domingo, 13 de junho de 2021

Governo Bolsonaro desviou R$ 52 mi de publicidade contra a Covid para divulgar ações do Executivo

Recursos haviam sido alocados pela medida provisória 942, de abril de 2020, o chamado orçamento de guerra

Brasil 247, 13/06/2021, 06:33 h Atualizado em 13/06/2021, 06:42
(Foto: Reuters | Midia Ninja)

O governo Jair Bolsonaro desviou R$ 52 milhões previstos para serem aplicados em campanhas informativas sobre o combate à pandemia da Covid-19 para propagandas de ações do poder Executivo, sem fazer referência a medidas preventivas de enfrentamento à doença. Os recursos haviam sido alocados pela medida provisória 942, de abril de 2020, o chamado orçamento de guerra.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, foram divulgados áudios e informativos em canais de televisão aberta e fechada, além de rádios, internet e mídia exterior tratando da liberação de recursos, repasses a estados e municípios, pagamento de salários em micro e pequenas empresas, Bolsa Família, pagamento do auxílio emergencial, suspensão de pagamento da conta de luz e até saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Todas as medidas são do Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.

"Percebendo o cenário da pandemia de coronavírus e identificando a necessidade de informar a sociedade sobre as ações do governo federal para minimizar os efeitos da crise provocada pelo coronavírus, [a agência] apresentou proposta de campanha publicitária de iniciativa própria", diz um ofício datado do dia 13 de abril do ano passado, assinado pelo então secretário especial de Comunicação Social adjunto, Samy Liberman.

Ainda conforme a reportagem, Liberman destacou no documento que a proposta era conveniente uma vez que “cabe ao governo federal manter a população informada acerca das ações governamentais que estão sendo implementadas em virtude das consequências que a pandemia trouxe à realidade de todos". A Secom, na época, era chefiada por Fábio Wajgarten, que foi ouvido pela CPI da Covid.

Um ofício enviado ao colegiado aponta que as campanhas só foram publicadas no canal do YouTube da Saúde em 30 de abril deste ano, três dias depois da CPI ser instalada.

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