Executivo renunciou ao cargo de presidente do Banco do Brasil. Nova diretoria tem outro ex-BB e quatro diretores interinos.
Novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine Foto de aquivo/Nacho Doce/Reuters)
A Petrobras confirmou na tarde desta sexta-feira (6) que o Conselho de Administração da companhia aprovou "por maioria" a eleição de Aldemir Bendine – até então presidente do Banco do Brasil – para a presidência da Petrobras. Ele substitui Graça Foster, cuja renúncia foi comunicada na quarta-feira. A troca acontece em meio às investigações de desvio de dinheiro da estatal naOperação Lava Jato.
Nesta manhã, a escolha do nome de Bendine já havia sido antecipado pelo Blog da Cristiana Lôbo.
Graça Foster também deixa o Conselho de Administração da companhia, sendo substituída por Bendine, que renunciou ao seu cargo no Banco do Brasil, segundo comunicado divulgado pelo banco.
Também foi anunciado Ivan de Souza Monteiro como novo diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, em substituição a Almir Guilherme Barbassa. Monteiro era vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, cargo ao qual também renunciou nesta sexta.
Reações
O mercado reagiu mal desde que começaram os rumores da escolha de Bendine para a presidência da Petrobras. Segundo analistas, a frustração se deve ao fato dos investidores esperarem alguém com perfil menos político.
Tanto as ações da Petrobras como as do Banco do Brasil registraram queda logo após a confirmação do nome de Bendine.
No Congresso, a escolha foi criticada pelos parlamentares da oposição, que disseram esperar um nome de "mais credibilidade" para assumir a Petrobras. A base governista defendeu a escolha da presidente Dilma Rousseff, apesar de reconhecer que o nome de Bendine não agradou os investidores.
Até dentro da própria empresa houve críticas. Em nota, o representante dos acionistas minoritários no Conselho da Petrobras, Mauro Cunha, disse que a escolha de Bendine desrespeitou o Conselho, e indica que votou contra o novo presidente.
“O acionista controlador mais uma vez impõe sua vontade sobre os interesses da Petrobras, ignorando os apelos de investidores de longo prazo. Como diz o Fato Relevante [comunicado enviado pela empresa ao mercado], a decisão foi por maioria, e não por unanimidade – de onde se pode concluir a posição deste conselheiro”.
Diretores interinos
Outros quatro diretores da Petrobras que renunciaram junto com Graça Foster serão substituídos interinamente por Solange da Silva Guedes (Exploração e Produção), Jorge Celestino Ramos (abastecimento), Hugo Repsold Júnior (Gás e Energia) e Roberto Moro (Engenharia). Eles já eram gerentes-executivos da estatal e serão elevados temporariamente a cargos de diretoria.
No comunicado ao mercado, a Petrobras agradeceu ainda a Graça Foster e aos cinco diretores demissionários "pela competência técnica, o profissionalismo e a dedicação" no exercício dos cargos.
NOVA COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA PETROBRAS
Presidente: Guido Mantega
Representantes indicados pelo governo
Luciano Coutinho
Francisco Roberto de Albuquerque
Sérgio Franklin Quintella
Miriam Aparecida Belchior
Márcio Pereira Zimmermann
Representante dos acionistas preferencialistas
José Guimarães Monforte
Representante dos acionistas minoritários
Mauro Gentile Rodrigues da Cunha
Representante dos empregados da empresa
Sílvio Sinedino Pinheiro
Com a troca de Graça Foster por Bendini, o Conselho de Administração da Petrobras passa a ter a seguinte formação: Guido Mantega (presidente do conselho), Aldemir Bendini, Luciano Coutinho, Francisco Roberto de Albuquerque, Márcio Zimmermann, Sérgio Franklin Quintella, Miriam Belchior, José Guimarães Monforte, Mauro Gentile Rodrigues da Cunha e Sílvio Sinedino Pinheiro.
Fora de horário
O comunicado da Petrobras sobre a troca de comando foi divulgado às 15h22. O horário é pouco usual, uma vez que esse tipo de divulgação, em geral, deve acontecer com o mercado fechado, conforme determina o manual da Bovespa.
"Sempre que possível, a divulgação de Ato ou Fato Relevante deverá ocorrer antes do início ou após o encerramento dos negócios nas Bolsas de Valores", diz o manual.
Perfil
Aldemir Bendine está na presidência do Banco do Brasil desde abril de 2009. O executivo tem ligações com o Partido dos Trabalhadores (PT), mas não é filiado.
Segundo o jornal "O Globo", Bendine havia sido convidado em novembro de 2014 para assumir a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no lugar de Luciano Coutinho.
Formado em Administração de Empresas, foi gerente em Piracicaba (SP), assessor na Superintendência II de São Paulo, gerente-executivo da Diretoria de Varejo do BB (Soluções do mercado de cartões para o segmento corporativo), e secretário-executivo do Conselho Diretor do BB, chegando a vice-presidente do setor de Varejo do banco em dezembro de 2006.
Fonte: G1, 06/02/14
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