sábado, 25 de julho de 2020

Estados rejeitam cloroquina doada por Trump e estoque de remédio vai para o Exército

O Brasil não tem o que fazer com os comprimidos de cloroquina que vêm sendo foco da propaganda constante de Jair Bolsonaro

25 de julho de 2020, 05:38 h Atualizado em 25 de julho de 2020, 06:23
(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Comprimidos de hidroxicloroquina doados ao Brasil pelo governo dos Estados Unidos e por um laboratório foram enviados ao laboratório do Exército, depois que os secretários estaduais de Saúde se posicionarem contra o uso do medicamento mediante estudos que demonstram falta de eficácia contra a Covid-19 e registro de efeitos adversos.

A doação norte-americana foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro no final de maio, depois de uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O Brasil pediu ajuda dos EUA para combate à epidemia do novo coronavírus e recebeu a promessa do envio do medicamento, que é defendido por ambos os líderes para tratar a Covid-19, apesar da falta de comprovação de eficácia em diferentes estudos.

No entanto, a maior parte dos governos estaduais não chancela o uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19 e os secretários estaduais rejeitaram uma tentativa do governo federal de repassar aos Estados os custos para fracionar e reembalar os comprimidos, o que provocou um impasse.

O Ministério da Saúde afirmou nesta sexta-feira que os comprimidos doados —dois milhões enviados pelo governo norte-americano e um milhão pelo laboratório Novartis— foram enviados em parte ao laboratório do Exército, que já havia aumentando a produção própria de cloroquina a pedido de Bolsonaro.

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