O escritor e jornalista José Eduardo Agualusa, que acaba de publicar o romance ‘Os Vivos e Os Outros’, avaliou na TV 247 que Jair Bolsonaro conquistou e manteve os 30% de popularidade depois que Edir Macedo, líder da Igreja Universal, declarou apoio ao seu governo.
Brasil 247, 31/07/2020, 17:06 h Atualizado em 31/07/2020, 17:57
Escritor e jornalista José Eduardo Agualusa (Foto: Divulgação)
Por Stefani Costa - O escritor e jornalista José Eduardo Agualusa, em entrevista à TV 247, afirmou que “é preciso distinguir entre o que são projetos de fé e o que são projetos de burla” ao ser questionado sobre as recentes denúncias de corrupção, evasão de divisas e racismo por parte de pastores angolanos ligados à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), liderada pelo bispo evangélico Edir Macedo.
“Claramente a IURD e outros grupos que se afirmam como religiosos são, na realidade, grupos de bandidos, de charlatões que usam a fé como pretexto para roubar as pessoas. É disso que se trata, roubo”.
O escritor destacou ainda que o Estado angolano tem despertado para essas ações perpetuadas por instituições religiosas ligadas ao Brasil. Segundo Agualusa, uma das exigências é a de que pastores apresentem um documento provando uma conclusão de licenciatura em Teologia. “Se você faz milagres, prove”.
O jornalista vê o atual governo brasileiro com preocupação, uma vez que Jair Bolsonaro, além do apoio de igrejas neopentecostais, também tem alicerce direto com as milícias. “É claramente um caso de alguém que foi catapultado para o poder por um grupo, por vários grupos, associados com o puro banditismo.”
Agualusa acaba de publicar o romance ‘Os Vivos e Os Outros’, com previsão de lançamento no Brasil em outubro. Na entrevista, ele também fala sobre o livro e sobre literatura.
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