Após ordem de prisão preventiva, policiais investigam fuga do deputado para os EUA e possíveis rotas usadas para deixar o Brasil
Brasil 247, 22 de novembro de 2025, 04:04 h
Alexandre Ramagem (Foto: Fellipe Sampaio/STF)Artigo da Redação Brasil 247
A Polícia Federal (PF) estuda pedir a inclusão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Difusão Vermelha da Interpol, mecanismo que transforma o investigado em procurado internacional. A análise ocorre após a ordem de prisão preventiva emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (21/11), segundo informa o Metrópoles.
Segundo o Metrópoles, a decisão do STF já chegou à PF, que apura como Ramagem conseguiu deixar o Brasil mesmo estando submetido a medidas cautelares que proibiam sua saída do país e determinavam a entrega de todos os passaportes, nacionais e estrangeiros. O parlamentar, condenado no âmbito da ação sobre a trama golpista, foi visto recentemente nos Estados Unidos, em um condomínio de luxo em North Miami.
PF investiga como ocorreu a fuga
De acordo com investigadores citados pelo Metrópoles, Ramagem não está no Brasil desde setembro. Antes de sair definitivamente, ele teria passado por Boa Vista (RR), de onde poderia ter seguido para a Venezuela ou para a Guiana Francesa — países que fazem fronteira com a capital roraimense — e, posteriormente, viajado para os Estados Unidos. A PF ainda tenta reconstruir a rota exata percorrida e entender como o deputado contornou as restrições impostas pelo STF.
O acórdão da Primeira Turma do Supremo, que condenou Ramagem e outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já foi publicado. O processo encontra-se na etapa final dos embargos infringentes. Os primeiros embargos de declaração foram rejeitados, e o prazo para a apresentação dos segundos embargos se encerra na segunda-feira (24/11).
Condenação e outras investigações
Ramagem foi condenado a 16 anos e um mês de prisão por participação na trama golpista, em três dos cinco crimes denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Além disso, ele também foi indiciado pela PF no caso conhecido como “Abin Paralela”, em junho deste ano.
Até o momento, o deputado não comentou publicamente sua saída do país. O Metrópoles procurou sua defesa, que divulgou uma nota assinada pelo advogado Paulo Cintra: “Como a decisão do deputado de se ausentar do país só foi comunicada à defesa técnica nesta semana, seu advogado não se manifestará, por ora, sobre o fato e seus desdobramentos”.
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