E ainda quer ser governador do Pará
Jorge Araujo/Folhapress
O ministro Helder Barbalho e pretenso candidato ao Governo do Pará
11/04/2017
O ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Edson Fachin deferiu abertura de inquérito contra Helder Barbalho (PMDB), ministro da Integração Nacional.
O senador Paulo Roberto Galvão da Rocha (PT-PA) também é citado no mesmo inquérito.
Eles são acusados de receber R$ 1,5 milhão da Odebrecht em 2014 durante a campanha disputada por Barbalho ao governo do Pará. A informação foi publicada nesta terça-feira (11) pelo jornal "O Estado de São Paulo".
No sistema da empreiteira, Barbalho era identificado como "Cavanhaque". O atual ministro de Michel Temer (PMDB) perdeu a eleição para Simão Jatene (PSDB).
A acusação também atinge o prefeito de Marabá, João Salame.
Segundo delação dos executivos da Odebrecht Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira, Barbalho, Rocha e Salame receberam os pagamentos da empreiteira em três parcelas.
Em troca, os recursos funcionariam como contrapartida a interesses do grupo Odebrecht no Pará. "Notadamente em área de saneamento básico, espaço em que a empresa almejava atuar como concessionária", diz despacho do ministro Fachin.
Os executivos sustentaram ainda que as doações foram implementadas por meio do Setor de Operações Estruturadas do grupo Odebrecht.
O despacho mostra que a PGR sustenta a ocorrência de indícios quanto à prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
GOIÁS
Já o ex-senador Luís Alberto Maguito Vilela (PMDB) e o deputado federal Daniel Elias Cavalho Vilela (PMDB), respectivamente pai e filho, teriam recebidos R$ 1,5 milhão da Odebrecht.
De acordo com os delatores Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Alexandre José Lopes Barradas, R$ 500 mil foram repassados em 2012, destinados à campanha de Luís Vilela à prefeitura de Aparecida de Goiânia.
Em contrapartida, a Odebrecht seria favorecida em contratos de saneamento básico na cidade.
Em 2014, Luís Vilela teria pedido repasses para a campanha de seu filho para Câmara dos Deputados, que recebeu R$ 1 milhão da empreiteira.
O ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato, autorizou a instauração de inquérito contra os deputados.
OUTRO LADO
"O ministro Helder Barbalho (Integração Nacional) vem a público prestar os seguintes esclarecimentos: 1) Helder Barbalho nega que tenha cometido ilegalidades; 2) Helder Barbalho reafirma que todos os recursos que recebeu como doações para sua campanha em 2014 foram devidamente registradas junto ao TRE-PA, que aprovou todas as suas contas; 3) Helder Barbalho esclarece que não tinha e não tem qualquer ingerência sobre a área de saneamento no município de Marabá; 4) Helder Barbalho destaca sua estranheza com o codinome Cavanhaque. Em toda sua trajetória política, Helder Barbalho nunca usou cavanhaque", afirmou a assessoria do ministro em nota.
"As campanhas de Maguito Vilela, em 2012, e de Daniel Vilela, em 2014, foram feitas inteiramente com recursos contabilizados conforme determina o (TSE) Tribunal Superior Eleitoral e aprovadas pela referida Corte. As prestações de contas estão disponíveis no site do TSE. Maguito e Daniel afirmam que nunca estiveram, nunca falaram e sequer conhecem os delatores. Ambos refutam qualquer acusação. Informam ainda que não foram notificados das investigações do Supremo Tribunal Federal e que estão tranquilos e convictos de que a ação será arquivada porque não tem qualquer lastro na realidade", afirmaram em nota conjunta as assessorias do ex-senador Luís Vilela e do deputado Daniel Vilela.
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