Ele se tornou procedimento de rotina nos consultórios de cirurgia plástica do País.
Desde que se popularizou definitivamente, o silicone alçou status de sonho de consumo, despertou críticas severas até transformar a cirurgia plástica em evento quase cotidiano. Do incrível par de seios que explodiu até a mulher que colocou avantajados mililitros de prótese nos lábios, o que não faltam são histórias de credibilidade para lá de duvidosas Por isso, especialistas esclarecem o que é verdade e o que é mentira no mundo do silicone.
À medida que seios, nádegas e panturrilhas foram crescendo, também choveram pesquisas confirmando o que hoje os médicos já não temem afirmar: se utilizado de forma correta, com critérios médicos, o silicone não oferece qualquer risco ao organismo. Os cirurgiões plásticos afirmam que o silicone é uma substância absolutamente segura. Uma prova disso é que todas as agulhas de seringas descartáveis são lubrificadas com ele. Existem pacientes que recebem injeções diariamente e não há notícia de nenhum tipo de complicação por conta disso. Para pessoas saudáveis, depois da fase da puberdade, as contraindicações são pouquíssimas. Somente quem tem algumas doenças imunológicas não deve receber a prótese, mas apenas por questões cirúrgicas. Nem mesmo uma eventual gravidez pós-cirurgia pode complicar o caso. Para amamentar, não há nenhum problema porque o silicone é colocado abaixo da glândula mamária, não interfere em nada. Apenas o crescimento da mama durante a gestação pode ocasionar uma alteração na forma do seio que, na maior parte das vezes, é reversível.
Prazo de validade
Especialistas esclarecem que as próteses novas, de gel coesivo, não têm necessidade de serem trocadas. O que acontece é que uma mulher que colocou uma prótese com 25 anos, quando chega aos 40, o corpo dela mudou, ela já teve filhos, engordou e emagreceu. Então, muitas mulheres nesta faixa etária colocam uma prótese maior, mas somente para efeito estético e não porque existe prazo de validade. O que se recomenda apenas é que, depois de dez anos após o implante, se faça uma revisão da prótese.
É possível indicar o tamanho da prótese que deseja colocar, mas a decisão final é do médico. Tudo porque, o tamanho da prótese deve ser proporcional ao corpo da mulher. Uma prótese de seios grande, por exemplo, de 500 ml, pode se aplicada em qualquer pessoa. A questão é avaliar se isso é compatível com o biótipo da pessoa, sob o risco de ter um resultado artificial.
Mito
O perigo de se ver como um balão de aniversário pronto para estourar também é outra lenda. Especialistas dizem que muito se ouve falar sobre a prótese de silicone no glúteo, as pessoas acham que se sentar, vai estourar a prótese. Isso realmente não tem fundamento, até porque o silicone não é colocado exatamente na área que fica apoiada no assento. O mesmo botado também corre sobre o silicone na mama. Muitas mulheres acreditam que se levarem uma batida forte nos seios o silicone vai estourar. Isso pode acontecer, sim, mas não vai estourar somente a prótese, mas também as costelas, músculos... Isso só vai ocorrer se a pessoa for vítima de um grande acidente, que vai afetar também outras regiões do corpo.
Silicone nos seios é disparado a preferência das mulheres, mas as próteses nas nádegas e panturrilhas também são procuradas nos consultórios de cirurgia plástica. Ambas também são seguras. Não se usa silicone no rosto, por exemplo. Nas áreas malar, queixo e eventualmente no pavilhão auricular, o que podem ser utilizados são os outros tipos de enxerto sólidos. E o uso de próteses não se restringe apenas à cirurgia plástica. Um urologista, por exemplo, pode usá-las em homens que retiram os testículos, em função de doenças. Quem, eventualmente, se arrepender da cirurgia, também pode se submeter à retirada da prótese, sem qualquer problema. Como em toda cirurgia, o mais importante é estudar e avaliar cada caso, para saber se o procedimento será seguro.
Autoestima
A bacharel em Direito Caroline Brabo, 22 anos, driblou o medo e entrou na lista das siliconadas há um ano e meio, após tirar todas suas dúvidas com cirurgião plástico renomado. "Pesquisei vários médicos e para evitar dor de cabeça mais tarde optei pelo mais caro e pelo que me transmitiu mais confiança", conta ela, que pagou a bagatela de R$ 8 mil pelos novos seios.
Depois de colocar 280 ml de prótese, Caroline viu o sutiã tamanho 40 saltar para o número 44. A jovem conta que a cirurgia foi tão bem sucedida que ela nem precisou se submeter a sessões de drenagem linfática evitar inchaços na região. O procedimento durou três horas e a prótese escolhida por ela foi europeia (euro silicone). Para que o resultado fosse ainda mais satisfatório, Caroline deixou a curtição da vida social de lado e seguiu à risca o repouso absoluto. Ficou dois meses sem dirigir, não escovava os dentes, atendia ao telefone, comia ou tomava banho sozinha no período de recuperação. O resultado de todo esse esforço: "Sem dúvida foi recompensado. Minha autoestima aumentou. Hoje, posso usar uma blusa sem sutiã tranquilamente e muitos não acreditam que tenho silicone, porque ficou supernatural", afirma Caroline, frisando que sua sensibilidade na região mamária não diminuiu por conta da prótese.
Fonte: O Liberal, 19/06/11
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