sábado, 5 de junho de 2021

Cláudio Couto: degradação do Exército nunca foi tão grande como agora

O cientista político afirmou à TV 247 que o Exército "está lambendo as botas do presidente da República", e isso ficou provado com a decisão de não punição do ex-ministro e general Eduardo Pazuello por sua participação em ato político com Bolsonaro. 

Brasil 247, 4/06/2021, 10:42 h Atualizado em 4/06/2021, 11:10.
Cláudio Couto, Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro 
(Foto: Reprodução/Youtube | PR)

O cientista político Cláudio Couto analisou, em entrevista à TV 247, a decisão do Exército brasileiro de não punir o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello após o oficial, como militar da ativa, ter participado de ato político ao lado de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro em 23 de maio.

O Exército "está lambendo as botas do presidente da República", avaliou Couto, que disse também que a decisão do Exército abre espaço "para uma atuação partidária das forças de segurança" do país.

"Acho que o Exército nunca chegou, em tempos de democracia pelo menos, em um nível tão grande de degradação. É uma força degradada, e o bolsonarismo ajuda a degradar não só o país, mas em particular as Forças Armadas, que são cúmplices dele em todos os erros e tramóias que o governo Bolsonaro apronta. Estão se curvando, se colocando como serviçais do presidente da República para seu projeto pessoal", afirmou.

O cientista político ainda afirmou que Bolsonaro tem razão em chamar o Exército de "meu Exército", porque é assim que os militares estão se comportando, como vassalos da Presidência. "É um momento muito grave. Talvez seja o momento mais grave das relações entre o governo e os militares no Brasil desde o Riocentro. É uma situação muito perigosa. Quando o presidente da República diz que o Exército é o 'seu Exército', no sentido de uma tropa pessoal, ele parece estar cercado de razão do ponto de vista dos fatos, não do que deveria ser. É evidente que aquele evento que ocorreu no Rio de Janeiro, a 'motocada', foi um evento político, inclusive ele foi propagandeado como sendo um evento político de muito sucesso pelo presidente, pelos filhos do presidente e por aliados".

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