Rousseau, autor da obra " O contrato social", com propriedade diz que nos tempos idos o estado de beligerância era tão grande que os homens resolveram pactuar para que pudéssemos alcançar a civilidade. Passamos a viver sob o tacão do Estado, criando e obedecendo regras, estabelecendo relações sociais, a socialização e a sociabilidade.
Passados muitos séculos, ficamos perplexos, diante de notícias que falam de chacinas nos Estados Unidos, no Brasil e em outros países ditos civilizados; do crescimento do crime e consequentemente da violência contra o ser humano perpetrada pelo próprio ser humano.
Fiquei estarrecido ao saber da morte premeditada do pequeno Bernardo, de 11 anos, na cidade de Três Passos, no Rio Grande do Sul e o pior, com indícios de participação do pai da criança indefesa.
Hoje, ao assistir o "Bom Dia Brasil", da Globo, atentei para o fato de que o mundo do crime domina a tecnologia a ponto de assaltar e roubar celulares, os mais caros, preferencialmente e até desbloqueá-los e vendê-los nos pontos mais movimentados do Rio de Janeiro, a luz do dia; também, me causou tristeza, em saber que em três meses e meio, de 2014, foram incendiados 326 ônibus urbanos, tão necessários para garantir o ir e vir daqueles que precisam desse tipo de transporte. Se continuar nessa mesma escalada, no final do ano, a tendência é que tenhamos cerca 1.133 ônibus queimados.
No caso dos ônibus incendiados, é possível dizer, que uma boa parte se dá pela ação de criminosos recorrentes, mas a maior parte se dá ação pela de pessoas descontentes com a forma que a polícia reprime o crime no dia-a-dia. Queimar, destruir ônibus resolve o que? Quem paga essa conta? As estratégias daqueles que se acham violentados nos seus direitos não deveriam ser outras?
A cada dia que passa, observo que a sensatez, o equilíbrio emocional, o senso de justiça, a postura, a moralidade, está escasseando tal ponto que de muito em breve o contrato social simplesmente será rasgado em praça pública e o estado natural voltará e a força prevalecerá.
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