Pedidos negados A corregedora do CNJ, ministra Nancy Andrighi, negou nesta segunda dois pedidos liminares contra Sergio Moro. Um queria seu afastamento da função de juiz e, outro, a proibição das divulgações de delações e escutas feitas pela Lava jato. Trata-se de um banho de água fria no desejo do PT e do governo de tirar o quanto antes das mãos de Moro o poder de pedir a prisão de Lula. O CNJ ainda julgará, porém, os seis pedidos para apurar possíveis faltas disciplinares do magistrado.
Muitas batalhas Além de Moro, integrantes do governo ainda brigam com o Ministério Público e, agora, com a Polícia Federal. São muitas batalhas simultâneas para um momento tão difícil.
Sensatez Lula foi orientado a não pisar no Planalto para não “afrontar” o Supremo Tribunal Federal.
Dia quente O TCU está em polvorosa com a votação, nesta quarta (23), de um pedido para prorrogar a concessão da empresa Transbasa, há décadas dona de uma área no porto de Santos sem nunca ter participado de licitação.
Por que ele votou a favor? O relator, ministro Augusto Nardes, aquele que é contra a Dilma, votou pela extensão do contrato por mais dez anos. Há ministros indignados.
O vulnerável Um integrante da Esplanada repara que o primeiro a sofrer com o desembarque do PMDB do governo seria Henrique Eduardo Alves (Turismo). Sem mandato, se cair de vez na Lava Jato, iria direto para as mãos de Moro.
Logo menos Presidentes de partidos da base aliada foram chamados a ficar em Brasília durante a semana. Devem ir ao Planalto antes ainda do feriado.
Crescendo Um deles diz que, se Lula entrar de fato em campo e entregar o que está pendente há um ano, é possível virar um quarto de sua bancada. “Mas tem que pagar adiantado. Ninguém vai votar no crédito”, afirma.
Aproveitando o tempo Enquanto as atenções na Câmara se voltavam para o debate acalorado na comissão do impeachment, Ariosto Holanda (PDT-CE) fazia palavras cruzadas tranquilamente no fundo do plenário.
Não é bem isso O advogado Marcello Lavenère, autor do pedido de impeachment de Fernando Collor, contesta as notícias sobre o apoio da OAB à destituição de Dilma. Sustenta que houve a aprovação à abertura do processo, não à deposição em si.
É isso A OAB nega essa versão. A tendência, inclusive, é que a entidade apresente um pedido novo de impeachment, e não faça um complemento ao atual, o que evitaria um novo prazo para a defesa de Dilma. A escolha coincide com a vontade da oposição.
Que moral ele tem? Eduardo Cunha ganhou o apelido de “Highlander”, em referência ao filme da década de 80 que conta a saga de um guerreiro que nunca morre. “Apesar das denúncias, ele segue de pé dando as cartas do impeachment contra Dilma”, diz um palaciano.
Repaginado De um tucano, sobre Alckmin dizer que concorda “em gênero, número e grau” com a defesa de FHC ao impeachment. “Evolução e tanto para quem defendia que Dilma ficasse até o fim do mandato”.
Guerra digital O governo federal lança nesta terça site com os resultados de suas políticas públicas em 2015. O objetivo é armar o exército petista nas redes para ampliar a disseminação de conteúdo favorável.
Apreensão Com uma possível cassação de Dilma, começará o governo Temer/PSDB, que segundo os bastidores trará mudanças nas regras trabalhistas: prevalência do negociado mesmo que isso seja ilegal, fim da estabilidade no serviço público, fim do aumento do mínimo, entre outras coisas.
O inverso O líder dos Revoltados On Line é expulso aos gritos de fascista da Paulista e os aliados do ex-presidente Lula é que são violentos. Raimundo Bomfim, da CMP, que compõe a Frente Brasil Popular, sobre manifestantes a favor do impeachment terem se recusado a deixar a avenida.
Infidelidade histórica Ninguém nunca tem o PMDB inteiro. Há exatos 20 anos, FHC vivia suas dúvidas sobre a fidelidade do PMDB. O governo pressionava a sigla a barrar a CPI do Bancos. No dia 21 de março de 1996, o tucano escreveu em seu diário que o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) telefonara para dizer que metade do partido votara contra a decisão de aceitar a CPI.
— Isso quer dizer o quê? Que estão rompendo com o governo? — perguntou FHC.
— Não! Todos disseram que estão muito felizes com o governo — respondeu Barbalho.
O então presidente da República registra:
— Enfim, a embromação de sempre!
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