Lula, ao lado do prefeito Eduardo Paes, em uma inauguração no Rio de Janeiro
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as nações
mais ricas em relação ao combate à crise econômica e cobrou a inclusão
do Brasil nos processos decisórios. Durante ato na noite passada, ao
lado do prefeito Eduardo Paes e do governador Sérgio Cabral, ele
lamentou que a última conversa entre os líderes do G8, grupo das antigas
nações de maior economia mundial, tenha se dado sem a participação
brasileira.
– Mesmo quando a gente conquista o direito de participar do baile,
eles não nos convidam. Não é fácil ser da América do Sul, como não é
fácil ser da periferia de alguma cidade – disse.
Lula acrescentou que é preciso lembrar o presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama, que o Brasil está entre as sete maiores
economias do mundo, à frente de nações “falidas” como França e Itália.
– Nem a China tem a segurança de crescimento que o Brasil tem até 2020 – afirmou.
O discurso foi realizado durante a inauguração do primeiro corredor
exclusivo para ônibus no Rio de Janeiro, uma das obras voltadas à
melhoria da mobilidade urbana com vistas à Copa de 2014 e à Olimpíada de
2016. Lula aproveitou ainda para elogiar a nova geração de políticos
que, segundo ele, tem mais preocupação com as camadas pobres da
sociedade, e lembrou os ganhos para a população da boa relação entre os
governos federal, estadual e municipal.
– Acabou o tempo em que os governantes só gostavam de governar na rua
dos ricos, no bairro dos ricos. Tem gente que acha que pobre só gosta
de pé de frango. Não. A gente gosta de peito de frango também –
discursou.
Nos momento em que arrancou mais aplausos da plateia, Lula falou sobre governar para os mais pobres.
– Eu sempre digo para a Dilma que cuidar dos pobres é a coisa mais
barata que existe. Se pobre pudesse ser vendido como ação em época de
eleição, seria a ação mais valorizada na bolsa de valores. Uma vez o
Joãosinho Trinta foi criticado porque a Beija-Flor tinha muito luxo. Ele
disse: ‘pobre gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual’. Ele
estava certíssimo. A gente não gosta de comprar coisa de segunda, a
gente não gosta de pisar na lama, a gente quer morar bem – concluiu
Lula.
Fonte: Jornal Correio do Brasil, 07/06/12
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