"POVOFOBIA"
Enquanto o banqueiro critica o Bolsa Família, dados oficiais mostram que 2 milhões de famílias deixaram o programa em 2025 com a melhora do emprego e da renda
Créditos: Créditos: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados/Luiz Prado/Wikimedia CommonsPor Raony Salvador Revista Forum, 11/11/2025 · 09:06 hs
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) respondeu nesta segunda-feira (10) às declarações do banqueiro André Esteves, fundador e presidente do conselho do BTG Pactual, que afirmou que o Bolsa Família “cresceu demais” e se tornou “desproporcional” em relação à economia brasileira.
Durante evento do Milken Institute, em São Paulo, Esteves defendeu que o programa social precisa de ajustes e comparou seus custos aos de países europeus. Segundo o banqueiro, o Brasil precisa de um ajuste fiscal de 2% do PIB para reduzir os juros e equilibrar as contas públicas. Ele também ironizou a política monetária, dizendo que o Banco Central age como “um agente de inteligência artificial” por seguir modelos matemáticos.
Boulos reagiu nas redes sociais. “André Esteves, do BTG, reclamou que o Bolsa Família cresceu demais. Lucro dos bancos: R$ 114 bilhões (só dos quatro maiores), crescimento de 24% no ano passado. Juros do cartão de crédito: 451% ao ano, o maior do planeta. Esses ele não diz que cresceram demais. A maioria dos bilionários tem povofobia”, escreveu.
Veja também:
Perto do povo
Boulos lança programa 'Governo na Rua' na periferia de São Paulo com foco na participação popular
Com aumento de renda, 2 milhões de famílias deixam o Bolsa Família
Enquanto Esteves critica o tamanho do programa, dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social mostram o contrário: 2 milhões de famílias deixaram o Bolsa Família em 2025, o maior número desde o relançamento do programa no governo Lula. Segundo o ministério, a saída está relacionada ao aumento da renda e à melhora do emprego formal.
Atualmente, o programa atende 18,9 milhões de famílias — o menor número desde 2022. Entre as que saíram, 1,3 milhão deixou de receber o benefício por ultrapassar o limite de renda e outras 726 mil concluíram o período de transição previsto pela regra de proteção.
O governo afirma que a redução do número de beneficiários mostra um avanço sustentável e reforça que o programa é uma política de transição e não de dependência, contrariando o discurso de que o Bolsa Família teria se “expandido demais”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário