Viomundo, 24/09/2020 - 20h44
Fotos: Reprodução de vídeo e Marcos Corrêa/PR
Fraude
Por Dr. Rosinha*
Até o momento, a fraude é vitoriosa no Brasil e quer vencer na Organização das Nações Unidas (ONU).
Através da fraude judicial, trabalhando em conjunto na política e nas mídias sociais, o fraudador e representante dos fraudadores Jair Bolsonaro chegou à presidência do Brasil.
Me refiro aqui a todas as instâncias do sistema judiciário e não apenas à Lava Jato.
Ou seja, da primeira instância às cortes superiores.
Não escrevo à presidência da República porque, aqui, República só existe no papel.
Os governos brasileiros não são republicanos.
Os que tentaram ser republicanos — Lula e Dilma – foram golpeados.
Se um fraudador apoiado por fraudadores chegou à presidência e governa com fraudadores, o que podemos esperar?
Seriedade?
Verdades?
Lamentavelmente, mais fraudes, como vimos na fala dele na ONU.
Lá, cada país, através de seus representantes, fala o quer.
O problema é que quem o ouviu, deve ter se perguntado: “como o povo brasileiro, tão boa gente elegeu um cara — ou o adjetivo que você preferir — como esse?”
Morro de vergonha.
Aliás, nós, brasileiros, já fizemos inúmeras vezes a mesma pergunta em relação aos alemães e italianos: “Como vocês permitiram a ascensão de Hitler? E do Mussolini”
Além da vergonha que passamos perante ao mundo pelo que falou Bolsonaro na ONU, o que mais pode ocorrer?
Nada.
O fraudador faz isso porque entende que a ONU é a própria fraude.
Bolsonaro por mais de uma vez declarou que a ONU é comunista e que suas decisões não merecem respeito.
Num certo sentido, essa imagem de pouco respeito foi sendo construída ao longo dos anos.
Como exemplo, trago aqui as resoluções da ONU que dizem respeito a Israel e o respeito ao território palestino.
Lamentavelmente, elas não são cumpridas.
A resolução de invasão militar do Iraque foi tomada por pressão principalmente dos Estados Unidos.
Se a ONU não tem poder de obrigar o cumprimento de suas resoluções ou que elas sejam tomadas de modo imparcial, alguns governantes, como Bolsonaro e Trump, entendem que ela é uma fraude.
A relevância que se esperava da ONU não existe.
As grandes potências acatam as decisões quando lhes interessa. Caso contrário, as ignoram.
Os protestos contra a ONU vão de governantes a cidadãos.
Aqui, lembro a canção Conversação de Paz, de Sérgio Ricardo, de 1971, época da ditadura militar no Brasil:
Hoje finalmente vai ter reunião/
Conversação, conversação, conversação de paz/
Vão chegando os ministros das relações/
De um lado o civil, do outro o militar/
Variadas ceitas e religiões/ …
Ana, Ana/
A ONU está me dando sono/
Guerra, guerra, guerra/
Está explodindo a Terra/
Acorda, olha a guerra/
O dono da terra/
O dono de toda a guerra…
Blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá
Ocorre que o blá, blá, blá de Bolsonaro na 75ª Assembleia ONU, assim como foi no ano passado, é mentiroso e fraudulento.
Mas, algum brasileiro/a esperava outra coisa além de mentiras e fraudes?
No seu vergonhoso discurso — para os brasileiros que pensam –, Bolsonaro fez um apelo contra a cristofobia.
Pediu às nações que se unam para lutar contra o preconceito aos cristãos.
A Organização Não Governamental Portas Abertas, que apoia os cristãos – segundo ela – perseguidos, tem uma lista de 50 países.
O nome do Brasil não consta.
Ao contrário, aqui, os fundamentalistas cristãos são os que perseguem os que consideram não cristãos ou que praticam atos e ações que consideram não cristãos, como, por exemplo, os homossexuais.
Perseguem também os praticantes de religião de matriz africana, como Pais e Mães de Santo.
Na ONU, Bolsonaro foi o Bolsonaro de sempre.
Simplesmente repetiu o que faz no dia a dia no Brasil: mentiu.
Na ONU, com seu blá, blá, blá fascista e mentiroso, provou – mais uma vez – que é um mentiroso contumaz, um fraudador.
O assustador e preocupante disso tudo é que parte importante das forças armadas acredita e apoia o fraudador e suas fraudes.
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