez foi provada", disse Cerveró (saiba mais aqui).
O ex-diretor da Petrobras afirmou ainda que a denúncia da Lava Jato sobre seu apartamento teve como base apenas uma reportagem de revista e que não houve investigação sobre o caso – ele alega não ser proprietário da offshore uruguaia de quem aluga o imóvel. Dias depois do vazamento deste vídeo, Cerveró foi condenado a cinco anos de prisão, na sentença citada pelo editorial de Veja desta semana.
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