- Tu é o Juiz?
Sim, respondi.
- Parece não, retrucou a criança.
Este breve diálogo aconteceu entre o autor desta obra e a filha de uma servidora do poder judiciário durante a confraternização de final de ano.
O que busca o autor com este pequeno texto é discutir exatamente isto, ou seja, que Juiz não é Deus e que seu papel fundamental é garantir direitos, em busca da construção de uma sociedade livre, justa e solidária, fundada nos princípios da cidadania e dignidade da pessoa humana, assim estabelecido na CF de 1988.
Neste sentido, impõe a Constituição que cabe ao juiz desenvolver um sentimento profundo de alteridade e sentir-se no lugar de todos que lhe procuram com fome e sede de justiça. Encarnar-se e sentir-se na pele do mendigo que bate à sua porta pedindo água ou pão; da mãe do jovem preso acusado de ser traficante de drogas; da mãe aflita pelos alimentos devidos pelo pai de seu filho; do sem-teto ou sem-terra em vias de ser despejado; do jovem sonhador, protestando nas ruas por um mundo melhor; do consumidor lesado e extorquido pelos juros exorbitantes cobrados pelo sistema financeiro em contratos de adesão; do dependente químico em busca de apoio e um ombro amigo, dignidade e cidadania; dos doentes mentais que querem ser sujeitos de direitos e que os normais compreendam sua loucura...
Afinal, decidir rima com garantir os direitos conquistados na luta histórica da humanidade pela liberdade, pão, terra e direito de ser feliz.
Boa leitura!
Fonte: Blog do Gerivaldo Neiva, 27/02/15
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