FÁBIO GUIBU/DE RECIFE
A
crise interna que coloca em risco a hegemonia de 12 anos do PT na
Prefeitura de Recife poderá levar seu principal aliado, o PSB, a lançar
candidato próprio a prefeito na capital pernambucana.
Por
determinação do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB,
Eduardo Campos, quatro secretários de Estado foram exonerados ontem de
seus cargos e nomeados pré-candidatos do partido em Recife.
Sileno Guedes, Danilo Cabral, Geraldo Julio e Tadeu Alencar acompanharão
as articulações internas do PT, mas também se movimentarão de forma
independente.
Os socialistas, que ocupam a vice-prefeitura da capital, querem estar preparados para a possibilidade de o candidato imposto pelo PT, o senador Humberto Costa, não conseguir unir a base aliada, formada por 15 partidos.
A Folha apurou que Campos já avisou o ex-presidente Lula da possibilidade de romper a aliança em Recife.
O governador disse que aguardaria as tentativas de pacificação no PT, mas que seu limite seria o risco de uma derrota eleitoral, possibilidade que passou a enxergar com a resistência do prefeito João da Costa (PT) em aceitar a candidatura do senador.
O prefeito afirma que não se submeterá "a um ato de força" da Executiva Nacional do PT. Ele deve recorrer ao Diretório Nacional e não descarta procurar a Justiça para viabilizar a sua candidatura.
João da Costa venceu a prévia contra o deputado Maurício Rands, mas o PT anulou o resultado e marcou outra consulta. Antes da votação, o PT pediu que os dois retirassem suas pré-candidaturas em favor do senador. Rands aceitou; o prefeito, não.
Humberto Costa evita falar da polêmica e adota um tom conciliador em seus discursos. Ele disse que vai procurar o prefeito "quando a poeira baixar" e que pretende conversar com Campos sobre a manutenção da aliança.
Dos quatro pré-candidatos do PSB, os mais cotados para disputar a eleição são Sileno Guedes e Danilo Cabral.
Os dois já foram vereadores e têm perfis diferentes. Guedes é amigo antigo do governador e coordenava ações de mobilização popular. Cabral, que já ocupou a pasta da Educação, era secretário de Cidades e gerenciava obras, inclusive em Recife.
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