sexta-feira, 10 de abril de 2015

Esquema envolvendo André Vargas se assemelha a mensalão, diz MPF

Os investigadores da Lava-Jato afirmam que uma agência de publicidade, que detinha contas do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica Federal, repassava valores para outras duas empresas. Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (10/4), os investigadores afirmaram que o ex-deputado André Vargas fazia parte do quadro societário de uma delas e o irmão dele de outra.

Ainda segundo os investigadores, os serviços contratados não eram prestados. O Ministério Público Federal sustenta que o esquema se assemelha ao que foi usado no mensalão.

Em relação a Pedro Corrêa, foram identificados pagamentos diretos para eles e pessoas próximas. São depósitos diretos em conta. Contra os ex-deputado Luiz Argôlo, a operação identificou produção fraudulenta de notas. Ele também teria recebido valores suspeitos. A investigação descobriu que o ex-parlamentar é sócio do doleiro Alberto Youssef numa empresa de locação de equipamentos.

A PF deflagrou nesta sexta-feira a 11ª fase da Operação Lava-Jato, em seis estados brasileiros e no Distrito Federal. A ação, intitulada “A Origem”, cumpre sete mandados de prisão, 16 de busca e apreensão e nove de condução coercitiva. Entre os conduzidos estão os ex-deputados André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa, que já cumpre prisão em regime semiaberto pelo mensalão do PT.

Valor recuperado

Os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato informaram que, até o momento, R$ 1 bilhão desviado da Petrobras deve voltar aos cofres da estatal. Eles explicaram que todas as medidas para a devolução do dinheiro já estão sendo tomadas. Desse total, R$ 500 milhões foram recuperados com a renúncia dos colaboradores que aceitaram devolver os recursos. A outra metade é proveniente de bens apreendidos durante a Lava-Jato. 

"Estamos pedindo ao Judiciário os valores que houve a renúncia dos colaboradores. Uma parte deve voltar para a Petrobras. Estamos caminhando. Estamos falando em R$ 1 bilhãos em ressarcimento. Isso ainda é pouco perto do que foi desviado", afirmou o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima.

Fonte: Correio Braziliense, 10/04/2015

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