sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Revista científica mais prestigiada do mundo atesta: vacina russa para Covid gerou imunidade sem efeito colateral

Principal revista científica do mundo, The Lancet publicou estudo nesta sexta-feira que informa: vacina russa imunizou 100% dos participantes dos testes sem nenhum efeito colateral. Com isso, rompe-se o descrédito com que a vacina foi recebida pela comunidade científica e pelos governos aliados dos Estados Unidos. Leia versão original do estudo

Brasil 247,04/09/2020, 09:09 h Atualizado em 04/09/2020, 11:22
    Frascos de vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou (Foto: Fundo Russo de Investimento Direto/Divulgação via REUTERS)

Agência Sputnik com 247 - Principal revista científica do mundo acaba de publicar os dados tão esperados dos testes da primeira vacina russa contra a COVID-19, enquanto especialistas sublinham a importância de tal publicação. Leia AQUI a versão original do estudo, publicado na manhã desta sexta-feira (4).

Menos de um mês após o registro da vacina russa Sputnik V contra a COVID-19, a mais influente revista científica no mundo, The Lancet, publicou hoje os resultados das primeiras duas fases de testes clínicos do medicamento, algo que era muito aguardado pelos representantes da comunidade científica mundial.

O material publicado responde às críticas de especialistas estrangeiros e traz a tão esperada clareza sobre o desenvolvimento do medicamento pelos cientistas russos.

É válido ressaltar que a Sputnik V, sendo a primeira vacina contra a COVID-19 registrada na Rússia e no mundo, não só é eficaz no combate ao coronavírus SARS-CoV-2 como sua aplicação é segura.

A publicação dos dados da primeira e segunda fases de testes pela The Lancet, segundo afirmam os cientistas do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, é o primeiro passo de uma série de publicações sobre a Sputnik V em revistas científicas.

"Em setembro, também serão entregues para publicação os dados completos dos testes da vacina em animais – primatas, hamsters sírios, ratos transgênicos, nos quais a vacina mostrou 100% de eficiência (os resultados nos primatas e hamsters sírios foram obtidos antes dos testes clínicos). Os primeiros resultados dos testes clínicos pós-registro [terceira fase], com a participação de 40 mil voluntários, serão publicados em outubro-novembro", disseram os desenvolvedores da vacina, Aleksandr Gintsburg e Denis Logunov, do Centro Gamaleya.

Vacina com segurança comprovada

Uma das principais conclusões a que os cientistas do Centro Gamaleya chegam no artigo científico é a segurança da vacina. De acordo com os resultados dos testes clínicos da primeira e segunda fases, não foram detectados pelos especialistas efeitos indesejados graves da vacinação por nenhum dos critérios de avaliação.

Nem todas as outras vacinas contra a COVID-19 podem se orgulhar de tamanho sucesso, algumas delas acabaram trazendo efeitos indesejados graves em 25% dos vacinados.

Imunidade duradoura

Na publicação foram também apresentadas provas científicas da eficiência da vacina Sputnik V.

Como exemplo, é comprovada sua capacidade de gerar uma resposta imunológica duradoura do organismo em 100% dos vacinados graças à tecnologia única de aplicação em duas etapas.

Denis Logunov, vice-diretor do Centro Gamaleya, garante que se observa imunidade humoral e resposta imunológica celular em 100% dos vacinados, o que é suficiente para proteger o ser humano de forma eficaz contra a infeção pelo coronavírus.

"O nível de anticorpos nos voluntários vacinados foi 1,4-1,5 vezes maior do que nas pessoas que adoeceram e venceram a doença. Como comparação, a empresa farmacêutica britânica AstraZeneca obteve um nível de anticorpos nos voluntários vacinados praticamente igual ao nível de anticorpos daqueles que adoeceram após infecção pelo coronavírus", publicou a revista, citando Logunov.

Da mesma forma, o Centro Gamaleya afirma que, no contexto dos testes clínicos da Sputnik V, em todos os voluntários se desenvolveu a imunidade celular T, representada tanto por células CD4+, como por células CD8+.

Estas células permitem reconhecer e destruir as células infectadas pelo coronavírus.


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