quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Tapajós e Carajás serão estados viáveis


É que afirma o economista responsável pelo estudo de viabilidade sócio-econômica

O economista Célio Costa — autor dos estudos que sustentaram, há 23 anos, a criação do Estado de Tocantins — é também o responsável pela análise da viabilidade sócio-econômica do estado de Carajás. Segundo ele, o novo estado receberia, até 2014, um aporte de recursos em investimentos de R$ 32,8 bilhões, que poderia alavancar a indústria siderúrgica e o extrativismo mineral. Somente um dos grandes projetos nessa área, a Aços Laminados do Pará (Alpa), da Vale, tem investimentos previstos de R$ 5,8 bilhões, e vai gerar 5.300 empregos direitos e outros 16 mil empregos indiretos. Os investimentos previstos até 2014 garantiriam a abertura de novos 63.364 postos de trabalho em todo o Carajás.

Ainda de acordo com Célio Costa, as estatísticas do IBGE de 2008 mostram que Carajás, com um Produto Interno Bruto (PIB) acumulado de R$ 19,6 bilhões, é superior em riquezas a, pelo menos, oito estados brasileiros com economias já consolidadas: Sergipe (R$ 19,5 bilhões) Alagoas (R$ 19,4 bilhões), Rondônia (R$17, 8 bilhões), Piauí (R$ 16.7 bilhões), Tocantins (R$ 13 bilhões), Amapá (R$ 6,7 bilhões), Acre (R$ 6,7 bilhões) e Roraima (R$ 4,8 bilhões). A renda per capita é de R$ 13.605, o que colocaria Carajás na 13ª posição no ranking das unidades federativas.

Se o desmembramento do Pará for mesmo aprovado, o novo Pará ficaria com uma superfície semelhante à do estado de São Paulo, com 80 municípios. Herdaria a parte mais organizada e consolidada da economia — representada, em 2008, por 55% do PIB — e concentraria 80% das indústrias do estado. Continuaria a ser o maior produtor de pescado do Brasil e a contar com grandes reservas minerais de bauxita, e de petróleo e gás no litoral.

Carajás, com população comparável à de Tocantins, teria um PIB de R$ 13,8 bilhões. O estudo do economista Célio Costa prevê a elevação dos gastos públicos estaduais no novo estado em cerca de 50%, comprometendo 23% do produto interno estadual.

Tapajós, por sua vez, teria população comparável à do estado de Rondônia, com cerca de R$ 70 milhões nos cofres públicos para investir em 25 municípios. Dados do IBGE revelam que a região teria um Produto Interno Bruto de R$ 5,17 bilhões, maior do que o PIB dos estados de Amapá, Acre e Roraima.


Fonte: Jornal do Brasil, 20/08/11

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