Além de integrantes da Igreja Católica, assinaram o pedido líderes da Igreja Luterana, Anglicana, progressistas batistas, presbiterianos, metodistas e da Assembleia de Deus. Eles acusam Bolsonaro de crime de responsabilidade por sua desastrosa condução da pandemia da Covid-19
Brasil 247, 26/01/2021, 18:43 h Atualizado em 26/01/2021, 19:33
O pedido de impeachment é a primeira movimentação coordenada de líderes religiosos contra Bolsonaro (Foto: Lula Marques)
Mais de 380 líderes religiosos de diversas filiações protocolaram nesta terça-feira (26) um pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro, que, segundo eles, cometeu crime de responsabilidade na condução da pandemia da Covid-19.
Entre os signatários estão líderes católicos, luteranos, anglicanos progressistas batistas, presbiterianos, metodistas e evangélicos da Assembleia de Deus, entre outros.
No texto, é ressaltado o "não acesso à vacina" e "desprezo pela vida dos cidadãos". As práticas criminosas de Bolsonaro, aponta, usurpam o direito à saúde previsto na Constituição Federal.
"Como cristãos e cristãs entendemos ser nosso dever participar da luta pela promoção e defesa dos direitos humanos e contra qualquer tipo de opressão ou ação que tenha como resultado o adoecimento e a morte da população. Por esse motivo é que nos colocamos na luta pelo afastamento do senhor presidente da República Jair Messias Bolsonaro", escreveram as lideraças.
Uma das signatárias, a pastora luterana Lusmarina Campos Garcia, destacou a postura criminosa de Bolsonaro diante da crise sanitária que o país atravessa: Os motivos principais são aquilo que a gente considera como crime de responsabilidade por parte do presidente na área da saúde pública, principalmente nesse momento da pandemia da Covid-19. As atitudes desrespeitosas por parte dele que resultaram e continuam resultando na morte de tantos brasileiros se constitui crime de responsabilidade", disse, conforme reportado na coluna de Chico Alves, no Uol.
"Ele está indo contra um direito social, que é o direito saúde. Está indo contra princípios fundamentais da população brasileira, o que nós consideramos crime da parte dele", completou.
O monge menonita Marcelo Barros, ligado à Teologia da Libertação, movimento que prega uma mensagem humanista da Igreja, notou também a frequente usurpação do nome de Deus pelo presidente.
“Um dos gritos dessa força que trouxe o atual presidente ao poder era “Deus acima de todos”. Muitos religiosos e religiosas das mais diversas religiões precisavam vir a público para dizer que não estamos de acordo com esta instrumentalização da religião”, disse, conforme reportado no Congresso em Foco.
Este é o 63º pedido de impeachment contra Bolsonaro. Trata-se da primeira movimentação coordenada de líderes religiosos contra o presidente, que se vê cada vez mais isolado.
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