Após uma vítima de trombose ter ganho uma ação nos EUA contra o fabricante do medicamento, especialistas alertam para os cuidados na hora de escolher o contraceptivo. Existe um tipo indicado para cada perfil de mulher
Em 2011, após ter engessado a perna, Débora teve uma trombose e foi proibida de continuar com o uso do anticoncepcional
Opção adotada por muitas mulheres para evitar a gravidez, a pílula anticoncepcional deve ser usada com cuidado. A história de uma mulher em Chicago que ganhou, em abril, uma ação de R$ 14 milhões contra a fabricante de uma pílula por ter tido trombose cerebral traz à tona os riscos do remédio. Especialistas são unânimes ao dizer que os benefícios do medicamento superam os riscos. Os efeitos colaterais, no entanto, não podem ser ignorados. Quem tem predisposição a alguns problemas de saúde ou possui hábitos como tabagismo precisa ter atenção especial no momento de comprar o contraceptivo. Por isso, passar por uma avaliação médica prévia e manter o acompanhamento se faz ainda mais necessário.
A defesa de Mariola Zapalzki, 37 anos, moradora de Chicago, nos Estados Unidos, ganhou a causa milionária por conseguir provar que o acidente cardiovascular (AVC) sofrido por ela foi causado pelo uso da pílula contraceptiva Yasmin. A mulher teve trombose cerebral em 2007, duas semanas depois de começar a tomar o medicamento, e ficou com sequelas. A presidente da Comissão Nacional Especializada da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Marta Franco Finotti, explica que, na população em geral, existe o risco de efeitos adversos no primeiro ano de uso. Segundo a especialista, a pílula pode influenciar a coagulação sanguínea, favorecendo episódios de trombose. “Mas são muito baixos os riscos se comparados aos benefícios. Se for recomendado o contraceptivo ideal, os benefícios compensam o uso”, diz.
Marta explica que há critérios de elegibilidade a serem seguidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para cada situação, são indicadas as melhores opções de menores riscos. “Existem métodos contraceptivos que são mais seguros na paciente hipertensa, na diabética, e existem contraceptivos para pessoas com antecedentes de AVC, tromboembolismo”, explica. De acordo com a especialista, obesidade, sedentarismo e tabagismo são fatores que aumentam os riscos, assim como os episódios em que a pessoa precisa passar muito tempo parada ou imobilizada, por exemplo, em viagens de avião.
Fonte: Correio Braziliense, 29/06/14
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