Secretaria de Comunicação da Presidência tenta sair em defesa de Bolsonaro, eleito “Personalidade do Ano em Crime Organizado e Corrupção” com uma mensagem de Ano Novo dirigida a supostos “brasileiros honestos”
Brasil 247, 1/01/2021, 10:26 h Atualizado em 1/01/2021, 10:31
Fabrício Queiroz e família Bolsonaro (Foto: Reprodução)
A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) postou nesta quinta (31) mensagem de Ano Novo no Twitter na qual saúda “os brasileiros honestos e trabalhadores levaram este país adiante”. A publicação parece ser uma resposta à eleição de Bolsonaro, na véspera, como “Personalidade do Ano em Crime Organizado e Corrupção”.
A Secom tem se notabilizado por ser uma agência de defesa pessoal de Bolsonaro em vez de executar sua missão como Secretaria de Comunicação da Presidência.
O texto do tweet dá asas a teorias conspiratórias afirmando que em 2020 “muitas dificuldades foram criadas e impostas”, sem especificar quem criou e impôs as dificuldades. Trata-se de estratégia clássica de guerra cultural. Sem nomear autores da ação, por não poder fazê-los, pois as ações não existem, a extrema-direita mantém seus inimigos na berlinda: seriam “os chineses”, “os esquerdistas”, “os abortistas” etc etc.
Veja o tweet:
Saiba mais sobre a escolha de Bolsonaro como personalidade da corrupção:
O Projeto de Relatório sobre Crime Organizado e Corrupção (OCCRP, na sigla em inglês) elegeu Jair Bolsonaro “Personalidade do Ano em Crime Organizado e Corrupção”. A eleição foi por ter se "cercado de figuras corruptas, usado propaganda para promover sua agenda populista, minado o sistema de Justiça e travado uma guerra destrutiva contra a região da Amazônia, o que enriqueceu alguns dos piores proprietários de terras do país".
Bolsonaro venceu outros dois líderes: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Turquia, Recep Erdogan. O oligarca ucraniano Ihor Kolomoisky completou a lista de finalistas.
A organização lembrou das acusações de envolvimento do clã Bolsonaro com o crime de “rachadinha”, no qual o parlamentar é acusado de recolher salários de funcionários fantasmas do gabinete, mas disse que "os juízes o escolheram por causa de sua hipocrisia — ele assumiu o poder com a promessa de lutar contra a corrupção, mas não apenas se cercou de pessoas corruptas, como também acusou injustamente outros de corrupção”.
Drew Sullivan, editor do OCCRP e um dos nove jurados, afirmou que acusações pairam sobre demais integrantes da família presidencial. São citados o vereador Carlos Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, ambos do Republicanos.
“A família de Bolsonaro e seu círculo íntimo parecem estar envolvidos em uma conspiração criminosa em andamento e têm sido regularmente acusados de roubar do povo.” disse Sullivan.
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