segunda-feira, 10 de agosto de 2020

General Santos Cruz faz duro questionamento a Bolsonaro e evidencia racha militar

Em tweet sobre o Dia dos Pais, general Santos Cruz evidenciou racha na cúpula militar, ao fazer ataque direto a Jair Bolsonaro, avaliando o cenário brasileiro depois dos 100 mil mortos: “A dor maior é saber que parte dessas perdas poderia ter sido evitada se houvesse liderança para a união de todos pela vida dos brasileiros”

10 de agosto de 2020, 08:17 h Atualizado em 10 de agosto de 2020, 08:22
Santos Cruz e Bolsonaro (Foto: ABr)

O general Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, fez o mais duro ataque de um militar a Jair Bolsonaro num tweet a pretexto do Dia dos Pais, neste domingo (9). Foi a mais dura crítica de um militar a Jair Bolsonaro, com foco no combate ao novo coronavírus. 

“Triste dia dos pais . O Brasil chora mais de 100.000 mortos. Quantos órfãos, quantas famílias mutiladas? A dor maior é saber que parte dessas perdas poderia ter sido evitada se houvesse liderança para a união de todos pela vida dos brasileiros. Até quando?”, lamentou o ex-ministro de Bolsonaro, ressaltando a incapacidade do governo no combate ao vírus. 

A postagem do militar evidencia o racha na cúpula militar. Cruz indica haver um setor que rechaça as ações descabidas do governo, em contraponto aos militares que não apenas participam da gestão federal, mas também são personagens de movimentações golpistas. 

Segundo a revelação feita pela revista Piauí, no dia 22 de maio, Bolsonaro teria comunicado a ministros militares que iria enviar tropas para fechar o STF, depois que o ministro Celso de Mello pediu um parecer à PGR sobre a apreensão de seu celular e do filho Carlos Bolsonaro

A reportagem destaca, ainda, que a ideia de intervir no STF foi feita durante uma reunião com os ministros militares Walter Braga Neto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). 

A decisão teria sido bem recebida por Luiz Ramos, mas Braga Netto e o general Heleno teriam argumentado o contrário. “Não é momento para isso”, teria dito o ministro do GSI.

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