Algumas das favelas na cidade de São Paulo: no topo, Paraisópolis e São Remo; embaixo, Jaguaré e no bairro da Penha. Fotos: Jorge Maruta/Jornal da USP
100 mil mortes: há muito mais culpados
Editorial da Folha de S. Paulo de hoje defende que o “maior responsável pela tragédia se chama Jair Bolsonaro”.
E, de fato, a postura do presidente, negando, desde o princípio, a gravidade do problema, incentivando as pessoas a abandonarem o isolamento social, com base no argumento de que a economia não pode parar, contribuiu, decisivamente, para que, no Brasil, o novo coronavírus vitimasse, proporcionalmente, mais pessoas do que em qualquer outro país do mundo.
E o número de mortes, seguramente, é bem maior que esse oficialmente admitido.
Mas há muito mais culpados que devem integrar esse rol, a começar, exatamente, pelos veículos da grande mídia, assim como por políticos, governantes e profissionais da área jurídica, que estimularam o aumento da precarização das relações de trabalho fixada na “reforma” trabalhista, a qual impulsionou a ampliação da terceirização, o trabalho intermitente, a fragilização dos sindicatos e a negação do acesso à justiça, dentre outras formas de redução de direitos, e que, por consequência disso, nos legou a realidade de mais de 40 milhões de trabalhadores na informalidade, conforme se constatou no número dos que se inscreveram para receber a primeira parcela do benefício emergencial em abril deste ano.
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