O procurador-geral de Justiça Gianpaolo Smanio, do MP-SP, confirmou que designou "a promotora do júri para fazer a apuração a respeito dos homicídios que ocorreram em Paraisópolis". Policiais deram versões diferentes sobre a tragédia e a PM teria omitido socorro às vítimas
Brasil 247, 04/12/2019, 10:24 h Atualizado em 04/12/2019, 10:47
(Foto: José Luis da Conceição/OAB SP | Mídia Ninja | Reprodução)
O procurador-geral de Justiça Gianpaolo Smanio confirmou que o Ministério Público de São Paulo está investigando como homicídio as nove mortes ocorridas no domingo (1º) em um baile funk na favela de Paraisópolis, na zona sul da capital.
"Designei a promotora do júri para fazer a apuração a respeito dos homicídios que ocorreram em Paraisópolis", disse nesta terça (3). "Ela vai acompanhar as investigações", afirmou ele, de acordo com relato publicado no jornal Folha de S.Paulo, que também publicou uma matéria apontando divergências nas versões dos policiais militares.
A polícia afirma que a tragédia ocorreu quando criminosos fizeram disparos contra os policiais. De acordo com esta versão, policiais militares da Rocam iniciaram uma perseguição a dois suspeitos ocupantes de uma moto nas proximidades da Paraisópolis.
A perseguição teria começado quando os criminosos fizeram disparos contra os militares. O incidente terminou em uma rua onde ocorria um baile funk com mais de 5.000 pessoas. Como os criminosos estavam atirando, houve pânico generalizado, correria e, por consequência, os pisoteamentos.
Um PM ouvido, no entanto, não chega nem a mencionar ter havido confusão após os disparos dos criminosos. Ele cita os disparos e, na sequência, "que pessoas que estavam no pancadão passaram a atirar pedras e garrafas na direção das equipes policiais".
De acordo com relatos de moradores, os policiais fecharam os dois lados da rua Ernest Renan e teriam induzido a multidão a ir para duas vielas após dispararem munição não letal e dar golpes de cassetete. Em uma das vielas aconteceu o pisoteamento.
O porta-voz da PM, tenente-coronel Emerson Massera, afirmou que as investigações do caso estão em andamento.
"Para sabermos o momento exato que as mortes ocorreram vai depender da investigação, mas a hipótese principal é de que os fatos que levaram às mortes dessas pessoas se iniciaram com a confusão gerada pelos criminosos que entraram atirando na comunidade", disse.
Acusação de omissão no socorro
Outro detalhe é que um soldado do Corpo de Bombeiros cancelou um pedido de socorro ao Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu) sob o argumento de que a PM estaria socorrendo as vítimas. As informações foram veiculadas no SP1, da TV Globo.
A solicitação teria acontecido às 4h18 do domingo (1) e, às 4h29, a solicitação foi classificada como "alta emergência", já numa segunda unidade do Samu.
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