sábado, 2 de novembro de 2013

De olho em 2014, Dilma cobra conclusão de obras de 15 dos 39 ministros

GABRIELA GUERREIRO/JÚLIA BORBA/DE BRASÍLIA
 
De olho nas eleições de 2014, a presidente Dilma Rousseff cobrou neste sábado (2), de 15 dos seus 39 ministros, a conclusão de obras consideradas vitrines para o governo federal na campanha à reeleição da petista. Dilma pediu que as obras sejam aceleradas para que, até o final do ano, parte delas seja entregue à população.

A presidente se reuniu com os ministros por sete horas no Dia de Finados, no Palácio da Alvorada, para discutir o cronograma de obras nas áreas de saúde, educação e infraestrutura. O encontro foi o primeiro de uma série que a presidente quer fazer com seus ministros --deve haver uma reunião da área econômica e outra de segurança e gestão de governo.

Na reunião deste sábado, Dilma destacou positivamente o programa Mais Médicos e reclamou dos atrasos nas obras de transposição das águas do rio São Francisco, tema explorado pela oposição.

Ao negar que o objetivo do encontro tenha sido alavancar a campanha eleitoral da petista, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) disse que a presidente fez "compromissos" à população e agora "chegou a hora" de o governo implementá-los.

"Isso tem a ver com resultado de governo. Um governo é eleito, organiza os seus programas, faz compromissos com a população e tem que prestar contas. Estamos no momento de prestação de contas e de entregas", afirmou. "São várias entregas que a presidente cobrou dos ministros para que agilizassem inclusive alguns resultados e que nós pudéssemos prestar contas à população", completou a ministra.

Questionado se havia levado broncas da presidente, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), respondeu: "Levamos algumas broncas, algumas poucas broncas"

Dilma pediu que cada ministro fizesse um balanço das obras vinculadas à sua pasta e disse que vai repetir o encontro com aqueles que não estiveram presentes neste sábado --para discutir outros setores, como agricultura e esportes, às vésperas da Copa de 2014.

"São [cobranças] naturais do processo de monitoramento que temos feito sempre. Vamos ter uma segunda fase de reuniões porque temos ministérios que não participaram desse processo ainda. Temos outras áreas que serão analisadas ainda, agricultura, esportes, grandes eventos. A presidente vai marcar outras reuniões", afirmou Gleisi.

CAMPANHA 
A estratégia do Palácio do Planalto é acelerar as obras para que Dilma tenha o que mostrar na sua campanha à reeleição. Nos últimos meses, a questão eleitoral ganhou força com a união da ex-senadora Marina Silva com o governador Eduardo Campos (PSB-PE), antigos aliados da petista que devem se lançar na corrida ao Palácio do Planalto.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável adversário da presidente, também começou a fazer viagens pelo país, com acusações de paralisia do governo em diversos setores --especialmente na área de infraestrutura.

O ministro Paulo Bernardo disse que a reunião, em pleno feriado, não foi emergencial ---mas de cobrança para que as ações do governo sejam agilizadas. "Ela só quer que as coisas aconteçam, está preocupada, perguntou especificamente de alguns programas, como o Mais Médicos, se os médicos estão chegando, vão ser alocados nos lugares onde precisa e a população vai ser atendida. Foi nessa linha", disse Bernardo.

Entre as obras que Dilma pretende inaugurar, Gleisi citou unidades básicas de saúde, aumento de profissionais do programa Mais Médicos, casas do Minha Casa, Minha Vida, além do Pronatec --programa de capacitação profissional do governo federal.

Segundo Gleisi, as datas de inaugurações serão definidas de acordo com as agendas de Dilma e dos ministros ligados à obra. "As agendas vão ser organizadas de acordo com as entregas não só delas, mas dos ministros, como são normalmente no governo."
Fonte: Foçha de S Paulo, 02/11/13

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