segunda-feira, 21 de junho de 2021

Repúdio ao genocídio e apoio ao 19J rompem a bolha e têm adesão de 80% dos internautas

Há uma mudança de qualidade nas redes sociais no Brasil: a esquerda furou sua bolha e hoje o repúdio ao genocídio e o apoio às manifestações contra Bolsonaro já tem adesão de 80% dos internautas

Brasil 247, 21/06/2021, 09:29 h Atualizado em 21/06/2021, 09:49
(Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução)

247 - O pesquisador Pedro Barciela, especialista em análise de redes e monitoramento voltado para temas político-eleitorais, constatou que o repúdio ao genocídio promovido pelo governo Bolsonaro na pandemia e o apoio ao 19J furou a bolha da esquerda e tem adesão de 80% dos internautas. Ele indica que o antibolsonarismo “cumpre um papel muito próximo ao que um dia foi o antipetismo: ele fomenta a criação de alianças contranaturais e intensivas entre setores que antes eram marcados estritamente por alianças sociopolíticas”.

Veja o cenário das redes montado por Barciela e a seguir sua análise:

A avaliação de Barciela:

A revolta causada pela marca de 500 mil mortos enterrou a narrativa de que se tratam de manifestações “apenas partidárias”. As manifestações contra Bolsonaro e seu governo foram ampla maioria, com mais de 80% dos usuários se manifestando contra o genocídio em curso no Brasil.

É interessante observar como o antibolsonarismo hoje cumpre um papel muito próximo ao que um dia foi o antipetismo: ele fomenta a criação de alianças contranaturais e intensivas entre setores que antes eram marcados estritamente por alianças sociopolíticas.

A ideia de “contranaturais” se aplica a união de atores não politicamente conectados ao redor de temáticas específicas que, por si só, não produzem filiação.

O campo antibolsonarista representou mais de 80% dos usuários divididos em uma série de agrupamentos. O bolsonarismo, por sua vez, segue isolado em um único cluster, formado pelo núcleo do bolsonarismo. No mais, reforço o fato de que a triste marca de 500 mil mortes jogou uma pá de cal na narrativa de que “eram apenas movimentos partidários”, fazendo com que atores que até então não haviam se posicionado voltassem sua atenção para o genocídio em curso no Brasil.

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