quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Governador da Califórnia critica duramente Trump na COP30 e promete continuar liderando ação climática

COP30

Em Belém, Gavin Newsom chamou de “burra” a política ambiental do presidente dos Estados Unidos

Brasil 247, 12 de novembro de 2025, 05:11 h
 
Governador da Califórnia, Gavin Newsom, chega à COP30, em Belém (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Conteúdo postado por Redação Brasil 247

Durante a COP30, realizada em Belém, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, assegurou que seu estado continuará sendo um parceiro confiável na luta contra as mudanças climáticas e aproveitou o evento para criticar duramente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por reverter políticas federais de combate ao aquecimento global. A reportagem é da agência Reuters.

Newsom classificou como “burra” (“dumb”) a decisão de Trump de abandonar compromissos climáticos e afirmou que as ações do governo republicano representam uma ameaça à democracia e ao Estado de Direito. “Os Estados Unidos podem ser tão burros quanto quiserem nesse tema, mas a Califórnia não é. Nós vamos nos afirmar, participar e competir nesse espaço”, disse o governador, sob aplausos do público.

Califórnia à frente da transição verde

Vestido de maneira informal devido ao calor amazônico, Newsom destacou que a Califórnia, apesar de ser apenas um dos 50 estados norte-americanos, possui a quarta maior economia do mundo e metas climáticas das mais ambiciosas do planeta. O estado pretende descarbonizar sua economia até 2045 e proibir a venda de novos carros a gasolina até 2035.

“Mas não podemos fazer isso sozinhos. Estamos aqui com a mão estendida, não com o punho fechado”, disse o governador, reforçando a busca por cooperação internacional.

Newsom também lembrou que dois ex-presidentes republicanos oriundos da Califórnia, Ronald Reagan e Richard Nixon, adotaram medidas ambientais relevantes, sugerindo que o compromisso climático deveria ser uma causa nacional e não partidária.
Críticas à política de Trump e alerta sobre a China

O governador afirmou que o presidente Trump está entregando à China a liderança global em energia limpa ao desmantelar políticas ambientais nos Estados Unidos. “Os republicanos estão cedendo o mercado de crescimento mais rápido do mundo. A China vai dominar a próxima grande indústria global”, advertiu.

Newsom lembrou ainda que Trump costuma desdenhar da crise climática, chamando-a falsamente de “farsa”, e que seu governo tem incentivado o uso de combustíveis fósseis, ignorando os alertas científicos e diplomáticos.
Política e eleições nos EUA

Apontado como um dos principais nomes democratas para a eleição presidencial de 2028, Newsom evitou confirmar uma eventual candidatura. “Não me preocupo com 2028. Estou mais preocupado com eleições livres e justas. Penso em 2026, em retomar a Câmara dos Representantes e a presidência da Casa”, declarou.

Ele também criticou oito senadores democratas que apoiaram o fim da paralisação do governo federal, sem, no entanto, comentar se apoia substituições na liderança do Senado.

Newsom observou que o mandato de Trump termina em janeiro de 2029, mas insinuou que o presidente pode tentar permanecer no poder. “Ele é o presidente mais impopular da história dos Estados Unidos. É por isso que está tentando manipular a eleição”, afirmou. “Trump é temporário. É imprudente. É caótico. As pessoas precisam reagir. Precisam enfrentar o valentão.”

Califórnia como referência global

No dia anterior, em São Paulo, o governador havia dito a investidores que o vácuo de liderança dos Estados Unidos na pauta climática é “chocante”. Ele ressaltou que a Califórnia abriga sete vezes mais empregos em energia renovável do que em combustíveis fósseis e lembrou que a Tesla foi fundada no estado.

Ao comentar um possível plano do governo Trump de liberar perfurações em águas federais na costa californiana, Newsom foi enfático: “Isso está morto na chegada.”

A COP30, organizada pelas Nações Unidas, não contou com a presença oficial do governo norte-americano, que tem se mantido distante das negociações climáticas globais. Ainda assim, a Califórnia — e Newsom — buscaram se afirmar como representantes de uma política ambiental progressista e engajada.

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