domingo, 8 de dezembro de 2019

Rio: milicianos instalam "gatos" de energia e faturam alto

Depois da pirataria de TV e do transporte ilegal em vans...

Conversa Afiada, 08/12/2019
(Reprodução/DCM)

Depois das taxas de segurança, sinais piratas de TV por assinatura, transporte ilegal em vans e monopólio no comércio de botijões de gás, as milícias do Rio de Janeiro partiram para uma nova modalidade de lucro: os "gatos" de energia elétrica.

Reportagem de Rafael Galdo no Globo deste domingo 8/XII mostra que, em Belford Roxo, a Light descobriu que paramilitares instalaram uma rede de energia em um condomínio construído irregularmente, cujos imóveis foram colocados à venda por R$ 120 mil.

Segundo o jornal, denúncias de empresas e moradores apontam que milicianos vêm praticando furtos de energia sobretudo na Baixada Fluminense e na Zona Oeste. A concessionária Light calcula que deixa de arrecadar R$ 800 milhões por ano em áreas nas quais a violência a impede de entrar.

"Com milicianos não se consegue acordo. Aquilo ali (os furtos de energia) é lucro certo para eles. Nessas áreas, só se vende uma marca de cerveja ou de gás. É tudo loteado, e o criminoso recebe uma mensalidade por isso. Em comunidades em que a energia não é o negócio dos milicianos, até conseguimos ir. Em outras, não. Em Curicica, por exemplo, nós não entramos ou, quando vamos, eles marcam (com pintura nos postes) onde não podemos mexer", disse ao Globo Dalmer de Souza, diretor comercial da Light.

A violência das milícias e do tráfico ainda afeta a área de concessão da Enel, distribuidora de 66 municípios no Rio. Segundo a empresa, há 270 áreas de risco, onde 63% da energia é furtada. São Gonçalo, Niterói, Magé, Itaboraí, Macaé e Angra dos Reis estão entre as cidades mais afetadas.

De acordo com a Polícia Civil, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e de Inquéritos Policiais (Draco-IE) investiga, sob sigilo, a atuação das milícias.

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