terça-feira, 21 de novembro de 2017

Procurador ironiza novo diretor da PF: quantas malas são necessárias?

Nessa segunda, o novo diretor da PF disse que 'uma única mala' talvez seja insuficiente para comprovar se os investigados cometeram crime de corrupção

Jconline, 21/11/2017, às 10h10
Carlos Fernando faz parte da força-tarefa da Lava Jato no MPF Foto: Agência Brasil JC Online

Membro da força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público, Carlos Fernando dos Santos Lima ironizou, nesta terça-feira (21), as primeiras declarações do novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia. "Uma pergunta: Quantas malas de dinheiro são suficientes para o novo diretor-geral da Polícia Federal", questiona Carlos Fernando em sua conta no Facebook.

Nessa segunda, o novo diretor-geral da PF afirmou que a investigação que levou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a denunciar o presidente Michel Temer poderia ter sido mais longa. Para ele, se a apuração estivesse “sob a égide” da PF, e não da PGR, a corporação pediria mais tempo para avaliar “se havia ou não corrupção”.

Leia Também

Segovia afirmou que "uma única mala" "talvez" seja insuficiente para comprovar se os investigados cometeram crime de corrupção. O diretor da PF se referia à mala com R$ 500 mil em dinheiro – supostamente propina – entregue em abril deste ano pelo executivo Ricardo Saud, do frigorífico JBS, para o então deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-MG). Ex-assessor e homem de confiança de Temer, Rocha Loures foi preso em razão do episódio. A suspeita da PGR na denúncia é de que Temer seria o destinatário final do dinheiro.

PROCURADOR REBATE

O procurador Carlos Fernando já havia afirmado, ontem, que não cabe a Fernando Segovia emitir opinião sobre as denúncias na operação. “Sua opinião pessoal é totalmente desnecessária e sem relevância, ainda mais quando dada em plena coletiva após a posse que lhe foi dada pelo próprio denunciado”, escreveu.

Segovia foi indicado ao comando na PF por Michel Temer, denunciado duas vezes pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Ao jornal Folha de SP, Janot disse que a fala de Segovia sobre a mala mostra desconhecimento da legislação e do trabalho feito pela própria Polícia Federal nesse caso. Ele ainda questionou o motivo das declarações. "A pergunta que não quer calar é: ele se inteirou disso ou ele está falando por ordem de alguém?"

Nenhum comentário: