sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Após Bolsonaro ser eleito “corrupto internacional do ano”, Secom dedica feliz 2021 aos “brasileiros honestos”

Secretaria de Comunicação da Presidência tenta sair em defesa de Bolsonaro, eleito “Personalidade do Ano em Crime Organizado e Corrupção” com uma mensagem de Ano Novo dirigida a supostos “brasileiros honestos”

Brasil 247, 1/01/2021, 10:26 h Atualizado em 1/01/2021, 10:31
   Fabrício Queiroz e família Bolsonaro (Foto: Reprodução)

A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) postou nesta quinta (31) mensagem de Ano Novo no Twitter na qual saúda “os brasileiros honestos e trabalhadores levaram este país adiante”. A publicação parece ser uma resposta à eleição de Bolsonaro, na véspera, como “Personalidade do Ano em Crime Organizado e Corrupção”.

A Secom tem se notabilizado por ser uma agência de defesa pessoal de Bolsonaro em vez de executar sua missão como Secretaria de Comunicação da Presidência. 

O texto do tweet dá asas a teorias conspiratórias afirmando que em 2020 “muitas dificuldades foram criadas e impostas”, sem especificar quem criou e impôs as dificuldades. Trata-se de estratégia clássica de guerra cultural. Sem nomear autores da ação, por não poder fazê-los, pois as ações não existem, a extrema-direita mantém seus inimigos na berlinda: seriam “os chineses”, “os esquerdistas”, “os abortistas” etc etc.




Veja o tweet:

Saiba mais sobre a escolha de Bolsonaro como personalidade da corrupção: 

O Projeto de Relatório sobre Crime Organizado e Corrupção (OCCRP, na sigla em inglês) elegeu Jair Bolsonaro “Personalidade do Ano em Crime Organizado e Corrupção”. A eleição foi por ter se "cercado de figuras corruptas, usado propaganda para promover sua agenda populista, minado o sistema de Justiça e travado uma guerra destrutiva contra a região da Amazônia, o que enriqueceu alguns dos piores proprietários de terras do país".

Bolsonaro venceu outros dois líderes: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Turquia, Recep Erdogan. O oligarca ucraniano Ihor Kolomoisky completou a lista de finalistas.

A organização lembrou das acusações de envolvimento do clã Bolsonaro com o crime de “rachadinha”, no qual o parlamentar é acusado de recolher salários de funcionários fantasmas do gabinete, mas disse que "os juízes o escolheram por causa de sua hipocrisia — ele assumiu o poder com a promessa de lutar contra a corrupção, mas não apenas se cercou de pessoas corruptas, como também acusou injustamente outros de corrupção”.

Drew Sullivan, editor do OCCRP e um dos nove jurados, afirmou que acusações pairam sobre demais integrantes da família presidencial. São citados o vereador Carlos Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, ambos do Republicanos.

“A família de Bolsonaro e seu círculo íntimo parecem estar envolvidos em uma conspiração criminosa em andamento e têm sido regularmente acusados ​​de roubar do povo.” disse Sullivan.

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