Na encenação o artista representa o governador do Pará, a mala simboliza as constantes viagens e a mulher vendada significa a Justiça que enxerga o direito somente na ótica governista
Após um ato em frente à Secretaria de Administração (Sead), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) vai se reunir hoje pela manhã com a Secretaria de Educação (Seduc), Casa Civil e vice-governadoria para nova rodada de negociações. A categoria luta também pela suspensão dos descontos por conta dos dias não trabalhados na greve que já dura 56 dias.
Segundo Silvia Letícia, secretária do Sintepp, o governo já havia dito que somente voltaria a negociar se os professores finalizassem a greve, mas, por meio de um ato realizado na segunda-feira (18), a categoria conseguiu marcar uma nova audiência com o governo. “O órgão se comprometeu em sentar exclusivamente com o Sintepp para uma nova audiência. Posteriormente, à tarde, já teremos a assembleia geral que vai definir os rumos da greve”, disse.
Na manhã de ontem (19), os trabalhadores estiveram reunidos em frente ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará, para aguardar o julgamento do recurso contra a decisão da desembargadora Célia Regina, que autorizou o desconto no salário dos professores pelos dias parados. No entanto, as Câmaras Cíveis Reunidas do TJPA mantiveram a decisão da magistrada.
Descontos no contracheque
Segundo Walmir Brelaz, assessor jurídico do Sintepp, o governo já descontou quatro dias em março. Agora a categoria corre o risco de ter os 30 dias referentes ao mês de abril descontados.
“Na época, o governo pediu a abusividade da greve e retorno imediato às salas de aula, mas a desembargadora Gleide Moura já disse que não julgou o caso ainda, por isso a greve não pode ser considerada abusiva. Mas, mesmo assim, o governo ameaçou e já cortou os dias parados. Por conta disso, entramos com um mandato de segurança contra o desconto referente a março e aos possíveis 30 dias de abril, mas a desembargadora Célia Regina negou a liminar, alegando que mesmo que a greve não seja considerada abusiva, o governo pode fazer os descontos”, explicou Brelaz.
A partir de agora, a categoria deverá recorrer ao Supremo Tribunal Federal. “Agora, o que nos cabe é recorrer ao STF, que julga os casos em última instância, quando todas as tentativas se esgotam aqui”, disse o advogado.
A categoria ficou reunida em frente ao TJPA, localizado na avenida Almirante Barroso e ocupou a via no sentido Entroncamento-São Brás. Algumas tendas foram montadas no meio da rua para abrigar os manifestantes. O trânsito ficou bloqueado por agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) na altura do retorno da avenida Júlio Cezar, onde os veículos eram desviados. O bloqueio durou cerca de duas horas. Na tarde de hoje, os educadores realizarão assembleia geral para avaliar os rumos do movimento.
Fonte: Diário do Pará/Blog do Damião Cavalcante, 20/05/2015
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