Esta é a conclusão de Castells, no seu livro "Redes de Indignação e Esperança"
O modelo neodesenvolvimentista está centrado no crescimento econômico
somado a campanhas de redução da miséria. Segundo o sociólogo espanhol
Manuel Castells, essas políticas sociais redistributivas não são
acompanhadas de uma nova cultura de dignidade para além do consumo.
"Enveredam por uma senda autodestrutiva como o objetivo de sair da pobreza", escreve Castells em "Redes de Indignação e Esperança". "Sem entender que a escolarização sem uma verdadeira melhoria do ensino não é educação, mas um armazenamento de crianças. E que a saúde sem a potencialização de médicos e enfermeiros sem um viés preventivo é um poço sem fundo".
Castells examina os movimentos sociais que eclodiram em 2011
Para o sociólogo, a onda de protestos no Brasil está relacionada ao mercado de votos que a democracia brasileira se transformou. As pessoas não se sentem representadas, a política se tornou assunto de político profissional, não de cidadão.
Os centavos, que foram o estopim das manifestações de junho, trouxeram ao debate nacional a questão da mobilidade como um direito universal.
Mas não foi só isso. "Como todos os outros movimentos do mundo, ao lado de reivindicações concretas, que logo se ampliaram para educação, saúde, condições de vida, o fundamental foi --e é-- a defesa da dignidade de cada um", diz.
O Brasil não é o único país que testemunhou a eclosão de protestos de rua que nasceram e se desenvolveram por meio das redes sociais. Em "Redes de Indignação e Esperança", Castells investiga a onda de manifestações pelo mundo, da Primavera Árabe ao Occupy nos Estados Unidos.
O autor mostra uma nova forma de organização, um novo modelo indissociável da internet, fundamentada em diálogos horizontais, na ocupação do espaço público urbano e na ausência de lideranças e de programas.
Especializado na era da informação e das sociedades conectadas em rede, Manuel Castells é professor emérito da Universidade do Sul da Califórnia, Los Angeles, e da Universidade da Califórnia, Berkeley.
"Enveredam por uma senda autodestrutiva como o objetivo de sair da pobreza", escreve Castells em "Redes de Indignação e Esperança". "Sem entender que a escolarização sem uma verdadeira melhoria do ensino não é educação, mas um armazenamento de crianças. E que a saúde sem a potencialização de médicos e enfermeiros sem um viés preventivo é um poço sem fundo".
Castells examina os movimentos sociais que eclodiram em 2011
Para o sociólogo, a onda de protestos no Brasil está relacionada ao mercado de votos que a democracia brasileira se transformou. As pessoas não se sentem representadas, a política se tornou assunto de político profissional, não de cidadão.
Os centavos, que foram o estopim das manifestações de junho, trouxeram ao debate nacional a questão da mobilidade como um direito universal.
Mas não foi só isso. "Como todos os outros movimentos do mundo, ao lado de reivindicações concretas, que logo se ampliaram para educação, saúde, condições de vida, o fundamental foi --e é-- a defesa da dignidade de cada um", diz.
O Brasil não é o único país que testemunhou a eclosão de protestos de rua que nasceram e se desenvolveram por meio das redes sociais. Em "Redes de Indignação e Esperança", Castells investiga a onda de manifestações pelo mundo, da Primavera Árabe ao Occupy nos Estados Unidos.
O autor mostra uma nova forma de organização, um novo modelo indissociável da internet, fundamentada em diálogos horizontais, na ocupação do espaço público urbano e na ausência de lideranças e de programas.
Especializado na era da informação e das sociedades conectadas em rede, Manuel Castells é professor emérito da Universidade do Sul da Califórnia, Los Angeles, e da Universidade da Califórnia, Berkeley.
Fonte: Uol, 14/10/13
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